Herói, é o termo atribuído ao ser humano que executa ações excepcionais, com coragem e bravura, com o intuito de solucionar situações críticas, recorrendo maioritariamente a princípios morais e éticos. No futebol, um herói, muitas vezes ganha esse precioso estatuto de forma improvável, a partir de um único momento, não necessariamente ditado como moral ou ético, mas igualmente épico para aqueles que assistem. E poucos palcos são melhores para o aparecimento de heróis do que um clássico entre SL Benfica e FC Porto.
Agora, em semana de clássico entre águias e dragões, é importante reavivar memórias e recordar aqueles que, de forma inesperada, gravaram o seu nome na história de um dos maiores clássicos do futebol português.
5.
João Félix – Com apenas 19 anos, e num contexto de disputa de liderança do campeonato, o jovem do Seixal emergiu para se tornar numa figura de enormíssimo destaque naquele jogo e consequentemente no resto da temporada do SL Benfica.
Em pleno Estádio do Dragão em Março de 2019, João Félix abriu caminho para o primeiro golo da reviravolta no encontro que foi um dos principais marcos para a Reconquista das águias ao serviço de Bruno Lage.
4.
Hector Herrera – Apesar de capitanear os azuis e brancos à data, o mexicano tornou-se um herói improvável na equipa dos dragões por conta daquele golo aos 90 minutos em pleno Estádio da Luz.
A quatro jornadas do fim, na época 2017|2018, com um tiro fora de área, Herrera colocou os dragões no primeiro lugar da tabela classificativa, ultrapassando assim o adversário que acabava de vencer em Lisboa. Um golo importantíssimo que ajudou em muito na conquista do título de campeão nacional daquela temporada.
No fim da mesma, o golo acabou mesmo por ser nomeado como o melhor de toda a edição da Liga.
3.
André Gomes – Depois de uma primeira derrota por 1-0 no Dragão, a contar para a Taça de Portugal, o Benfica de Jorge Jesus estavam obrigados a vencer os azuis e brancos na segunda mão da eliminatória para chegar à ambicionada final.
Com o placard a mostrar o 2-1 no marcador a faltarem dez minutos para o apito final, faltava apenas um golo para que fosse garantida a final do Jamor. É nesse momento que surge André Gomes, o menino de 20 anos formado no Seixal, mas com passagem pelo FC Porto, que tirou um coelho da cartola e enviou os encarnados para a final da Prova Rainha.
Um final épico, ainda mais sensacional por vir de um jogador da casa encarnada. Um verdadeiro sonho de menino.
2.
Zaidu – O empate era suficiente naquele jogo, mas, para que o orgulho não ficasse de maneira alguma ferido, o lateral nigeriano garantiu os três pontos para os dragões no estádio rival aos 94 minutos da partida. Golo esse que garantiu também, o título de campeão nacional do Porto na época de 2021|2022.
Num contra-ataque rápido, Zaidu gelou o Estádio da Luz e colocou um ponto final nas contas do campeonato para alegria daqueles que se deslocaram a Lisboa para ver o seu clube se sagrar campeão. Já os benfiquistas, tiveram de assistir a este feito numa altura em que só um bom desfecho nesta partida poderia consular minimamente a época que havia decorrido.
1.
Kelvin – A definição de herói improvável. No dia 11 de maio de 2013, o Porto recebeu em casa os eternos rivais do Benfica, primeiros classificados à entrada para o jogo, e, numa partida em que os encarnados até se tinham adiantado primeiro no marcador, o brasileiro entrou ao minuto 79 e consumou a reviravolta no eterno minuto 92.
A passe de Liedson, Kelvin rematou de primeira e colocou a bola no fundo das redes de Artur, gravando assim esse momento na história do futebol português. Com este golo, e a consequente vitória, os portistas garantiram praticamente aquele que viria a ser o seu terceiro campeonato nacional seguido à data, confirmado na jornada seguinte.
Até hoje, o brasileiro é lembrado por esse golo que deixou Jorge Jesus de joelhos no chão.