Mundial de Snooker 21 | Capítulo 1: Os 16-avos

    Segunda metade do quadro

    Neil Robertson (10-3) Liang Wenbo: Wenbo andou aos caracóis

    Apontado como o favorito BnR e dono do penteado mais comentado do circuito mundial, o australiano fez trabalho curto de Liang, no único embate dos 16-avos sem europeus. Neil continua, assim, em busca do segundo título mundial e de cimentar o estatuto de melhor jogador não-europeu da Era Crucible (Robertson, em 2010, e o canadiano Cliff Thorburn, em 1980, foram os únicos não-europeus a vencer o Mundial na era moderna).

    Jack Lisowski (10-9) Ali Carter: “I´m your captain now”, diz Captain Jack

    Um dos jogos mais equilibrados na teoria e na prática. Nenhum dos dois intervenientes teve, em momento algum, mais de dois frames de vantagem. “The Captain” Ali Carter teve a possibilidade de fazer o 9-6, o que seria de capital importância, mas um erro travou a entrada nos 52 pontos. Jack fez 77 para o 8-7, empatou de seguida, perdeu depois e acabou por forçar a negra. No 19º frame, Carter fez 16 pontos e parecia que os oitavos eram já… Ali, mas novo erro permitiu a Jack fazer um break de 60 e assumir a capitania.

    Barry Hawkins (10-3) Matthew Selt: o Falcão está de dieta – nem sugar, nem Selt

    Entrada fulgurante do “Hawk” no Mundial, comprovando mais uma vez que esta altura do ano tem algo que desperta no Falcão um lado mais pernicioso. Se será desta que o “Hawk” voa até à final só o tempo dirá, mas o início é bastante prometedor. E o jogo frente a Wilson é bastante tentador. Agora… qual Wilson?

    Kyren Wilson (10-8) Gary Wilson: e não é que ganhou o Wilson?

    Se querem ter um descendente no circuito mundial de Snooker, chamem-lhe Mark Wilson. Se não chegar lá pelo primeiro nome, chega pelo segundo. A sorte ditou que teríamos nos 16-avos a versão “snookeriana” de Kramer contra Kramer (sem dramas e sem pessoas da mesma família) e o embate não desapontou. Gary começou melhor: esteve a vencer por 5-1; Kyren acabou melhor: seguiu em frente. Depois da final do ano passado, Kyren parece querer mostrar que o futuro da modalidade também passa por ele.

    Shaun Murphy (10-7) Mark Davis: imperou a Lei de Murphy

    A Lei de Edward Murphy, de 1949, dita que “tudo o que pode correr mal, irá correr”. A Lei de Shaun Murphy, de 2021, dita que mesmo que algo corra mal, há solução. As coisas não correram bem ao campeão mundial de 2005 na primeira sessão, que Davis venceu por 5-4, mas uma segunda sessão de qualidade de Murphy permitiu-lhe virar o resultado. O jogo ainda registou um 8-7, mas Murphy selou a vitória com o 9-7 e com uma entrada de 131 pontos para o 10-7 final.

    Yan Bingtao (10-6) Martin Gould: Bingtao é mesmo um Goulden Boy

    O chinês de 21 anos tem tomado de assalto o snooker mundial. É já 10º do ranking mundial, está no Crucible pela terceira vez – a segunda consecutiva e com entrada direta – e já arrecadou um Masters (2021). Ainda assim, Martin Gould prometia dificuldades. E causou-as, sobretudo na primeira sessão. Todavia, Bingtao parece não tremer, apesar da idade. Com o jogo a 5-5, Yan fez entradas de 130, 116 e 70 pontos para fazer 8-5 e, no 14º frame, supera os 69 de Gould com… 70 pontos. Ainda sofre o 9-6, mas sela a vitória de seguida. Cuidado!

    David Gilbert (10-4) Chris Wakelin: Gilbert quase adormecia, mas está bem aWake(lin)

    Esteve fácil, ficou mais difícil, mas acabou como esperado. David Gilbert esteve a vencer 7-1, perdeu dois frames consecutivos, atinou e carimbou a passagem aos oitavos. Mostrou a qualidade que lhe assiste e provou que vai ser um osso duro de roer para o número um do Mundo, Judd Trump.

    Judd Trump (10-4) Liam Highfield: a menos assustadora vitória de Trump em 16′ (avos)

    O número um do Mundo e segundo cabeça-de-série venceu tranquilamente Liam Highfield, que ainda obrigou a que se jogasse a segunda parte da segunda sessão. O campeão mundial de 2019 levou uma vantagem de 7-2 para a sessão número dois, fez o 8-2, concedeu o 8-3, fez o 9-3 e, no último frame antes do intervalo, Liam fez uma estrondosa entrada de 138 pontos. No regresso ao pano verde, Trump fechou o encontro com 74 pontos (incluindo uma entrada de 52).

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.