«Não era o meu futebol. Jorge Jesus não ia era com a minha cara» – Entrevista BnR com Miguel Rosa

    – De caixão à Cova –

    “Pelo menos entre oito a dez golos prometo que vou fazer”

    BnR: Disseste na tua apresentação pelo clube de Almada que tiveste propostas de emblemas da Primeira Liga. Quais foram?

    MR: O Rio Ave, mas tive de optar pelo Cova da Piedade.

    BnR: O Cova da Piedade tem condições para almejar a algo mais que a Segunda Liga?

    MR: O objetivo, quando cheguei, passava por estabilizar o clube na Segunda Liga, mas condições não faltam para sonhar com a Primeira Liga.

    BnR: Fizeste um interregno de seis meses na última temporada, com o Ventspils da Letónia, e o Universitatea Cluj, da Roménia, metidos ao barulho. Podes clarificar o que se passou?

    MR: No Universitatea Cluj, a primeira proposta que me fizeram até me agradou, mas, passados uns dias, o valor do ordenado já tinha descido abruptamente. O tempo deu-me razão: os jogadores portugueses que foram para lá foram mandados embora passadas três semanas. Com Ventspils até cheguei a assinar. Dois dias antes de viajar, mandei uma mensagem ao diretor e ele liga-me “Pois, Miguel… temos de ver, porque a Câmara ia ajudar-nos com 75% do ordenado e agora diminuíram para 25%. O Presidente disse que o valor que ias ganhar agora é impensável e já não te consegue dar casa e carro…”. “Mas eu assinei um contrato!”, disse-lhe. “Mas nós não fomos a um notário reconhecer a assinatura”. Então fui ao advogado do Sindicato e fomos para tribunal.

    BnR: Qual o papel do mister João Alves na tua decisão de voltares ao Cova da Piedade?

    MR: O mister João Alves ligou-me porque soube que não tinha chegado a acordo com o Ventspils e perguntou-me se estaria disposto a regressar e a ajudá-lo. “Neste momento, o que mais quero é voltar a jogar e mostrar novamente o meu perfume”. Cheguei, peguei de estaca e a equipa começou a ter resultados: estávamos a três ou quatro pontos do Casa Pia e acabámos com seis ou sete de avanço. Quando começou a pandemia, estávamos a jogar muito bom futebol e acreditávamos que conseguíamos a manutenção dentro do campo.

    BnR: O que pensas sobre a readmissão do Cova da Piedade e do Caso Pia na Segunda Liga?

    MR: Devem manter-se, sem dúvida alguma. Acho injusto penalizarem equipas que ainda podiam defender-se dentro de campo. Ainda estavam 30 pontos em disputa.

    BnR: O teu contrato terminou em junho. Já tens clube para a próxima época?

    MR: Tenho algumas equipas interessadas, entre as quais o Cova da Piedade. Tive o Doxa, do Chipre, mas em termos de salário não me seduziu. Independentemente de onde jogar, pelo menos entre oito a dez golos prometo que vou fazer.

    Todas as fotografias usadas nesta entrevista foram retiradas do Facebook do entrevistado de forma consentida

    Artigo revisto por Mariana Plácido

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    Miguel Ferreira de Araújo
    Miguel Ferreira de Araújohttp://www.bolanarede.pt
    Um conjunto de felizes acasos, qual John Cusack, proporcionaram-lhe conciliar a Comunicação e o Jornalismo. Junte-se-lhes o Desporto e estão reunidas as condições para este licenciado em Estudos Portugueses e mestre em Ciências da Comunicação ser um profissional realizado.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.