5 grandes obstáculos da segunda volta | SL Benfica

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    Claro que para um exercício desta natureza ter algum tipo de sucesso é necessário a sucessão de peripécias da linha temporal se manter fiel ao traçado presente – com o FC Porto a cinco pontos do SL Benfica, luta aberta pelo título de campeão nacional.

    Os encarnados, à boa posição interna, juntam a boa prestação europeia, com os caminhos dos Quartos de final ao dispor depois da vitória na Bélgica. Este Benfica, o que vai impondo a qualidade do seu futebol sobre a maioria dos adversários e que conta uma derrota em 38 jogos, foi o Benfica tido em conta para reunir aqui, em jeito de previsão, os cinco jogos mais difíceis até final da temporada em contexto interno.

    Das 14 jornadas restantes, são estes que, para o Bola na Rede, se constituem como os mais preponderantes no futuro encarnado pela mistura de circunstâncias que resultam do momento em que surgem no calendário. O futuro europeu, dependente de muitos e variados factores, foi claramente tido em conta.

    5.

    CS Marítimo – SL Benfica, Jornada 24, fim de semana 11/12 março – Foi durante muito tempo um campo dificílimo para o Benfica. Quando Nuno Gomes desfez o nó com um golaço em 2002/03 (1-2), quebrou malapata com sete anos.

    De 1996 a 2003, o Marítimo vencera seis das oito recepções aos encarnados. Acontece que desde esse pontapé de fora da área, o Benfica tornou o registo muito mais risonho – afinal, visitar a Madeira nunca deverá ser motivo para tristeza: 20 jogos, e por apenas quatro vezes o Marítimo saiu vencedor.

    A última vez já no longínquo 2020, naquela vitória construída pelos sprints de Nanu que crucificaram finalmente Bruno Lage. Portanto, não é propriamente pelo histórico recente que se nomeia aqui a ida aos Barreiros como um dos mais difíceis da segunda volta 2022-23: é pelas circunstâncias que o Marítimo atravessa, desesperado por pontos, e pela data.

    A segunda mão com o Club Brugge KV joga-se quatro dias antes e poderá resistir, pelas hostes encarnadas, ainda alguma histeria pela mais que provável qualificação. Na outra possibilidade, uma épica reviravolta belga na Luz, tornará o Benfica num conjunto em depressão. E aí, uma viagem em trabalho à Madeira, com reacção obrigatória, não será o cenário mais apelativo…

    4.

    FC Porto x SL Benfica André Almeida
    Fonte: Diogo Cardoso/BnR

    SL Benfica – FC Porto, Jornada 27, fim de semana 8/9 abril – Até lá, para o Benfica, há Boavista, Vizela, Famalicão, Vitória e Rio Aves, além do Marítimo; Para os portistas é Rio Ave, Gil Vicente, Chaves, Estoril, Sp Braga e Portimonense. Algures (de 20 a 28 de Março) há pausa para selecções (Portugal tem compromissos com Liechenstein e Luxemburgo) e por isso tanto ainda pode mudar, tanto pode acontecer: mas se tudo se proporcionar pelo mais provável, será O jogo do título. E mais importância ganha quando se percebe que a primeira mão dos Quartos europeus se jogam quatro dias depois, a meio dessa semana que será então completamente decisiva.

    Guloseima hipotética: o Benfica ultrapassa o Brugge, os dragões despacham o Inter e o sorteio (17 de Março) dita Clássico na próxima eliminatória. Conseguem imaginar?

    3.

    GD Chaves – SL Benfica, Jornada 28, fim de semana 15/16 abril – Em perspectiva, é um dos mais perigosos jogos da segunda volta encarnada por um leque de razões muito válidas, não sendo uma delas o histórico recente de flavienses em casa – a vitória frente ao Marítimo, no principio de Fevereiro, foi a primeira em… três meses e meio – e, por isso, não será pela dificuldade real do confronto que o Benfica passará dificuldades: mas sim pelo contexto temporal e competitivo em que se insere. Porto, 1.º mão, Trás-os-Montes, 2.ª mão. De quatro em quatro dias. É a sequência capital da época.  

    Os Quartos da Liga dos Campeões, eliminatória para a qual o Benfica já esboça preparativos, jogam-se antes e depois desse fim de semana de 15 e 16 de Abril. Ou seja, a primeira mão será qualquer coisa como 11/12 de Abril e a segunda logo depois, a 18/19. Uma ida a Chaves nestes aparatos seria um dos últimos desejos dos responsáveis encarnados, sobretudo pela cansativa viagem que não permitirá grandes arranjos táticos e mentais, já que o foco do plantel estará, involuntariamente, no duplo confronto europeu.

    O Chaves, apenas participante no Campeonato onde é 9.º classificado, completamente tranquilo na tabela, terá semana de intervalo entre o jogo anterior (ida a Barcelos, visitar o Gil que por agora está a três pontos) e a seguir apanham o avião para os Açores, para competir contra um real aflito (o Santa é  16.º, a seis pontos da salvação) – recebem então o Benfica completamente restaurados fisicamente, única via pela qual conseguirão infligir aos encarnados perda de pontos. Na primeira volta, na Luz, houve mão-cheia. 

    2.

    SL Benfica – SC Braga, Jornada 31, fim de semana 6/7 maio – Joga-se no fim de semana antes dumas eventuais meias-finais europeias, e esse pode ser mais um dos motivos para engrandecer um duelo já clássico, mas com episódios entusiasmantes nesta temporada, naquela que será a derradeira oportunidade para o Benfica se vingar dos únicos que o souberam manietar. No sprint final do título, todas as razões e mais algumas para assinar vitória esclarecedora e colocar definitivamente as mãos no troféu – o Porto poderá, eventualmente, caso continue em perseguição assertiva, assistir de cadeirinha: joga em Arouca nessa jornada e resta-lhe cumprir a tradição, somando os três pontos num campo onde sempre ganhou…  

    1.

    Sporting CP – SL Benfica, Jornada 33, fim de semana 20/21 maio – Pela quarta época consecutiva, há jogo entre vizinhos em cima da meta. 2019-20, primeira época de Rúben Amorim, vitória encarnada em casa; Época seguinte, com o Sporting já campeão, vitória benfiquista por 4-3; e na temporada passada, quando Nélson Veríssimo foi a Alvalade ganhar e entregar de bandeja o título ao FC Porto. Desta vez, é Amorim quem terá palavra a dizer no desfecho duma corrida que não é sua – continuando assim até esse longínquo final de Maio, com azuis e encarnados coladinhos na frente. Pode o Sporting decidir o título, pode o Sporting receber em sua casa um Benfica já da cara pintada… e pode também realizar-se jogo sem interesse para nenhum dos dois, se o Benfica claudicar pelo caminho, a hipótese menos entusiasmante para todos.

    E colocando todos os cenários possíveis em cima da mesa, uns dias antes (16/17 de Maio) joga-se a segunda mão das meias-finais europeias. Quão positivo seria para o futebol português se o derby se jogasse em clima de total euforia – com as equipas completamente exaustas?  

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    Pedro Cantoneiro
    Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
    Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, o Benfica como pano de fundo e a opinião de que o futebol é a arte suprema.