O mercado de inverno de 2019: Temos de mudar

    Para muitos, os mercados de inverno trazem sempre alguma agitação involuntária. Os clubes de futebol usam esta oportunidade a meio da época para fazer algumas alterações importantes aos plantéis, às vezes por necessidade, outras por impulso de compra ou venda. O Benfica nos últimos anos parece não ter feito uma boa gestão do plantel. Perdemos jogadores chave que rumaram a altos clubes, mas não foram tapados os buracos por eles deixados. Casos mais relevantes disso são Nélson Semedo, Ederson, Mitroglou e Lindelof (coincidência ou não, todos saíram no final da conquista do tetra, e não estavam cá quando falhámos a conquista do penta).

    No atual plantel do Benfica existem alguns jogadores que estão cá “a mais”. Um deles acabou de renovar contrato por mais três anos. Toto Salvio já está, a meu ver, a dar as últimas. Simplesmente já não é o mesmo jogador, e o Benfica tem extremos que mostram forma física, vontade e qualidade superior à de Salvio. Mas não, para os dirigentes do Benfica Salvio é para ficar e cá fica ele. Para mim, mais uma má decisão, e ficamos com um jogador a arrastar-se por mais três anos.

    Outra saída é a de Andreas Samaris. O contrato acaba em junho deste ano, podendo ele sair a custo zero. E é mais um jogador que não faz cá grande falta. Pouco ou nada tem jogado, e mesmo que não tivesse Fejsa a tapar-lhe a entrada para o 11 titular, também não acredito que tenha qualidade suficiente para segurar o meio campo do Benfica. Até pode ter muito amor à camisola e garra pelo clube, mas isso não justifica uma estadia prolongada.

    Miles Svilar é um guarda-redes jovem e a precisar de minutos de jogo. Neste momento apenas tem feito os jogos das taças, ficando sentado no banco a ver a bola em todos os restantes jogos (Liga Portuguesa e Liga dos Campeões). Acho que uma boa opção para o fazer crescer e ganhar experiência de jogo era um empréstimo.

    Svilar é o segundo guarda-redes dos encarnados
    Fonte: SL Benfica

    Svilar já fez alguns jogos pela equipa sénior do Benfica, mas precisa de jogar mais. Um empréstimo parece ser o ideal para fazer o jogador crescer e ganhar forma e experiência.

    Um jogador que também não mostra qualidade suficiente para jogar no Benfica é Nicolás Castillo. Custou perto de oito milhões de euros, e ainda não mostrou que valeu o dinheiro gasto. Para além do número exacerbante de pontas de lança que o Benfica tem no plantel, Castillo não vai conseguir tão cedo encontrar lugar no 11. Um empréstimo também seria o ideal.

    A quantidade de centrais do Benfica também excede um pouco o “necessário”. Lema, por exemplo, foi um completo erro de casting, e estar cá ou não estar vai dar ao mesmo.

    Para eventuais compras, existem duas lacunas a preencher: um lateral direito, e um ponta de lança possante.

    Para a ala direita sabemos o que temos. André Almeida e Sebastian Corchia (emprestado). O primeiro faz os jogos todos, mas, por magia, parece tirar um jogador ao 11 do Benfica em campo. Já o segundo não faz jogo nenhum (apenas jogou duas vezes, ambas a contar para a taça) e está emprestado ao clube. Falta um lateral direito que preencha o tamanho buraco que Nélson Semedo deixou quando foi embora.

    Pontas de lança temos vários, mas nenhum, senão Jonas, tem qualidade para marcar os golos que o Benfica quer marcar. A última vez que vimos o Benfica marcar golos com uma facilidade de como quem estala os dedos era quando Jonas emparelhava com Mitroglou, ainda quando o sistema tático se baseava no 4-4-2. Agora com o novo treinador, ou mudamos de tática, ou precisamos imediatamente de um ponta de lança que se faça ouvir e ver em frente da baliza adversária.

    Foto de Capa: SL Benfica

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    Jorge Baptista Laires
    Jorge Baptista Laireshttp://www.bolanarede.pt
    Adepto do Sport Lisboa e Benfica, do clube da sua terra, e, principalmente, da verdade desportiva. Despreza fanatismos clubísticos, tendo sempre uma opinião formada no que vê do próprio jogo jogado.                                                                                                                                                 O Jorge escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.