Ilhas Fiji 23-24 Portugal: Vitória histórica na despedida dos “Lobos” do Mundial

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    A seleção portuguesa de Râguebi surpreendeu o mundo do desporto ao derrotar as Ilhas Fiji por 24-23, conquistando a primeira vitória de sempre dos “Lobos” em Campeonatos do Mundo de Râguebi.

    No último jogo da seleção nacional no Mundial de 2023 – a qualificação para a fase a eliminar já não era possível -, Fiji precisava apenas de não perder por mais de 10 pontos de diferença para garantir um lugar nos quartos de final do torneio e eliminar a Austrália na fase de grupos.

    Apesar de os “Lobos” saberem o seu destino após o final da partida, a equipa portuguesa procurava a primeira vitória de sempre em Mundiais para fechar a segunda participação da melhor forma possível.

    APOIO AOS “LOBOS” DO PRIMEIRO AO ÚLTIMO MINUTO

    Ao entrar no Mundial em França, a equipa portuguesa sabia que ia ter muito apoio nos jogos que participaria. No entanto, o apoio acabou por ser maior do que muitos esperavam, porque muitos adeptos neutros apoiavam os “Lobos” por se identificarem com a equipa.

    Em Toulouse e no quarto jogo da seleção nacional, o grande apoio não foi exceção. O hino nacional foi mais especial para alguns jogadores e equipa técnica, pois a partida contra as Fiji seria o último jogo internacional para vários jogadores, como Francisco Fernandes e Mike Tadjer, e a despedida do seleccionador nacional, Patrice Lagisquet.

    Destaque para a realização da “cibi”, a dança típica dos jogadores das Fiji antes do início dos jogos da seleção fijiana de râguebi, cuja dança os jogadores portugueses respeitaram até ao fim.

    PRIMEIRA PARTE ANÁRQUICA COM RESULTADO POSITIVO PARA PORTUGAL

    O início da partida dos “Lobos” contra as Fiji foi diferente do costume neste Campeonato do Mundo de Râguebi. A seleção portuguesa sofreu 14 pontos na primeira parte contra os País de Gales, 13 pontos na primeira parte contra a Geórgia e 24 pontos na primeira parte contra a Austrália. Neste jogo, os pupilos do técnico Patrice Lagisquet vieram com a lição estudada.

    As Fiji mostraram um estilo de jogo muito anárquico desde o primeiro ao último minuto, ou seja, muito desorganizado. Ao longo de toda a partida, os fijianos provocaram várias faltas que prejudicaram o ataque dos fijianos, algumas delas a menos de 20 metros da linha de ensaio da equipa nacional. Os “Lobos” seguiram o estilo de jogo e acabou por ser uma primeira parte muito dividada, com as duas equipas a perder várias vezes a bola.

    Os “Flying Fijians” foram os primeiros a marcar na partida após a conversão de penalidade com sucesso de Frank Lomani aos 10 minutos da primeira parte. A poucos minutos do final da primeira parte, Portugal respondeu aos fijianos da mesma forma com a conversão de penalidade com sucesso de Samuel Marques, levando o empate a três pontos para o intervalo. Pela primeira vez neste Mundial de Râguebi, os “Lobos” foram para o intervalo sem estar a perder na partida – em 2007, Portugal chegou a estar na frente do marcador ao intervalo contra a Roménia por 7-0, mas a seleção portuguesa perdeu a partida por 14-10.

    CARTÃO AMARELO AO LEVANI BOTIA MUDOU O JOGO

    A segunda parte foi o oposto da primeira parte, houve mais emoção e, sobretudo, muitos pontos. Portugal entrou com o pé direito na segunda parte ao ter conquistado um ensaio por intermédio de Raffaele Storti. O camisola 14 agarrou a bola após um pontapé na bola de Pedro Bettencourt em direção da linha lateral mais próxima da linha do ensaio, deixando Storti em posição de conquistar o primeiro ensaio dos “Lobos” na partida. No pontapé de transformação, Samuel Marques não cedeu à pressão e deu mais dois pontos para a seleção nacional.

