CD Trofense 1-2 SL Benfica: Não faltou alma…nem Almeida

    A CRÓNICA: (QUASE) HOUVE TAÇA, EM 120 MINUTOS DE ALMA, E ALMEIDA

    O SL Benfica deslocou-se à Trofa e sofreu para vencer o CD Trofense por 1-2 num jogo marcado pela grande alma trofense e pela ineficácia da equipa da luz, que teve em André Almeida o grande decisor da partida.

    Foi um SL Benfica intranquilo, porém mais forte que, finalmente, quebrou o enguiço perante o CD Trofense. À terceira foi mesmo de vez para o clube da luz, que venceu, pela primeira vez na história (uma derrota e um empate nos únicos confrontos em 2008/2009) o emblema da Trofa.

    Dito isto, o desfecho foi positivo, mas o jogo principiou e acabou, surpreendentemente, tremido para a equipa da Luz. O CD Trofense — subido e destemido — entrou com tudo e várias vezes forçou o erro na defensiva encarnada. Desde cedo, seja no momento sem bola, ou na hora da bola parada, foi notório que a equipa da casa não vinha para ‘picar o ponto’. Pelo contrário.

    O primeiro susto para Jorge Jesus surgiu logo ao minuto 12, com um facilitismo de Helton Leite que quase dava num golo de bandeja para Bruno Almeida.

    De seguida, João Paulo Gomes cabeceou por duas vezes e deu o mote para o que se seguia — o golo anulado à equipa da Trofa. A jogada foi quase perfeita: Vasco Rocha encontrou Bruno Almeida entrelinhas, que perfurou e encontrou Elias — entrado ao minuto dois — naquele que seria o golo inaugural, no entanto, irregular.

    Ainda assim, esta pressão alta do CD Trofense teve os seus malefícios, principalmente quando a bola chegava com tempo e espaço para os criativos encarnados.

    Pizzi, Cebolinha e Taarabt foram os principais homens em destaque no primeiro tempo.

    Cebolinha, após duas tentativas, conseguiu mesmo marcar. Pode-se dizer que à terceira foi de vez. Numa deambulação da esquerda para o meio, o internacional brasileiro atirou uma autêntica bala fora de área e inaugurou o marcador na Trofa. 0-1 ao minuto 22.

    Depois do golo, uma tempestade de oportunidades para o SL Benfica, que via Rodrigo Moura realizar uma partida tremenda.

    Ao intervalo, a vantagem mínima (0-1) permitia o CD Trofense sonhar, enquanto o SL Benfica apenas podia queixar-se de si próprio por não conseguir ampliar o marcador.

    No início da segunda metade, a toada não se alterou. SL Benfica por cima, porém, com a sensação de que o CD Trofense a qualquer momento poderia ter o «o seu momento».

    Aliás, a ineficácia e incapacidade de gerir ritmos, até podem não ser amigos, mas andaram de mãos dadas com o SL Benfica o jogo praticamente todo. O clube da luz não foi eficaz e, ao minuto 80, os homens da casa avivaram a partida com um golo de Pachu após assistência perfeita de Tiago André. Surpresa na Trofa!

    Tudo empatado ao fim dos 90 min (1-1), o jogo seguiu para prolongamento.

    O início do prolongamento não podia ter sido mais penalizador para a equipa da casa. Após assistência de Weigl, André Almeida – numa arrancada de assinalar – apareceu isolado e não vacilou perante Rodrigo Moura.

    1-2 para o SL Benfica e normalidade restaurada. Um resultado que, até final, não iria sofrer quaisquer alterações.

    Vitória para os encarnados num jogo de grande espírito e muita festa, como é costume na Taça de Portugal. Independentemente do desfecho final, a equipa da Trofa pode afirmar que se «agigantou» perante o clube encarnado e que «quase fez Taça».

     

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    André Almeida – Vasco Rocha merecia o destaque – exibição exímia e sentido posicional fantástico – mas, André Almeida foi quem acabou por marcar o golo decisivo do SL Benfica e foi quem trouxe a alma necessária num jogo exigente e de caracterísiticas muito específicas.

