FK Spartak Moscovo 0-2 SL Benfica: Números escassos para tanto controlo

A CRÓNICA: HOUVE DEMASIADO SL BENFICA NA RÚSSIA – E RUI VITÓRIA PODE AGRADECER À SORTE (E AO ÁRBITRO) DERROTA TÃO MAGRA

Rui Vitória tinha prometido uma equipa com “determinação e convicção” na véspera do encontro entre os seus russos e o SL Benfica. Não cumpriu, já que o Spartak Moscovo de pouco fez valer o seu estatuto de visitado, numa Otkrytiye Arena já com adeptos sempre prontos para puxar pela sua equipa.

O SL Benfica, nunca amedrontado, foi competente na perseguição dos seus objetivos e, apesar de iniciar com três centrais, nunca foi conjunto de tração atrás: antes sempre focado, atrevido, explorando as muitas deficiências defensivas do lado contrário.

Se os primeiros 15 minutos foram de equilíbrio – com muita pressão alta do Spartak, ainda que ineficaz – o jogo cedo se transformou num passeio para a turma benfiquista, onde Rafa se divertiu mais que qualquer outro: apostou na velocidade para criar o pânico no último terço e era ele que interpretava a maioria das transições rápidas.

Os golos que confirmavam o domínio, em certas fases avassalador, chegaram tardiamente na segunda parte: o SL Benfica já tinha ido para intervalo senhor do jogo, mas no regresso transformou o controlo numa sessão de tortura, submetendo o adversário a minutos de futebol sufocante e sem qualquer possibilidade de resposta.

Rafa tabela com João Mário aos 51’, aparecendo em ótima posição para fuzilar as redes à guarda de Maksimenko – garantiu aqui, de forma oficial, o prémio de homem do jogo. Rui Vitória era incapaz de acalmar a equipa, com muitos elementos inexperientes nestas andanças – notou-se bem o desconforto emocional de Umyarov (21 anos), um dos bons valores da equipa mas sem qualquer experiência competitiva neste patamar.

É possível alegar disparidade assinalável ao nível de talento individual e falta de recursos para a paupérrima prestação da equipa de Rui Vitória, mas continua-se a exigir mais de um candidato à Premier League russa: a organização defensiva inenarrável em muitos momentos demonstrada pela equipa não é adequada para este nível competitivo, confirmando ao treinador português a dificuldade da sua missão.

O 0-2 peca por escasso e não seria descabido, de todo, se o Spartak viesse à Luz com goleada na bagageira – só o árbitro da partida fechou o olho a três grandes penalidades por mão na área – mas as grandes ocasiões encarnadas sucederam-se em catadupa, sendo a única falha a apontar ao rendimento dos onze de Jesus: a falta de eficácia.

 

A FIGURA

Rafa Silva foi o principal desestabilizador do SL Benfica
Rafa Silva foi o principal desestabilizador do SL Benfica
Fonte: Isabel Silva / Bola na Rede

Rafa Silva – Correu, marcou, brincou: divertiu-se com o seu futebol, abusou da criatividade e do espaço dado pela caótica defesa russa para garantir ao SL Benfica um bom resultado em Moscovo. Estrela maior de um conjunto e muito bem apoiado por João Mário ou Diogo Gonçalves.

 

O FORA DE JOGO

Pizzi, médio do SL Benfica, realizou um jogo fraco
Pizzi, médio do SL Benfica, realizou um jogo fraco
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Pizzi – Além do senhor Srdjan Jovanovic, responsável pelo apito que fechou os olhos a três mãos dentro da grande área, de assinalar a pobre exibição do capitão benfiquista. Pouco prático nas suas ações, pouco discernido na definição de lances, não se notou empatia com o resto dos seus companheiros mais criativos: saiu substituído por Everton à passagem dos 65’, numa boa leitura de Jorge Jesus.

 

ANÁLISE TÁTICA – FK SPARTAK MOSCOVO

Rui Vitória deixou cair o 4-2-3-1 que resultados prometedores lhe tem dado para refugiar-se no 4-3-3, tirando Ignatov para preencher a intermediária com mais um médio de contenção: entrou Hendrix para o seu lugar, acomodando-se ao lado de Zobnin e Umyarov, dando músculo ao meio-campo mas pouca racionalidade na construção de lances ofensivos.

Foi uma equipa sempre muito dependente dos apoios frontais de Sobolev – impecavelmente controlado pela tripla de centrais encarnada – ou dos pormenores individuais de Bakaev, muito desacompanhado perante tanta organização contrária. Moses ou Quincy Promes, principais estrelas do conjunto, não foram a jogo de início por razões diversas – mas não foi esse o principal problema de Rui Vitória, que terá de mudar bastante na sua abordagem se quiser construir resultado positivo no Estádio da Luz.

ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES

Maksimenko (7)

Rasskazov (5)

Gigot (5)

Dzhikiya (5)

Ayrton (5)

Umyarov (4)

Hendrix (5)

Zobnin (5)

Bakaev (6)

Sobolev (5)

Larsson (4)

SUPLENTES UTILIZADOS

Ignatov (5)

Moses (-)

Kral (-)

Ponce (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

Depois de toda a pré-época em 4-4-2, Jesus volta a apostar na defesa a cinco para garantir solidez. A equipa controlou o jogo na sua plenitude, sempre compacta na defesa da baliza de Vlachodimos – a única oportunidade flagrante do Spartak surgiu antes dos dez minutos – e incisiva no assalto à baliza de Maksimenko.

Gonçalves e Grimaldo garantiam largura e soltavam Pizzi e Rafa para penetrações em zona central. João Mário e Weigl reagem cada vez melhor à perda enquanto parelha e trataram a bola na mesma linguagem técnica. A Veríssimo, Otamendi e Verthogen, elogios são poucos para as suas exibições.

ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES

Odysseas (6)

Diogo Gonçalves (7)

Veríssimo (7)

Otamendi (7)

Verthongen (7)

Grimaldo (7)

Weigl (8)

João Mário (8)

Pizzi (5)

Rafa (9)

Seferovic (5)

 

SUPLENTES UTILIZADOS

Gonçalo Ramos (6)

Everton (5)

Gilberto (6)

Taarabt (-)

 

Pedro Cantoneiro
Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, de opinião que o futebol é a arte suprema.

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