João Félix é (finalmente) colchonero!

    A novela que se antevia longa chegou ao fim! Após muita incerteza e especulação (que inundou jornais e programas de televisão desportivos, todos à procura de dar a notícia antes que ela saísse), João Félix deixa mesmo o SL Benfica e ruma ao Atlético de Madrid por 120 milhões de euros.

    Na verdade, são 126 milhões de euros, que se concretizam na forma que o Atlético encontrou para pagar o valor completo da transferência. De acordo com o comunicado lançado pela CMVM, os colchoneros pagaram 30 milhões de euros a pronto e o Benfica realizou “uma operação de desconto sem recurso dos restantes 96 milhões”, onde entram os 6 milhões excedentes, respeitantes a custos financeiros que perfazem o total de 126.

    Acrescenta-se também “que os encargos com os serviços de intermediação relativos a esta transferência ascendem a 12 milhões de euros”, à parte do valor de transferência, cuja responsabilidade cabe ao Atlético de Madrid de pagar o valor do Mecanismo de Solidariedade a clubes terceiros, em que se incluí o FC Porto por direitos de formação.

    Os colchoneros batem assim a cláusula de rescisão e ganharam a concorrência de outros interessados como Manchester City, Real Madrid e Barcelona.

    Aos 19 anos, o também internacional português assinou um contrato válido para as próximas sete épocas e irá auferir um salário de sete milhões de euros limpos por época. A cláusula de rescisão quase que triplica, pois passará a estar blindado por 350 milhões de euros.

    O viseense, homenageado recentemente pela Câmara Municipal como embaixador da cidade com o Viriato de Ouro, concretiza assim a maior transferência no futebol português e passa a ser o jogador mais caro em Portugal e na história do Atlético, superando os 70 milhões despendidos pela contratação de Thomas Lemar em 2018/2019, e o quarto mais caro do mundo, atrás de Neymar (222 milhões), Philippe Coutinho (145) e Kylian Mbappé (145).

    Félix já conheceu a nova casa onde vai jogar, o Wanda Metropolitano, já realizou exames médicos antes da oficialização do negócio e foi teve direito a uma apresentação com toque artístico, como se pode ver aqui. A necessidade da sua contratação resultou sobretudo na procura incessante por um substituto à altura de Griezmann, que já anunciou a saída do clube, e inclusive possui a cláusula no mesmo valor com que Félix foi contratado. Curiosamente, é com o número 7 na camisola – que era do francês – que o novo reforço vai jogar nas próximas sete temporadas. O legado não podia ser maior!

    Capítulo final na longa novela em torno de João Félix. O Atlético de Madrid ganhou a corrida e é o clube que se segue na curta e tão promissora carreira
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    A transferência de João Félix para o Atlético de Madrid atingiu, como é facilmente percetível, valores estratosféricos e tentadores. Muito se escreveu e muito se falou, mas perante tanta cobiça, a probabilidade de Félix ficar nos encarnados era muito reduzida. A saída foi a única opção possível e a que mais facilmente conduziu a este desfecho. Pena que o Benfica a tenha tentado esconder secretamente, ao tardarem em admitir as conversações numa altura em que estas já estavam longas. (Só mesmo na reta final se dignaram a esclarecer o que já tinha sido esclarecido há muito!)

    Quanto ao jogador, é importante não esquecer o tremendo talento para a idade que tem, nunca esquecendo que o mundo do futebol é muito instantâneo. Por algum motivo, as carreiras terminam aos 36 anos e, em alguns casos, mais tarde. É de realçar que foi colocado num pedestal em tão pouco tempo – não vale a pena negar – e daí resultou uma pressão exagerada e bastante preocupante vinda de todos os lados, principalmente da comunicação social.

    O que mais importa neste momento é o que o futuro reserva para João Félix. Nada do que está para trás é relevante. A transferência está consomada e, em breve, vai estar às orientações de Diego Simeone. Deseja-se o melhor, com a esperança de que estas pressões não afetem o seu percurso pessoal e profissional. A exigência e o rigor são ainda maiores, é um facto, e a margem de erro muito curta, pelo que a maturidade tem de jogar lado a lado com a técnica em campo.

    João Félix já é um dos maiores nomes do futebol mundial e nunca se falou tanto nele como agora. Era certo e sabido que o Benfica não o conseguiria segurar por muito mais tempo. 43 jogos e 20 golos depois, é o Atlético que o leva para as suas fileiras, como uma prova de maior crescimento e exposição.

    Neste momento, o mundo desportivo gira em torno de Félix, mas é bom que se meta uma coisa na cabeça o quanto antes: Félix não é o melhor jogador do mundo, mas pode ser; não é Bola de Ouro, mas pode ser; não é titular na Seleção, mas pode ser. E a lista prossegue! Para já, acalmem-se porque João Félix é só jogador do Atlético de Madrid, internacional por Portugal e um jogador extraordinário, mas que tem apenas 19 anos. Como tal, há que manter a calma: etapa a etapa e não numa tentativa de as queimar à força. Não faz bem ao jogador, que é o principal protagonista desta grande novela que já é a sua curta e promissora carreira.

    Muito obrigado por tudo o que deste à família benfiquista. Vamos sentir a tua falta! Eis a nova coqueluche do Atlético de Madrid a quem desejamos muitas felicidades!

    Foto de Capa: Atlético de Madrid

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    Miguel Catarino
    Miguel Catarinohttp://www.bolanarede.pt
    Aspirante a jornalista, destaca-se pela polivalência. Escreve sobre o SL Benfica e WWE, que acompanha com frequência há 12 anos.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.