A Caminhada até Paris 2024 #1: BMX Freestyle/BMX Racing/Mountain Bike

modalidades cabeçalho

Estamos a caminho dos Jogos Olímpicos de Paris 2024! Entre os dias 26 de julho e 11 de agosto, os melhores atletas do Mundo irão lutar por medalhas em 48 modalidades diferentes! Do futebol ao hipismo, o BnR traz-lhe a antevisão do maior evento desportivo do Mundo, que decorre em Paris.

CICLISMO BMX FREESTYLE

O Bicycle Motocross (BMX) Freestyle surge nos Estados Unidos, mais concretamente na Califórnia durante a década de 1970. De acordo com o site “Bycicle History, foi uma modalidade criada a partir de mera curiosidade juvenil, uma vez que crianças e adolescentes começaram a fazer alterações às bicicletas, com vista a que estas máquinas resistissem às pistas de motocrosse.

Em seguida procuraram superfícies favoráveis à execução de acrobacias, nomeadamente piscinas vazias. Esta tendência não passou despercebida, pelo que em 1976 já se reconvertiam pistas de skate com vista à sua utilização pelos corredores. No final dessa década, já se organizavam competições oficiais de Freestyle, sendo que em 1982 foi mesmo criada a American Freestyle Association.

Existem 5 disciplinas de BMX Freestyle, sendo que a que irá decorrer em Paris, será a de park, que decorre em parques (como indica o nome) adaptados à prática de BMX e skate, adjudicados, portanto de rampas e outros obstáculos.

Sendo o país de origem da modalidade, os Estados Unidos assumem-se também como uma das nações onde o BMX Freestyle tem maior popularidade. O mesmo acontece com Austrália e Reino Unido. Esta vertente do ciclismo estreou-se no calendário olímpico em Tóquio 2020, com 9 ciclistas de 8 países diferentes, sendo que os EUA foram os únicos a apresentar 2 atletas. Mas os americanos ficaram bem longe das medalhas, com o australiano Logan Martin a sagrar-se o primeiro campeão olímpico da especialidade, superando o venezuelano, Daniel Dhers e o britânico, Declan Brooks.

Já na prova feminina, Charlotte Worthington deu o ouro à Grã-Bretanha ao tornar-se na primeira mulher a executar com sucesso o mortal para trás em simultâneo com uma rotação de 360º, na história dos Jogos Olímpicos. A americana Hannah Roberts e a suíça Nikita Ducarroz levaram as duas medalhas para casa.

Portugal não teve representação no BMX Freestyle em 2021 e também não o fará em 2024, com a Olympic Qualifier Series a decorrer entre maio e junho de 2024 para determinar quem lutará pelas medalhas em Paris.

BMX RACING

O BMX Racing surge na década de 60, com origens semelhantes à modalidade de Freestyle. No sul da Califórnia, foi também a curiosidade dos jovens em correr em percursos de terra e em terrenos baldios, sendo que, de acordo com a “Britannica”, foi a afirmação das bicicletas mais pequenas e fáceis de manobrar produzidas pela Schwinn Sting-Ray.  A primeira corrida oficial teve lugar a 10 de julho de 1969, no Palms Park em Santa Monica, com Ron Mackler a tornar-se um dos principais promotores de eventos de BMX Racing entre 1969 e 1984.

Destaque também para o documentário “On Any Sunday” que, de acordo com a mesma fonte, terá aberto as portas à difusão do BMX Racing pelos Estados Unidos. Em 1993, a União Ciclista Internacional (UCI) integrou o BMX Racing e em 2003 foi confirmada a estreia olímpica da modalidade em Pequim 2008.

A modalidade é famosa, à semelhança da vertente de Freestyle, em países como os Estados Unidos, Países Baixos, Reino Unido, França e Austrália. Tem também bastante popularidade na Colômbia, visto que foi desta modalidade que a nação sul-americana conquistou duas das suas 4 medalhas de ouro em Tóquio 2020, com Mariana Pajon em destaque.

A competição olímpica consiste num torneio que começa com 4 séries de 6 ciclistas. Cada série realiza 3 corridas pontuáveis, com o top 4 de cada série a avançar para as meias-finais disputadas por 2 séries de 8 ciclistas. Mais uma vez, três corridas para cada uma, com os 4 melhores de cada a avançar para a final, onde apenas se realiza uma corrida.

Nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, Mariana Pajon fez história, dominando até chegar à final. Aí, a americana Alise Post até começou melhor mas quando chegou à primeira curva, já Pajon tinha assumido a liderança. Foi uma liderança que a então ciclista de 24 anos não perdeu, tornando-se na primeira mulher colombiana a conquistar duas medalhas de ouro, nos Jogos Olímpicos. A final ficou marcada por uma queda de Laura Smulders quando a neerlandesa lutava pelo pódio, que ficou completo com Alise Post (Grã-Bretanha) Stefany Hernandez (Venezuela)

Em 2021, Pajon tornou-se mesmo na primeira atleta (de qualquer sexo) a conquistar três medalhas olímpicas no BMX Racing, alcançando a prata na corrida de Tóquio, apenas atrás da britânica Bethany Shriever.

À semelhança do que acontece no Freestyle, Portugal não tem muita história nesta vertente do ciclismo, sendo que nunca marcou presença em nenhum dos torneios olímpicos desta modalidade. Ocupa, todavia, o 33º lugar do ranking olímpico da UCI, pelo que isso poderá mudar nos próximos anos.

MOUNTAIN BIKE

Uma modalidade mais célebre dentro do ciclismo, o mountain bike (BTT) já é modalidade olímpica desde os jogos de Atlanta 1996, através do Cross Country, que consiste em corridas de longa distância e em diversos tipos de terreno.

