LISBOA – O PONTO DE VIRAGEM E CONSOLIDAÇÃO DE ALCARAZ
Após competir a nível bastante superior ao inscrito no seu CC – em Barcelona, num torneio ATP 500, e em Madrid, numa prova ATP Masters 1000 – o atleta participou num dos quatro eventos organizados com a chancela da Federação Portuguesa de Ténis. Este o de maior prestígio, visto tratar-se de um torneio que atribuiria 125 pontos para quem emergisse vitorioso nos courts do Jamor.
De salientar que, no ATP Madrid, teve a honra e privilégio de atuar frente ao seu ídolo Rafael Nadal em pleno court central da “Caja Mágica”, no dia em que completou o seu 18º aniversário.
You’re looking at the youngest Spaniard to win an ATP title since Nadal in 2004 🏆
📸: @CroatiaOpenUmag pic.twitter.com/dhmrfW8G8Z
— ATP Tour (@atptour) July 26, 2021
Nessa competição em solo nacional, Alcaraz quase que como “passeou” pura classe, uma vez que sairia de Oeiras coroado campeão do evento, sem ceder qualquer partida a caminho de tamanha conquista.
Esse sucesso em terras de Cabral colocava o “menino” murciano pela primeira ocasião dentro dos 100 primeiros da classificação individual masculina, de onde não mais saiu até à data.
Arriscamos dizer que este deverá ter sido, em muitos e longos anos, o derradeiro evento desta categoria por ele jogado, dado pertencer a um nível claramente ATP.
Com as suas prestações a indiciarem que algo grandioso estaria na forja, este vaticínio concretizou-se na passada semana ao sair de Umago como vencedor da prova croata.
Alcaraz revelou grande autoridade numa final em que teve do outro lado da rede o antigo top-10 mundial, o gaulês Richard Gasquet.
A vitória, selada em menos de duas horas, foi a extensão de tudo o que de melhor se espera para um jogador que tem na sua poderosa e fulminante direita, bem como na consistência, os seus principais predicados.
Já a baixa percentagem de primeiros serviços e o pouco partido que extrai desse mesmo golpe serão pontos a melhorar. Algo que, diga-se, e uma vez que o seu corpo ainda “encherá” bem mais em termos musculares, poderá desenvolver com muito trabalho físico, esta “pancada”.
Contudo, a sua potência de jogo é algo incrível para quem ainda tem o corpo em desenvolvimento.
HISTÓRICO! Com 18 anos recém completados, Carlos Alcaraz conquistou seu primeiro troféu de ATP. O espanhol sagrou-se campeão do ATP 250 de Umag na Croácia ao vencer na final o veterano francês Richard Gasquet, por duplo 6/2 em 1h16 de partida. #SET #SomosTenis #Alcaraz pic.twitter.com/judExavQFa
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A conquista deste seu primeiro torneio ATP levá-lo-ia, e após ascender 18 postos, a “aterrar” na 55ª posição da hierarquia mundial.
Dito isto, e como nem só de sucessos se fez esta última semana para Carlitos, a sua falta de paciência e a procura em terminar de forma muito rápida todos os pontos, serão características a melhorar futuramente.
A prová-lo, a sua queda precoce na 1ª ronda do ATP 250 de Kitzbuhel na Áustria, aos pés de um tenista caseiro, apenas classificado na 297ª posição do ranking, que atuava pela primeira vez num palco de tão relevante valor.
Outra questão, que a meu ver terá sido mal gerida pelo seu staff, tem a ver com o facto de, e após a melhor semana da sua vida tenística, o mesmo não ter cancelado a sua inscrição na prova austríaca.
Posto isto, acabou por sucumbir ao desgaste de uma semana intensa, quando poderia perfeitamente ter poupado energias de modo a encontrar-se em melhor condição física para abordar a prova seguinte.
Mesmo com muito para melhorar e evoluir, Alcaraz, mantendo-se saudável e sem deslumbramentos, tem tudo para tornar-se num dos futuros membros do top-10.
Em adição, sob pó de tijolo poderá mesmo ombrear com os melhores da modalidade.
Alcaraz é um nome a seguir que poderá ameaçar tomar de assalto o Ténis mundial!
Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos