Antevisão Mundial Snooker 2021 | Sonhos e público de volta ao Crucible

    OS 16 GLADIADORES VINDOS DAS QUALIFICAÇÕES

    128 jogadores, 16 vagas, quatro rondas. Para alcançarem a fase final do Campeonato do Mundo, os magos dos panos verdes têm que sobreviver aos qualifiers (que, este ano, decorreram de cinco a 14 de abril) – as três primeiras rondas com jogos à melhor de 11 (vence o primeiro a conquistar seis frames) e a quarta e última ronda à melhor de 19 (o vencedor é o primeiro a arrecadar 10 frames).

    Logo na primeira ronda, o primeiro encontro de sonho e também a primeira desistência. O marroquino Amine Amiri estava escalado para defrontar David Lilley, mas desistiu por motivos pandémicos. O foco, no entanto, estava centrado na partida entre Stephen Hendry, regressado da aposentadoria, e Jimmy White. O inglês e o escocês marcaram os anos 90 da modalidade (White mais na transição dos `80 para os `90).

    Hendry foi sete vezes campeão mundial – cinco delas consecutivas; White foi seis vezes vice-campeão mundial – cinco delas consecutivas. Embate entre dois ídolos do povo. O mais titulado da era Crucible vs o melhor jogador da história da modalidade a não sagrar-se campeão do Mundo. Reedição das finais dos Mundiais de 1990, 1992, 1993 e 1994. Níveis elevados de entusiasmo, mas… muita parra, pouca uva – ou muita media, pouca qualidade, na versão moderna.

    Jogo pouco conseguido de ambos, com Hendry a levar a melhor (6-3). Ausência de surpresas dignas de registo na restante primeira ronda. Na Ronda Dois, dois destaques: Hendry perde por 6-1 frente a Xu Si (que viria a ser eliminado na negra na ronda seguinte) e Alan McManus é derrotado por 6-3 por Bai Langning, anunciando de seguida o ponto final numa carreira de 31 anos. “Mr. Angles”, alcunha do escocês de 50 anos, teve assim o chinês de 18 anos como derradeiro adversário.

    Na terceira ronda, nota para as eliminações de Michael Holt, Tom Ford, Joe Perry, Ben Woollaston, Matthew Stevens Mark King e Thepchaiya Un-Nooh. Este último caiu às mãos de Igor Figueiredo, o brasileiro que procurava ser o primeiro sul-americano a entrar no Crucible como jogador.

    Não há jogadores lusitanos no circuito mundial, mas, como dizia Fernando Pessoa, “a minha pátria é a língua portuguesa”. E falou-se duplamente português no Instituto Inglês do Desporto, edifício em Sheffield que acolheu as qualificações. Além de Figueiredo, também Alexander Ursenbacher, luso-suíço, procurou o seu lugar à sombra do Crucible.

    Ambos alcançaram a última ronda. Ursenbacher começou na segunda ronda – bateu por 6-2 Lukas Kleckers e Martin O´Donnell por 6-5 até ser derrotado por 10-4 pelo “The Captain”, Ali Carter. Figueiredo disputou as quatro rondas – aplicou 6-0 a Farakh Ajaib e 6-5 a Robbie Williams e a Un-Nooh. Na última ronda, foi batido por Mark Joyce, por 10-7.

    Na quarta ronda, destaque ainda para as eliminações de Zhou Yuelong, Graeme Dott (campeão mundial em 2006) e Ryan Day. Pela positiva, importa mencionar a resiliência de Mark Davis – o experiente inglês foi para a segunda sessão a perder por 7-2, mas carimbou a presença no Crucible com um 10-8.

    No jogo de cartaz do Judgement Day (último dia de decisão das qualificações), Luca Brecel foi derrotado por Stuart Bingham (10-5) e Zhao Xintong e Sam Craigie proporcionaram a única negra desta ronda – vitória (10-9) do inglês., que se junta a Mark Joyce como os estreantes no Crucible.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.