Força da Tática | SL Benfica x SC Braga: Comeram a relva e ganharam três pontos

    Num encontro crucial para o que falta escrever da final da edição 2022/2023 da Liga Portuguesa, o SL Benfica dedicou-se ao jogo, ganhou três pontos e encontra-se numa posição favorável para conquistar o título. Mas isto ainda não acabou…

    Se a 7 de abril a equipa da encarnada tivesse tido, em teoria, o mesmo comportamento e atitude em jogo, talvez a derrota com a equipa do FC Porto, pudesse ter sido evitada e o campeonato teria outros contornos finais. Para quem viu esse jogo, tem aqui uma comparação em termos de atitude competitiva e de alguma forma, uma comparação ao nível da estratégia das equipas em questão. O Benfica assumiu-se, engalanado pela multidão da Luz, quis dissipar as dúvidas e não deixar perguntas no ar. Por seu turno a equipa do Braga, optou por uma estratégia mais de contenção e esperar aquilo que o jogo poderia dar ao longo do tempo.

    SL Benfica jogadores Rafa Silva David Neres
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Foi uma má estratégia? As opiniões dividem-se e é normal. Será a melhor forma de encarar o líder do campeonato em casa? Sou da opinião, de que, em condições normais, perante um Benfica dos últimos jogos, a estratégia era lógica e sustentada. Acontece que a equipa da casa foi surpreendentemente brava para aquilo que vinha fazendo nos últimos jogos. E mais, a equipa visitante não foi capaz de se moldar e perceber o ambiente. Poderia e tem condições para mais e melhor.

    No Benfica, a frescura da equipa muito se deve a três fatores: a saída da Champions e consequente melhoria física a curto prazo, normal ao nível dos processos fisiológicos; o nível de motivação interna, proveniente de estar numa posição de liderança e perto do final do campeonato; e João Neves, um jogador apenas a mexer com o jogo e a ser exemplo para todos os colegas, como motor de busca, para uma Luz sedenta de títulos.

    Sobretudo o Benfica melhorou num aspeto em concreto: momento da transição ofensiva, passe e condução para a frente e velocidade. Com um Braga encostado, quase todo o tempo, atrás. Isto verificou-se na pressão benfiquista no meio campo do adversário, e mesmo quando a bola era ganha no meio campo (mais atrás), esse tópico era quase sempre cumprido. O Braga, na ausência de Musrati, tentou sempre colocar em sentido o Benfica, através de Bruma e Medeiros. Quer Grimaldo, quer Aursnes, tinham quase sempre algum receio nas suas investidas. António Silva, neste jogo, sim: certo, metódico, impetuoso e na dose certa de humildade e confiança, foi um “bater de relógio” na defesa da casa.

    Após inúmeras ocasiões de perigo da equipa da casa, Rafa, quem mais poderia ser, o marcador do golo do jogo, foi feliz na cara de Matheus. Após o golo, o SC Braga reposicionou e substituiu jogadores, mas o que mais deu acrescento à equipa, foi a mentalidade que se traduziu, no numero de faltas cometidas, segundas bolas ganhas e tempo a marcar uma falta. Este jogo permite tirar uma ilação importante, e lanço o tema para debate: em que ponto de equilíbrio deve ser colocada a estratégia de um jogo, na balança do seu próprio modelo jogo? Em termos teóricos, são necessários um ao outro, mas há parâmetros que, caso sejam ultrapassados, podem desfazer o normal funcionamento da “máquina” e afetar o consequente rendimento coletivo. Fica a nota.

    Artigo da autoria de Paulo Robles

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