Académica 1-1 Moreirense: Os fantasmas ainda não foram embora

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    Parecia tudo bem encaminhado para que a Académica fosse somar, ao fim de quase dois anos, a segunda vitória consecutiva, em casa, em jogos do campeonato. Parecia tudo encaminhado para que o regresso de Marinho aos relvados acontecesse da maneira que ele mais gostaria, com uma vitória da sua Briosa. Os aguaceiros já tinham abençoado o regresso do mítico herói do Jamor, a Mancha Negra cantava e gritava como num passado não tão distante e, para ajudar à festa, Trigueira ia defendendo tudo o que podia e não podia. Parecia tudo reunido para que os fantasmas de resultados e exibições aquém do esperado fossem, de vez, exorcizados. A euforia ia-se instalando, havia legítimas esperanças de que a Briosa iria voltar a vencer. Finalmente, um final feliz? Nada disso. Hugo Miguel deu cinco minutos de descontos, não quatro ou três, e o Moreirense não deixou escapar essa janela de oportunidade, marcando naquele que foi, praticamente, o último lance do encontro, sentenciando o resultado em 1-1, num final de horror, que fez jus à época de Halloween e  terminou com as ambições dos estudantes.

    De facto, este não foi um resultado merecido para a Académica, que desde o início partiu para cima do seu adversário, privilegiando o lado direito do ataque, onde Hugo Seco esteve particularmente activo, dando enormes dores de cabeça a Evaldo, não só pela sua irreverência mas pelo excelente entendimento que revelou com Oualembo e que foi o principal responsável dos lances de perigo perto da área minhota e que ilustravam na perfeição o domínio da Académica.

    «Os meus jogadores não mereciam este resultado»- Filipe Gouveia"
    «Os meus jogadores não mereciam este resultado» – Filipe Gouveia”

    Foi sem surpresa que chegou o golo inaugural, para os estudantes, com Obiora a desferir um pontapé, à entrada da área, que contou com um desvio o de um jogador do Moreirense, mas só terminou nas redes da baliza de Stefanovic.

    O Moreirense reagiu, e conseguiu incomodar a Académica com o virtuosismo de Vítor Gomes e o poderio físico de Rafael Martins (que chegou a atirar uma bola ao poste), mas Trigueira esteve sempre seguro na baliza e a defesa da Académica revelou-se sólida.

    No segundo tempo, mais do mesmo, com o Moreirense a correr atrás do prejuízo, com Rafael Martins, novamente, a criar perigo e Trigueira a impor-se de forma competente. Porém, a partir deste lance, no início da segunda parte, a Académica revelou-se completamente impermeável e soube controlar o encontro, tendo estado perto do 2-0, que Hugo Seco, isolado, falhou.

    O tempo ia passando e o desespero tomava conta dos Cónegos que já tinham o seu guarda-redes na área contrária e a “carne toda no assador” (Rafael Martins passava a ser auxiliado por Luís Carlos e Boateng no ataque). Isso trouxe dividendos – Fati aproveitou o recuo da defesa da Académica, rematou de longe, beneficiou de um ressalto que fez a bola entrar na baliza de Trigueira. Sorte, sim, mas essa protege os audazes.

    A Figura:

    Pedro Trigueira (Académica) – Salvou a Académica com várias intervenções de nível elevado, fazendo relativizar o desperdício dos seus colegas da frente e a inoperância ofensiva que, não raras vezes, caracterizou o processo de ataque da Briosa.

    O Fora-de-Jogo:

    Hugo Miguel – Deixou passar em claro a expulsão de Stefanovic, guarda-redes do Moreirense, que travou Nii Plange quando este ficaria com a baliza à mercê, deu 5 minutos de descontos que foram algo exagerados e pareceu ter perdido a mão no encontro, amarelando, só na primeira parte, quarto jogadores do Moreirense.

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