Portugal 14-34 Austrália: “Lobos” foram enormes apesar da derrota

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    Os “Lobos” foram derrotados pelos “Wallabies”, bicampeões mundiais de râguebi, por 34-14. A derrota colocou o ponto final na pequena possibilidade que Portugal ainda tinha de se qualificar diretamente para o Mundial de 2027.

    Na segunda participação da equipa portuguesa em mundiais de râguebi, depois da presença em 2007, Portugal, a fazer o seu terceiro jogo deste mundial, volta a deixar uma boa imagem, desta vez contra a Austrália, que está a passar pela pior fase na história. A equipa liderada por Patrice Lagisquet está a agradar os fãs da modalidade.

    ATMOSFERA SEMPRE A FAVOR DOS “LOBOS”

    O ambiente no Estádio Geoffroy Guichard, em Saint-Étienne, jogava a favor da equipa portuguesa. Dos milhares de adeptos presentes em Saint-Étienne, quase todos apoiaram os “Lobos” no jogo decisivo para os “Wallabies”.

    Desde o hino nacional até ao último minuto da partida, os adeptos portugueses foram bastante vocais. Embora os “Lobos” tenham perdido em campo, o mesmo não aconteceu nas bancadas.

    Entre as várias figuras presentes no Estádio Geoffroy Guichard, o grande destaque vai para a presença do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, nas bancadas.

    AUSTRÁLIA MUITO AGRESSIVA NO INÍCIO DO JOGO

    A equipa liderada por Eddie Jones, que estava a jogar o último jogo na fase de grupos da atual edição do Mundial de Râguebi, entrou na partida com poucas possibilidades de avançar para os quartos de final, precisando de vencer a partida com um ponto bónus ofensivo para manter a esperança viva, e esperar uma vitória de Portugal – já eliminada – contra Fiji. Com a vitória da Austrália  frente aos “Lobos”, os pupilos de Eddie Jones estão à espera de um “milagre” para avançar no torneio, juntamente com País de Gales. A ausência na fase a eliminar – caso aconteça – será inédito na história dos “Wallabies”.

    Os “Wallabies” jogaram com agressividade desde o início até ao final da partida. A equipa portuguesa voltou a entrar com o pé esquerdo no início de um jogo do Mundial de 2023, depois de já ter entrado mal contra o País de Gales e a Geórgia.

    A Austrália entrou com tudo, garantirando quatro pontos após o pontapé de penalidade convertido com sucesso por Ben Donaldson. Com a desvantagem em menos de cinco minutos de jogo, Portugal continua a ter um mau arranque em todos os jogos do Campeonato do Mundo de Râguebi de 2023.

    DE “HERÓI” A “VILÃO” EM POUCOS MINUTOS: PEDRO BETTENCOURT COM AZAR

    Pedro Bettencourt foi a principal figura dos portugueses na primeira parte. O camisola 13 dos “Lobos” aproveitou a posição quase isolada na ponta a cinco metros do ensaio, recebendo a bola mandada por Tomás Appleton, capitão da equipa portuguesa, para conquistar o primeiro ensaio dos “Lobos” e consequentemente cinco pontos. De seguida, Samuel Marques converteu o golo para dar a liderança na partida à equipa liderada por Patrice Lagisquet.

    Depois de ter sido “herói”, Pedro Bettencourt tornou-se “vilão” por ter feito uma placagem considerada agressiva pela equipa de arbitragem, sendo que foi castigado com um cartão amarelo. A equipa do TMO (“Television Match Official”) reviu o lance, para saber se o lance seria grave suficiente para atribuir cartão vermelho a Pedro Bettencourt, algo que não aconteceu ao número 13 português.

    Num espaço de 10 minutos – o tempo de castigo de um jogador quando recebe cartão amarelo -, a Austrália aproveitou a vantagem númerica e passou de uma desvantagem de dois pontos para uma vantagem de 17 pontos, graças aos três ensaios e três conversões de golo dos “Wallabies”. Em outras palavras, o resultado passou de 7-5 para os “Lobos” para 24-7 a favor dos bicampeões mundiais da modalidade.

    Nicolas Martins esteve perto de garantir um ensaio após grande arrancada de Rodrigo Mata, mas como o camisola 7 dos “Lobos” tocou no chão antes da bola tocar na linha do ensaio, o lance foi invalidado e Portugal perdeu essa oportunidade de pontuar mesmo antes do intervalo.

    PORTUGAL SEM SORTE NOS LANCES QUE FORAM AO TMO

    A segunda parte não foi tão bem jogada como aquilo que os adeptos portugueses viram na primeira parte. No entanto, houve vários lances que foram ao TMO e não foram favoráveis para os “Lobos”.

    Depois de um ensaio conseguido pelos “Wallabies”, a Austrália garantiu um ponto bónus ofensivo por ter feito quatro ensaios na partida. Portugal voltou a não começar bem, desta vez na segunda parte.

    A equipa portuguesa não desistiu e chegou a ter um segundo ensaio aos 20 minutos da segunda parte, com Matt Faessler a receber o cartão amarelo. Todavia, para surpresa dos adeptos dos “Lobos”, o lance de ensaio foi anulado pelo TMO por considerar que a bola não passou da linha de ensaio.

    Os “Wallabies” voltaram a ter um jogador castigado, desta vez foi Samu Keveri, por ter acertado com o cotovelo no capitão português, Tomás Appleton. O lance foi visto pelo TMO, para saber se poderia ser cartão vermelho para o jogador da Austrália, que não alterou a decisão inicial da equipa de arbitragem.

    O segundo ensaio dos “Lobos” não chegou aos 60’, mas sim aos 70’, desta vez pelas mãos de Rafael Simões, que deu mais cinco pontos aos portugueses. Samuel Marques foi o eleito para marcar a conversão e voltou a pontuar. Aos 74’, a Austrália pontuou pela última vez na partida, graças ao ensaio de Marika Koroibete – Ben Donaldson falhou a conversão de golo.

    A partida terminou aos 80’+5’ com a vitória dos “Wallabies” por 34-14. Apesar da derrota dos “Lobos”, num duelo inédito em jogos internacionais, a equipa portuguesa fez uma exibição que deixou muitos adeptos da equipa das quinas a aplaudir no final do encontro.

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    Filipe Torres
    Filipe Torreshttp://www.bolanarede.pt
    O Filipe saiu da Ilha de São Miguel, nos Açores, para tirar a Licenciatura de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Desde criança que é adepto de Futebol, tendo já sido árbitro. Para além do "desporto-rei", o Filipe também é apaixonado por Basquetebol e não falha no acompanhamento de Wrestling.