FINAL: MEDVEDEV FORÇADO A HORAS EXTRAS!
Na grande final da competição disputada em solo francês, esta apresentava um duelo na teoria com tudo para ser desequilibrado. Os atores do episódio final desta edição eram Pierre-Hugues Herbert, grande sensação da prova e Daniil Medvedev que espalhara classe e facilidade até aqui. A disputa pela conquista do troféu principiou com o francófono a tentar colocar em prática a mesma receita que desregulara o jogo de Humbert na ronda anterior. Ciente de tudo isso, Medvedev que perdera no anterior duelo entre ambos, curiosamente jogado nesta cidade, mas a contar para a segunda divisão do ténis mundial, parecia ter plena noção disso. Acrescente-se que contrariamente ao que se supunha, nenhum dos contendores estava a tirar grande partido do seu golpe de saída. Três quebras de serviço na primeira meia dúzia de jogos, com a primeira partida a ficar selada pelo grande favorito a sagrar-se campeão desta prova, por 6-4, ao cabo de 38’.
Na segunda partida, começava-se a escrever o guião aguardado: Herbert subia à rede sempre que possível, isto quando não assegurava o ponto diretamente no serviço. Quanto ao tenista de leste, ia servindo muito bem e aplicando em pleno a potência e naturalidade das suas pancadas na linha de fundo. Sem quebras de serviço, não obstante o gaulês estar mais perto de o conseguir, foi num tie-break que se decidiu este segundo parcial. Aí e quando o russo parecia embalado rumo à vitória, visto ter estado no comando por 4-2, foi então que o atleta mais experiente puxou de forças vindas das suas entranhas! Arrecadando cinco pontos de modo consecutivo, transportando tudo para uma terceira e decisiva partida. Pena não haverem espectadores para lotar uma arena com mais de 15.000 lugares, que ia estando despida!
No derradeiro set e após os serviços terem reinado ao longo de uma dezena de jogos onde foram escassas as oportunidades de quebra de serviço, foi então que Medvedev, fruto de um Herbert já um pouco fatigado pelo grande percurso cumprido na semana marselhesa, desferiu o golpe derradeiro e ao fim de 2h14m arrecadou o seu décimo título de uma ainda curta mas auspiciosa carreira, tendo vencido o derradeiro parcial por 6-4.
De destacar ainda que o praticante russo pôs términus a um período que durava desde 25 de julho da longínqua temporada de 2005, altura desde a qual os denominados “BIG Four”: Novack Djokovic, Rafael Nadal, Roger Federer e Andy Murray, alternavam entre si as duas primeiras posições da classificação individual masculina.
A magnificent achievement for @DaniilMedwed 👏
For the first time since July 2005, a man not named Federer, Nadal, Djokovic or Murray is in the top two of the @FedEx ATP Rankings. pic.twitter.com/tdmZwxxcur
— ATP Tour (@atptour) March 15, 2021
Quanto ao tenista que atuava em solo pátrio, garantiu uma ascensão de 30 postos na mesma tabela. Com a presença na final, Herbert abandonou o lugar 93.º posto trepando até à posição 63 da mesma tabela, provando que se mantiver o foco na variante de singulares poderá voltar ao Top 40 onde figurou há três temporadas atrás.
Foto de Capa: Open 13 Provence