É sabido que o 4-4-2 nunca foi o esquema táctico predilecto de Rui Vitória. Assim que chegou ao Benfica, este tentou implementar sem sucesso o 4-3-3 que trouxe do Vitória SC. E consequentemente, os maus resultados iniciais fizeram com que Rui Vitória tivesse de ceder aos processos aos quais a sua equipa estava mais habituada.
Mas o facto é que os modelos que o levaram a conquistar dois campeonatos no Benfica, são na verdade, variações de um 4-4-2 que deixam a equipa mais próxima de um sistema com 3 homens no miolo: em 2015/2016, com Pizzi a interior direito a dar apoio ao miolo e com Jonas a descair para a ala direita; em 2016/2017, com Fejsa e Pizzi a formarem dupla no miolo e com Jonas ou Gonçalo Guedes a recuarem para procurar jogo no centro do terreno.
No entanto, desde há algum tempo para cá que, perante a significativa evolução táctica que o futebol tem tomado, tem vindo a vigorar uma concepção de que o 4-4-2 é uma táctica que está ultrapassada e que pode ser facilmente anulada por uma equipa agressiva e pressionante que atue com mais homens no meio-campo.

Fonte: SL Benfica
Por aquilo que eu aprendi a ver futebol, acredito que nos dias de hoje, o sistema de 4-4-2 que seja mais capaz de vingar seja um modelo à imagem daquele com que o Mónaco foi campeão francês e chegou às meias-finais da Champions na época passada: um 4-4-2 com dois médios de grande capacidade física e que cobram grande parte do terreno de jogo, dois laterais que perfaçam todo o corredor, e dois extremos/interiores que actuem mais como criativos e pensadores de jogo do que como alas puros.
No entanto, o plantel do Benfica possui jogadores com outras características. E as saídas que não foram devidamente compensadas no mercado, e as exibições aquém das exigências, espelharam a necessidades no modelo de jogo e na forma de jogar com a equipa. E a vitória em Guimarães mostrou que o 4-3-3 é a melhor táctica para esta equipa e algumas coisas que esta pode trazer.