O Sport Lisboa e Benfica recebe esta sexta-feira o Futebol Clube do Porto com o conforto de saber que mesmo perdendo sairá da jornada 27 com sete pontos de vantagem.
No entanto, espero que esse conforto seja apenas aparente ou que, melhor ainda, nem sequer exista no seio do grupo de trabalho. Por dois grandes motivos: em primeiro lugar, apesar de sete pontos de vantagem serem ainda uma almofada importante, a diferença entre vencer ou perder o Clássico traduz-se na diferença entre ter sete pontos de vantagem (sem vantagem no confronto direto) ou ter 13 pontos de vantagem, com vantagem no confronto direto (14 pontos, na prática). É – só – o dobro.
Portanto, apesar da aparência de conforto, não me parece haver espaço para pensar em qualquer outra coisa que não seja vencer (nunca pode haver num clube desta dimensão e com esta responsabilidade). Além disso, e passando ao segundo ponto, é importante vencer o Clássico na Luz por se tratar, na história recente, de uma raridade. O SL Benfica apenas venceu três dos últimos dez confrontos na Luz com o FC Porto e triunfou em apenas seis dos últimos 20. Olhando apenas para os Clássicos em Lisboa para a Liga Portuguesa, encontramos apenas dois triunfos encarnados nos últimos dez e quatro nos últimos 20.
Numa temporada em que tanto se fala, com razão, das mudanças implementadas na equipa e no clube por Roger Schmidt, em que tanto se fala de uma renovada mentalidade e forma de encarar as partidas, sobretudo frente aos adversários mais poderosos, torna-se fulcral que o falatório tenha correspondência e não caia em saco roto. Assim, apesar de ser “classificativamente” mais importante para os dragões, este Clássico no Estádio da Luz é de vitória obrigatória para as águias.
Ser campeão é o triunfo primordial sobre os rivais, mas batê-los nos confrontos diretos também tem o seu “quê” de importância. E, recorde-se, o SL Benfica, esta temporada, empatou o encontro com o Sporting CP e perdeu um e empatou outro (com derrota nos penaltis) com o SC Braga. É, claramente, algo a mudar. Veremos se Roger Schmidt terá capacidade para inverter a tendência mais recente e voltar a dar ao SL Benfica o “gostinho” de vencer o confronto direto com o FC Porto quatro anos depois.