     

    O FORA DE JOGO

    Gil Dias
    Gil Dias foi o primeiro encarnado a lesionar-se
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Lesões prematurasO minuto 2 já pressagiava, e acabou mesmo por se revelar um jogo marcado por três lesões, sendo que duas delas aconteceram de forma muito precoce no jogo. Uma para o CD Trofense – Barthélémy Diedhiou – e duas para os encarnados – Gil Dias e Lázaro. Um jogo que teve, de facto, um pouco de tudo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TROFENSE

    A equipa orientada por Rui Duarte alinhou no seu 3-4-3 habitual, com Tiago André e Lionn nas alas, sendo estes os principais responsáveis por dar largura ao jogo do CD Trofense. Depois, com dois médios defensivos de referência – Vasco Rocha e Índio – permitiu, a espaços, que Bruno Almeida tivesse mais liberdade para criar com bola. Dois guarda costas que ofereciam segurança no momento da perda e, igualmente, serenidade com bola.

    Defensivamente, e no momento do jogo posicional ofensivo do SL Benfica, Rui Duarte impôs uma forte pressão sobre a primeira fase de construção da equipa encarnada. Ofensivamente, como esperado, os homens da casa procuraram ser pragmáticos e rápidos nas suas ações com Bruno Almeida a ser, em conjunto com Elias, o principal destaque da equipa da Trofa.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Rodrigo Moura (7)

    Lionn (5)

    João Faria (6)

    João Paulo Gomes (6)

    Caio Marcelo (6)

    Tiago André (6)

    Matheus Índio (5)

    Vasco Rocha (8)

    Bruno Almeida (6)

    Henrique Pachu (7)

    Barthélémy Diedhiou (-)

     

    SUBS UTILIZADOS

    Elias Achouri (6)

    Bruno Moreira (6)

    Andrezinho (6)

    Simão Martins (6)

    Keffel (6)

    Rodrigo Ferreira (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Caras novas e o mesmo sistema de sempre (3-4-3). Jorge Jesus apesar das muitas mudanças, não apresentou nenhuma surpresa tendo em conta o esperado.

    Ora, com um trio de centrais diferente do habitual – Vertognhen, Morato e André Almeida -o SL Benfica tinha em Pizzi a referência na construção e criação de jogo, enquanto Cebolinha foi quase sempre o principal homem-alvo para ferir a linha do CD Trofense.

    Já com Weigl, João Mário e Roman Yaremchuk dentro de campo, a equipa encarnada jogou de forma mais apoiada e sempre na procura da melhor decisão, ainda que a turma da casa tenha dificultado muito a tarefa de todos. Substituições que vieram com o intuito dos encarnados gerirem a partida de forma mais asseverativa e possante.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Helton Leite (5)

    Gilberto (6)

    André Almeida (8)

    Vertonghen (6)

    Morato (6)

    Gil Dias (-)

    Meité (4)

    Pizzi (6)

    Taarabt (5)

    Everton Cebolinha (7)

    Gonçalo Ramos (5)

     

    SUBS UTILIZADOS

    Julian Weigl (6)

    João Mário (6)

    Roman Yaremchuk (6)

    Nemanja Radonjić (5)

    Ferro (5)

    Lázaro (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

     

    CD TROFENSE

    Bola na Rede: Boa noite mister, gostaria de lhe perguntar sobre a pressão alta que exerceu no SL Benfica, principalmente no primeiro quarto de hora. Sentiu que, ao não baixar tanto as linhas, que poderia forçar o erro no SL Benfica e consequentemente chegar ao golo?

    Marco Vieira (Adjunto do CD Trofense): “Sim, a estratégia passava por aí, passava por pressionar alto a equipa do SL Benfica e condicionar muito, e conseguir roubar a bola nas alas para depois conseguir ferir o adversário nesse momento. Podia ter sido outra estratégia, mas acho que optamos pela mais correta, pelo menos agora no final do jogo poderia ter sido ainda melhor, mas podemos valorizar a grande exibição”.

    SL BENFICA

    Não foi possível realizar quaisquer perguntas ao mister Jorge Jesus

    Foto de capa: Diogo Silva / Bola na Rede

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.