«Ainda não cumpri os meus objetivos de carreira» – Entrevista a Fred Gil

    BnR: Sentes-te com força para continuar a jogar durante vários anos?

    F.G.: Eu sinto-me com força e com vontade de continuar. Quando penso no final da minha carreira, eu vejo o número 36 ou 37. Ao mesmo tempo que sinto que estou já com muitos anos em cima, também sinto que está tudo a começar. Pareço um puto que está a começar: a organizar a equipa, as raquetes… Sinto que ainda está tudo por fazer. Ainda não cumpri os meus objetivos de carreira: sempre quis entrar nos 50 primeiros de singulares, sempre quis entrar no top’100 de pares, ganhar um título ATP de singulares, ajudar Portugal a chegar ao grupo mundial da Taça Davis… E falta-me também receber a quinta estrela ATP para receber o plano de reformas do ATP.

    BnR: Provavelmente já te fizeram esta pergunta várias vezes. Qual foi o melhor encontro da tua carreira?

    F.G.: O encontro frente ao Guillermo Garcia-Lopez na meia-final do Estoril Open, em 2010, foi incrível por ir à final. Em termos de nível, o jogo com o Monfils em Monte Carlo e também adorei uma vitória ao Karlovic em Miami.

    BnR: E o jogo que mais te custou perder?

    F.G.: Recentemente, os que me custam mais são aqueles em que não me consigo entregar ao jogo. Custa-me muito não me conseguir focar no encontro.

    BnR: Excluindo o torneio em Portugal, qual é o teu torneio favorito?

    F.G.: É difícil, são vários. Monte Carlo, Barcelona, Miami, os quatro grand slams são únicos, Indian Wells, Gastaad. A nível ATP é difícil dizer que algum foi mau. São todos excelentes, é difícil não estar bem.

    Frederico Gil frente a Alberto Montanes na final do Estoril Open de 2010, que o português chegou a liderar por 3-0 Fonte: Estoril Open
    Frederico Gil frente a Alberto Montanes na final do Estoril Open de 2010, que o português chegou a liderar por 3-0
    Fonte: Estoril Open

    Enquanto fazíamos esta entrevista, realizada no players lounge do Millennium Estoril Open, Felipe Cunha e Silva treinava com João Cunha e Silva num dos campos de treino.

    BnR: Achas que ele (Felipe Cunha e Silva), e esta nova geração em que ele se insere, tem qualidade para continuar este bom momento do ténis português?

    F.G.: Eu acho que o Felipe tem, mas poucos têm. O Frederico Silva, o João Domingues, o André Murta, o Duarte Vale… Todos eles estão a trabalhar bem. Mas também não vejo muitos.

    BnR: São poucos?

    F.G.: Sim, dez no máximo.

    BnR: No final da tua carreira, queres seguir a carreira de treinador?

    F.G.: Sim, claro. É um dos meus objetivos de vida. Quero muito ser um treinador e um muito bom treinador. O Felipe até já me falou há um ou dois anos que gostava que eu fosse o treinador dele, obviamente com o João. Por isso é que também jogamos pares.

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