Académica OAF 2-1 CD Tondela: A sentença de uma trivela

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    A árdua luta pela manutenção na Liga Portuguesa teve mais um capítulo, e a Académica voltou a sair vencedora, com justiça, batendo o Tondela por 2-1, num jogo que fica marcado pelo seu ponto final – uma trivela sensacional de Hugo Seco, que selou a reviravolta e que garantiu à Briosa a terceira vitória consecutiva em casa.

    O jogo começou equilibrado, com a posse de bola dividida, embora o esférico ocupasse mais o meio-campo do Tondela. O primeiro sinal de perigo surgiria via bola parada, para a Académica. Leandro Silva bate, de livre longo, para a área tondelense, e João Real cabeceia ao poste da baliza defendida por Cláudio Ramos. O Tondela assustou-se mas reagiu… e de que maneira! Dolly Menga impõe o físico, descobre espaço no lado direito do ataque e cruza baixo e tenso para a pequena área da Briosa, onde aparece Murillo a desviar, subtilmente, para as redes defendidas por Trigueira.

    Como seria de esperar, a Académica assumiu o jogo e soube fazê-lo, partindo para cima do adversário, correndo atrás de um prejuízo que não merecera. Primeiro foi Pedro Nuno (de regresso ao onze), isolado por Aderlan, a rematar para defesa de Cláudio Ramos; depois foi João Real, na resposta a um canto batido pelo Benjamin do onze academista.

    O Tondela, mais uma vez, soube responder e deixou vincado que não se coibira de procurar ampliar a vantagem (apesar de Cláudio Ramos ter, a dada altura, mostrado o contrário com sucessivas demoras na reposição da bola quando tinha de bater livres ou pontapés de baliza, o que lhe valeu um amarelo ainda na primeira parte). Dolly Menga, à entrada da área, rematou, em arco, a rasar o canto superior direito da baliza de Trigueira.

    O jogo estava animado, mesmo tendo em conta o estado do relvado (muitíssimo escorregadio, qual pista de gelo), e foi a Académica a deixar o sinal mais antes do descanso, outra vez de bola parada e por Leandro Silva, que bateu, a meio do meio-campo, um livre ao segundo poste, onde apareceu Ivanildo a cabecear para grande defesa de Cláudio Ramos para canto… que o árbitro não permitiu que se cobrasse, indo para as cabinas com as orelhas arder, pois antes deste lance já tinham existido alguns protestos por uma pretensa mão na área do Tondela.

    A atitude positiva da Académica na primeira parte foi amplificada na segunda, e cedo se percebeu a vontade da Briosa em ganhar esta batalha na guerra da manutenção: em dois minutos, três ocasiões de perigo, primeiro com Gonçalo Paciência a rematar para defesa apertada de Cláudio Ramos, depois, um canto de Pedro Nuno quase entra directo na baliza do Tondela, e, na recarga, Leandro atira ao lado. O Tondela ia mostrando que sabia sair da sua zona defensiva, sobretudo através de iniciativas levadas a cabo por Murillo, autêntico speedy gonzalez, a arrancar desde o meio-campo tondelense rumo a iniciativas prometedoras. Numa delas, obrigou Trigueira a esforçar-se, noutra, na conversão de livre directo, atirou perto do canto superior esquerdo da baliza estudantil, noutras duas arrancou amarelos a Fernando Alexandre e Leandro Silva.

    A festa do empate Fonte: Académica OAF
    A festa do empate
    Fonte: Académica OAF

    Perante esta ousadia do peruano e a falta da correspondência exibicional da Académica face aos primeiros minutos, Gouveia decidiu mexer no jogo e fez entrar Rafael Lopes e Hugo Seco para os lugares de Pedro Nuno e Marinho. Momento-chave na reviravolta da Briosa. Poucos minutos depois da entrada desta dupla, a Académica empatava. Ivanildo cruza da direita, e aparece Rafa Lopes a atirar a contar.

    A Académica continuou a tentar, a cair em cima do Tondela, remetendo o adversário para o seu meio-campo, e essa pressão trouxe frutos. Na ressaca de um canto, a bola é cabeceada no lado direito do meio-campo do Tondela, sobra para Hugo Seco, no lado oposto, que, num momento  de inspiração, sem deixar cair a bola, remata de trivela fazendo um chapéu a Cláudio Ramos. Um golo estrondoso, que sentenciou a partida e o jogo. A partir daí, o Tondela reagiu, mas de forma muito envergonhada, facilitando à Académica a tarefa de suster o ataque contrário.

    A Briosa soma assim três pontos importantíssimos na luta pela manutenção, garantindo uma distância de seis pontos (provisória) para a linha de água, que a faz encarar a segunda volta com muito ânimo. O Tondela voltou a perder e mantém-se agarrado ao último posto da tabela classificativa.

    A Figura:

    Jhon Murillo – Foi ele o motor da equipa do Tondela e destoou dos outros intervenientes da partida pela energia electrizante que emprestou ao encontro, contribuindo para que o espectáculo fosse ainda mais agradável. A sua velocidade impressiona e fez mossa na defesa academista.

    O Fora-de-Jogo:

    Nuno Santos – No primeiro golo não teve a agressividade necessária para atacar Ivanildo e impedir o cruzamento para o primeiro golo da Académica; no segundo “esqueceu-se” de Hugo Seco, que rematou à vontade. Erros cruciais no resultado final.

    Pergunta Bola na Rede:

    O Petit pegou na equipa do CD Tondela há cinco jornadas e houve dois treinadores antes de si. Considera estes dados decisivos para os resultados apresentados? Gostaria de ter mais estabilidade?

    Não. Eu acredito no trabalho dos jogadores. A equipa tem crescido, hoje sentimos a equipa um pouco mais nervosa (talvez por ser um dérbi) , temos 17 jogos pela frente e vamos levantar a cabeça.

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