Um ano depois de nos permitir seguir Patrick Mahomes, Kirk Cousins e Marcus Mariota em Quarterback, a Netflix muda de posição, mas continua ao ataque com Receiver, focando-se nesta temporada naqueles que recebem a bola.
O número de jogadores acompanhados também muda, sendo agora. Assim, a serie oferece-nos um olhar mais intrusivo sobre as vidas de um quinteto de atletas: Davante Adams, Justin Jefferson, Amon-Ra St. Brown, George Kittle e Deebo Samuel. Se, por um lado, a oportunidade de conhecer mais de perto algumas das maiores estrelas da NFL é atraente, por outro, ao aumentar o número de atletas, o tempo de ecrã para acompanhar cada uma delas fica mais reduzido e corre-se o risco do acompanhamento se tornar mais superficial.
Infelizmente, este problema materializou-se mesmo e tornou esta temporada um pouco menos interessante, já que a criação de narrativas foi mais limitada e a temporada parece avançar mais depressa, uma vez que há uma menor dedicação à criação de uma linha temporal que avance a pouco e pouco.
Ainda assim, continuamos a ter uma melhor perspetiva sobre a vida fora do campo destes jogadores e, realmente, aprendemos algo sobre a forma como conseguem conjugar o desporto com a sua vida pessoal, especialmente nos momentos mais desafiantes.
O mais interessante desenvolvimento a acompanhar talvez seja o da relação de Davante Adams com a sua equipa, os Las Vegas Raiders. Um dos melhores receivers da sua geração, Adams já se estableceu como um nome incontornável da posição, mas a sua troca de Green Bay por Las Vegas está a correr bem aquém do que esperaria e esta temporada foi particularmente complicada. Agora, é-nos desvendado, em parte, como Adams e a sua família lidaram com a crescente frustração de uma época abaixo do esperado.
Ou seja, a serie continua a ter valor e a disponibilizar bom entretenimento e a ser de visualização obrigatória para os adeptos da modalidade, mas o aumento do número de jogadores acompanhado tornou-a um pouco mais banal e, por isso, fica algo aquém da edição transata.