Maio ainda vem longe

 

Nesta estaca, tão acima do zero, o Benfica é a única equipa portuguesa que ainda pode almejar vencer todas as provas em que participa, posicionando-se – por força da vantagem pontual e dos próprios quadros competitivos – como a grande favorita à conquista das competições domésticas.

Os erros corrigem-se. Porém, convém evitá-los Fonte: SL Benfica
Os erros corrigem-se. Porém, convém evitá-los
Fonte: SL Benfica

Não estou preocupado com a perda destes dois pontos. Convém, todavia, realçar um facto: a grande diferença frente ao Boavista não esteve no resultado incomum, nem na sobrenatural marcha do marcador, mas antes na atitude demonstrada naquele início de jogo. A equipa esteve desligada, desconcentrada e desastrada, não se conseguindo revelar competitiva, nem na defesa, nem no ataque, ao mais alto nível. Foi como se os jogadores do Canelas 2010, desabituados a dar pontapés na bola e nas canelas – por força das circunstâncias conhecidas e a que são alheios –, fossem, assim, lançados do nada, neste preciso segundo, no mais exigente dos patamares competitivos. Os bons resultados servem, sobretudo, para reforçar a confiança e aumentar a tranquilidade; potenciando, mais facilmente, as qualidades futebolísticas individuais e colectivas da equipa.

Correndo o risco de cometer injustiças, parece-me, neste caso, que houve um certo excesso de confiança, e um excesso de tranquilidade, que resultou num inesperado facilitismo, que, normalmente, é fortemente penalizado (tal como foi). Vencer em Guimarães – um dos terrenos tradicionalmente mais hostis do futebol português –, por duas vezes consecutivas, num curto espaço de tempo, demonstrando total superioridade, mesmo utilizando duas equipas bem distintas, pode, eventualmente, ter contribuído para isso.

É normal, na mente dos nossos jogadores, que não se adivinhassem dificuldades de maior, frente a um Boavista teoricamente mais acessível, num jogo, para mais, a ser disputado no conforto de um Estádio da luz praticamente lotado. E, se essa ideia parece ter aflorado na mente de alguns jogadores, até as opções iniciais de Rui Vitória – sobretudo, a ausência de Mitroglou, ou de qualquer outro ponta-de-lança de raiz, do “onze” inicial –, parecem não ter ajudado. Aliás, podem mesmo ter contribuído para reforçar essa ideia ou sensação.

No entanto, nunca existem vitórias plenamente perfeitas; nem derrotas plenamente imperfeitas (também neste caso, o futebol é muito parecido com a vida). Podemos sempre aprender com esta experiência, retirar as devidas ilações, corrigir e melhorar. O Boavista recordou-nos, no passado sábado, que não existem campeões antecipados e que cada jogo, cada lance, deve ser disputado com a máxima seriedade possível. Rui Vitória e os jogadores perceberam-no e afirmaram-no numa extraordinária reacção. Não voltarão, certamente, a dar folga aos atributos que caracterizam este grupo: talento e trabalho. Qualquer que seja o adversário.

Artigo revisto por: Diana Martins

João Amaral Santos
João Amaral Santoshttp://www.bolanarede.pt
O João já nasceu apaixonado por desporto. Depois, veio a escrita – onde encontra o seu lugar feliz. Embora apaixonado por futebol, a natureza tosca dos seus pés cedo o convenceu a jogar ao teclado. Ex-jogador de andebol, é jornalista desde 2002 (de jornal e rádio) e adora (tentar) contar uma boa história envolvendo os verdadeiros protagonistas. Adora viajar, literatura e cinema. E anseia pelo regresso da Académica à 1.ª divisão..                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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