    Apesar do bom arranque de Portugal, a vantagem portuguesa não durou dois minutos. Após as Fiji terem recuperado a bola a menos de 20 metros da sua área de ensaio, os “Flying Fijians” percorreram o campo para Mesake Doge conquistar o primeiro ensaio dos fijianos na partida. Frank Lomani converteu com sucesso o pontapé de dois pontos para igualar o marcador.

    A alegria das Fiji durou pouco, no minuto seguinte, após empatar o jogo em 10 pontos, foi atribuído um cartão amarelo ao Levani Botia após ter feito uma entrada de forma agressiva. Durante 10 minutos, os “Flying Fijians” ficaram com menos um jogador em campo. Por isso, Portugal aproveitou a vantagem númerica de jogadores para fazer mais sete pontos: ensaio de Francisco Fernandes e transformação com sucesso de mais um pontapé de dois pontos para Samuel Marques.

    SOFRER ATÉ AO FINAL COM PONTAPÉ HISTÓRICO DE SAMUEL MARQUES

    As Fiji voltaram a ter 15 jogadores em campo quando o marcador estava 17-10 a favor dos portugueses a menos de 20 minutos de terminar a partida. Depois de muita disputa pela bola e faltas cometidas, as Fiji voltaram às contas do marcador após o segundo ensaio de Mesake Doge, com Frank Lomani a converter o pontapé de dois pontos para empatar novamente a partida.

    A menos de 10 minutos para o final da partida, as Fiji, aos 74’ e aos 76’, garantiram seis pontos após a conversão com sucesso de duas penalidades, ambas batidas por Frank Lomani. Com isto, os “Flying Fijians” estavam na frente do placar por 23-17. Antes da segunda penalidade, Mike Tadjer despediu-se da equipa e dos jogos internacionais, recebendo aplausos de todos os apoiantes portugueses no estádio.

    Os “Lobos” estavam próximos da glória, precisando fazer um ensaio e um pontapé de dois pontos para garantir a vitória – sem haver entretanto qualquer ponto para as Fiji. A equipa nacional acreditou e acabou por conquistar um ensaio a menos de três minutos do final da partida. Raffaele Storti agarrou na bola, correu vários metros e passou ao Rodrigo Marta que levou a bola até à área de ensaio.

    O pontapé de conversão de dois pontos foi batido por Samuel Marques, o habitual batedor dos “Lobos”. O camisola 9 de Portugal estava com “todo o peso nas costas” por saber que aquele pontapé poderia dar a primeira vitória de sempre de Portugal em Mundiais de Râguebi. Samuel Marques não tremeu e bateu com sucesso, garantindo a reviravolta na partida. Os jogadores portugueses aguentaram o resultado nos últimos segundos para garantir a primeira vitória dos “Lobos” em fases finais de Mundiais de Râguebi.

    FESTA PORTUGUESA EM TOULOUSE

    A festa portuguesa, que já tinha começado após o último pontapé de dois pontos convertido com sucesso por Samuel Marques, tomou conta do estádio após o final da partida. Os milhares de adeptos portugueses, a equipa técnica e os jogadores gritavam, choravam e abraçavam-se depois da vitória histórica em Toulouse.

    As Fiji perderam o jogo, por isso, os jogadores estavam desiludidos, mas os “Flying Fijians” garantiram a passagem aos quartos de final por não terem perdido por mais de sete pontos, garantindo o ponto bónus defensivo. O País de Gales e as Fiji passam à fase a eliminar, a Austrália tem um lugar garantido no próximo Mundial apesar da derrota, ao passo que Portugal e Geórgia voltam a tentar a sua sorte na próxima qualificação.

    Depois de Portugal já ter provado noutras modalidades que não era impossível ser feliz, como no futebol, hóquei em patins, futsal, e andebol, eis mais um marco histórico para um país que conta com cerca de 11 milhões de habitantes. 8 de outubro de 2023 fica marcado na história do Râguebi de Portugal.

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    Filipe Torres
    Filipe Torreshttp://www.bolanarede.pt
    O Filipe saiu da Ilha de São Miguel, nos Açores, para tirar a Licenciatura de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Desde criança que é adepto de Futebol, tendo já sido árbitro. Para além do "desporto-rei", o Filipe também é apaixonado por Basquetebol e não falha no acompanhamento de Wrestling.