A seleção italiana de ténis conquistou a 111.ª edição da ATP Davis Cup, 47 anos depois da primeira vitória na competição. Os novos campeões derrotaram a Austrália, que voltou a ser a finalista perdedora, na última eliminatória do torneio, por 2-0, garantindo assim o segundo título da prova na cabine de troféus.
A edição mais recente da histórica prova de seleções foi realizada em Málaga, na Espanha. O país anfiltrão não participou nesta fase depois de ter sido eliminado na fase de grupos – ficaram atrás da Sérvia e da Chéquia. Os países participantes na Final Eight de 2023 foram a Austrália, o Canadá, a Chéquia, a Finlândia, a Itália, a Sérvia, os Países Baixos e a Sérvia.
Agora, caro leitor, vamos ver quais foram as duas grandes surpresas e a maior desilusão da fase a eliminar desta competição anual.
SURPRESA DA PRIMEIRA METADE DA FINAL EIGHT: FINLÂNDIA
A Finlândia voltou a surpreender na Davis Cup: chegaram às meias-finais. A seleção finlandesa nunca tinha chegado antes tão longe na prestigiada prova de ténis.
A equipa liderada por Jarkko Kalervo Nieminen foi para a Final Eight com Emil Ruusuvuori, Otto Virtanen, Harri Heliövaara, Patrick Kaukovalta e Patrik Niklas-Salminen. Os cinco tenistas e o treinador entram na história da modalidade no país.
Na fase de grupos, a Finlândia ficou em segundo, atrás do surpreendente Países Baixos, e deixou para trás a Croácia e os Estados Unidos. Com esse resultado, ficaram na primeira metade da Final Eight, juntamente com a Austrália, o Canadá e a Chéquia.
Nos quartos-de-final, a equipa treinada por Nieminen derrotou os campeões da prova no ano anterior, o Canadá, por 2-1, sem a presença de Ruusuvuori, a estrela da seleção finlandesa. No entanto, o número 57 da hierarquia da ATP esteve presente nas meias-finais, contra a Austrália, onde foram eliminados por 2-0.
A seleção nórdica de azul e branco não esteve presente na derradeira eliminatória, mas o feito que alcançou na edição deste ano da Davis Cup merece ser destacado.
SURPRESA DA SEGUNDA METADE DA FINAL EIGHT: ITÁLIA
A vencedora do torneio acaba por ser uma surpresa. A seleção conta com vários tenistas com talento e experiência, no entanto não estava presente numa final desde 1998.
A equipa vencedora foi liderada por Filippo Volandri e tinha sob o seu comando, por ordem de posição na hierarquia ATP, Jannik Sinner, Lorenzo Musetti, Lorenzo Sonego, Matteo Arnaldi e Simone Boletti. O plantel recheado com jovens italianos – média de idade de 26.2 anos devido a presença de Simone Boletti de 38 anos – fez história.
A segunda posição na fase de grupos, atrás do Canadá, os vencedores de 2022, que foi jogada em setembro, obrigou a seleção italiana a jogar na segunda metade da Final Eight, no mesmo lado que a Sérvia, o Reino Unido e os Países Baixos.
Os futuros campeões eliminaram os Países Baixos, nos quartos-de-final, e a Sérvia, nas meias-finais – ambas as eliminatórias por 2-1. Nas duas eliminatórias, Jannik Sinner, a estrela da seleção italiana, foi crucial por ter garantido as quatro vitórias nas duas eliminatórias. Derrotou Novak Djokovic nas meias-finais e tornou-se no primeiro tenista a derrotar o sérvio no mesmo ano desde Daniil Medvedev em 2019.
Na derradeira e última fase, não foi preciso ser jogado o jogo de pares: Matteo Arnaldi e Jannik Sinner derrotaram Alexei Popyrin e Alex de Minaur, respetivamente. A Austrália perdeu a segunda final consecutiva num torneio que ficará na história do ténis italiano.
DESILUSÃO DA FINAL EIGHT: CANADÁ
A seleção vencedora da Davis Cup de 2022 foi eliminada nos quartos-de-final, em Málaga, pela Finlândia, a surpresa da primeira metade da Final Eight, por 2-1. Entre as quatro seleções que foram eliminadas na primeira eliminatória da fase a eliminar, o Canadá acabou por ser a eliminação mais sonante.
Na fase de grupos, os canadianos venceram o grupo composto por Itália, Chile e Súecia para avançar para a fase decisiva da prova.
Frank Russell Dancevic, selecionador do Canadá, levou Félix Auger-Aliassime, Gabriel Diallo, Alexis Galarneau, Milos Raonic e Vasek Pospisil para a Final Eight. Ao contrário do ano anteiror, o selecionador não teve ao seu dispor Denis Shapovalov, um dos melhores tenistas canadianos e uma das principais figuras no título, devido a uma lesão no joelho que colocou fim à sua temporada no final de outubro. A eliminação dos campeões nos quartos de final deu uma garantia: a Chéquia continua a ser o último país a vencer a Davis Cup em dois anos consecutivos – em 2012 e 2013. A Itália vai ter a hipotése de quebrar o recorde em 2024.