Esta modalidade começou a dar os primeiros passos no início do século XX, quando as pessoas faziam alterações às bicicletas para conseguir andar fora de estrada. Foi a partir da década de 1970, que surge o mountain bike como o conhecemos hoje. Segundo o “Bicycle and Bikes”, o MTB nasce em Marin County na Califórnia quando um grupo de ciclistas procederam a alterar as suas bicicletas convencionais para descer as encostas do Monte Tamalpais.

Estas bicicletas possuíam travões mais robustos e amplos, bem como guiadores numa disposição semelhante à que se encontra numa mota. O primeiro modelo de uma destas bicicletas de montanha, intencionalmente construído é atribuído a Joe Breeze e designa-se por Breezer #1. Já a primeira corrida foi a “Repack Downhill”, no ano de 1976, em Marin County.  Popular em países como Estados Unidos, Suíça, França, Países Baixos, Brasil e cada vez mais em Portugal, o cross-country teve o seu primeiro Campeonato do Mundo tutelado pela UCI no ano de 1990, em Dorango, no Colorado.

A corrida de Paris 2024 contará com grandes nomes como Tom Pidcock, campeão olímpico de 2021, Mathieu van der Poel, campeão do Mundo de estrada e de ciclocrosse (modalidade do ciclismo que em muito se assemelha ao cross country) e ainda uma potencial presença de Peter Sagan que tenta ultrapassar complicações cardíacas e uma má posição da Eslováquia no ranking olímpico para confirmar a presença em solo neerlandês. Destaque também para nomes como Nino Schurter, Mathias Flückiger (que esteve na Volta ao Alentejo) e Julien Absalon (que venceu a prova-teste no ano passado).

Nas mulheres, Jolanda Neff, campeã olímpica em título, Joana Lecomte (venceu a prova-teste feminina) e ainda Pauline Ferrand-Prevot, tricampeã mundial são nomes a ter debaixo de olho. A Suíça, de Jolanda, ocupou os três lugares do pódio em Tóquio.

E é mesmo essa corrida feminina de 2021 que merece destaque. Uma vitória enorme para a formação helvética que enfrentou um grande desafio da parte de Pauline Ferrand-Prevot. A francesa distanciou-se com Jolanda Neff mas escorregou numa encosta e ficou fora da luta pela vitória. Ainda tentou recuperar num grupo com Frei Sina e Linda Indergrand, ambas da Suíça, pelo que Ferrand-Prevot estava por sua conta para apanhar a rival.

A lenda do XCO ainda se mostrou capaz de lutar pelas medalhas, mas faltaram-lhe as pernas para contrariar a vantagem numérica das suíças. Jolanda Neff levava o ouro, com Sina e Indergrand a ficarem com prata e bronze, respetivamente.

Portugal já teve representação olímpica no mountain bike: Em Londres, através de David Rosa, pioneiro do XCO (Cross country Olímpico) e 9 vezes campeão nacional na especialidade, que fechou a prova olímpica no 23º lugar, mesmo depois de sofrer uma queda no início da prova; no Rio de Janeiro, com dois representantes: David Rosa e Tiago Ferreira, um dos melhores ciclistas portugueses de todos os tempos que se sagrou campeão mundial de XCM (Maratona de Cross Country) no ano de 2016 e campeão Europeu em 2017.

Tiago foi obrigado a encostar na 8ª volta, devido ao tempo de atraso para o líder e fechou na 40ª posição. Já David foi eliminado na 2ª volta, depois de perder a roda traseira e acabou no 44º lugar. Já nos Jogos de Tóquio 2020, foi Raquel Queirós a tornar-se a primeira mulher a representar Portugal no mountain bike, envergando as cores nacionais, para terminar num honroso 27º lugar, chegando mesmo a estar perto de um lugar no top 20. Só em maio se saberá se Portugal estará representado entre os 72 atletas à partida em Paris.

Filipe Pereira
Filipe Pereira
Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Benfica decide futuro de Leandro Santos que conta com alguns interessados

Leandro Santos vai continuar no plantel do Benfica. Lateral direito conta com alguns interessados no seu empréstimo.

Exclusivo: Sporting garante as contratações de Ashley Barron e Mackenzie Cherry

O Sporting fechou as contratações de Ashley Barron e Mackenzie Cherry. As duas jogadoras vão juntar-se ao plantel de Micael Sequeira.

Sporting quer dar recompensa a Morten Hjulmand quando o mercado fechar

O Sporting está contente com a postura de Morten Hjulmand neste mercado de verão. Capitão terá recompensa no final da janela.

FC Porto define mais 2 posições a reforçar neste mercado de verão

O FC Porto está a realizar o maior investimento da sua história neste mercado. Dragões querem reforçar defesa e meio-campo.

PUB

Mais Artigos Populares

Ana Borges já reagiu à grave lesão no Benfica: «Nem sempre a vida segue o rumo que idealizamos»

Ana Borges sofreu uma rutura do ligamento anterior do joelho esquerdo. Internacional portuguesa já reagiu à lesão grave.

Decisão tomada: Luís Filipe Vieira vai mesmo ser candidato à presidência do Benfica

Luís Filipe Vieira vai mesmo ser candidato à presidência do Benfica. Ex-líder das águias prepara-se para oficializar candidatura.

Sporting já partiu para estágio em Penafiel: Eis o plano

O Sporting vai realizar um estágio de pré-temporada em Penafiel. Leoas já partiram e cumprem estágio até 8 de agosto.