RESULTADOS DOS OITAVOS
Primeira metade do quadro
Anthony McGill (12-13) Stuart Bingham: por uma unha negra se ganha, por uma unha negra se perde
16º e 17º classificados do ranking mundial encontraram-se nos quartos e decidiram dar um excelente jogo aos fãs da modalidade. Equilíbrio, emoção e bom Snooker foram os ingredientes da receita de um jogo que teve um sabor amargo para McGill e um sabor bastante doce para Bingham.
O campeão de 2015 está nas meias-finais pela segunda vez na carreira – a outra vez foi em… 2015. Por seu turno, Anthony McGill voltou a cair numa “negra”, depois de ter perdido 17-16 aos pés de Kyren Wilson no Mundial de 2020. O escocês, que havia batido O’Sullivan na ronda anterior também por 13-12, sofreu agora destino igual, às mãos do compatriota de Ronnie.
An emotional Stuart Bingham reaches only his second Betfred World Snooker Championship semi final. The last time, he won it. Mark Selby is up next…#ilovesnooker | @WeareWST pic.twitter.com/e1lrudqmAs
— BETFRED (@Betfred) April 28, 2021
McGill reviveu nesta ronda a sua primeira presença em Mundiais. Em 2015, o “Glaswegian Gladiator” também eliminou o campeão em título, então Mark Selby, nos oitavos. E também defrontou um inglês logo a seguir, nos quartos-de-final, tendo sido igualmente eliminado (na altura, o carrasco foi Shaun Murphy, campeão de 2005). Murphy viria a chegar à final nesse Campeonato do Mundo, mas perderia por 18-15 frente a… Stuart Bingham. Coincidência? Sim, claro, mas não deixa de ser curioso.
Retornemos ao jogo. Este foi pautado pelo equilíbrio, tendo McGill pontuado em 22 dos 25 frames disputado e Bingham em 19 deles, o que demonstra a igualdade de forças em cada singelo jogo deste encontro. Nenhum dos dois quebrou exibicional ou animicamente e estiveram colados em cada frame e em cada sessão, sempre apresentando qualidade altíssima de jogo. McGill fez oito breaks de 50 pontos para cima (incluindo três centenárias) e Bingham somou onze (quatro delas ultrapassaram os 100 pontos). Ou seja, 19 dos 25 jogos tiveram entradas de 50+ pontos.
Num jogo que esteve empatado a dois, a três, a quatro, a seis, a sete, a dez e a doze, a resiliência de Bingham fez a diferença, tendo o inglês recuperado da maior dilatação do marcador, 10-7, e virado o resultado para 12-10. No frame decisivo, brilhantemente forçado por McGill, o escocês ainda somou onze pontos, mas uma vermelha falhada permitiu a “Ball-run” Bingham fazer uma entrada de 125 pontos e marcar encontro com Selby.
Mark Williams (3-13) Mark Selby: parece que Selby não é pago à hora
Era o único embate entre multicampeões do Mundo. Mark vs Mark. Selby vs Williams. Tricampeão mundial vs tricampeão mundial. Acabou por ser… um treino para o inglês, que está a jogar uma barbaridade. Sempre fiel ao seu jogo calculista, em que favorece a precisão e a segurança defensivas à espetacularidade ofensiva, Mark “The Shark” não deu qualquer margem de manobra ao galês, último resistente da classe de `92 neste Mundial.
Não que Mark Williams não tenha tido oportunidades para ir à mesa e até pontuar; aliás, o “Welsh Potting Machine” só ficou em branco em cinco dos 16 frames disputados. Contudo, só por três vezes conseguiu pontuar mais do que o adversário. De resto, as três entradas superiores a 50 pontos feitas por Williams neste encontro foram nos três jogos que amealhou – 60 (num total de 80 pontos), 111 e 79 (de novo num total de 80 pontos).
As duas primeiras valeram-lhe os frames quatro e oito, permitindo ao galês levar uma desvantagem de 6-2 para a segunda sessão, que, perante a solidez de Selby na primeira sessão, chegou a parecer uma miragem. Ainda assim, a vantagem do “Jester from Leicester” era grande e foi consumada na segunda… e última sessão. Mark Selby já não precisou de regressar para uma terceira para arrumar com o jogo.
Venceu os quatro frames da primeira parte da sessão dois e levou para o intervalo da mesma um resultado de 10-2. Nesta altura, já se perspetivava a possibilidade de não haver terceira sessão. Mark Williams estava obrigado a vencer, pelo menos, dois dos quatro frames da segunda parte para forçar a sessão da noite. Venceu o primeiro jogo após o intervalo, mas cedeu os restantes três, fazendo apenas 33 pontos (16, zero, 17).
Um consistente Selby tratou de resolver o encontro sem virtuosismo. O Tubarão de Leicester chega, desta forma, às meias-finais cedendo apenas 11 frames – Bingham concedeu 27, Wilson perdeu 26 e Murphy foi derrotado em 25. Na ronda de acesso à final, Selby, campeão do Mundo em 2014, 2016 e 2017, defronta o homem que venceu o campeonato mundial de 2015, do qual Selby foi eliminado por McGill (que agora o foi por Bingham).