Encarnados venceram o último jogo do campeonato ao cair do pano mas a história diz-nos que houve mais momentos assim
O jogo só acaba quando o árbitro apita. Esta é a velha máxima do desporto rei. Muita coisa pode acontecer até esse momento e quando menos se espera, lá está a bola dentro da baliza, nem que seja ao cair do pano. E deixemo-nos de tretas.
Nada dá mais prazer do que ver a nossa equipa vencer um jogo com um golo marcado para lá do tempo regulamentar. Foi o que aconteceu no passado fim-de-semana aos adeptos encarnados no Estádio da Luz, ao explodirem de alegria com o tento da vitória no último momento da partida frente ao FC Vizela.
Mas nem sempre esses momentos são de verdadeiro entusiasmo. Da mesma maneira que ficamos loucos com os golos marcados no último suspiro a favor do nosso clube, também podemos ficar com uma azia tremenda quando vemos o nosso adversário marcar um golo para lá da hora.
Ainda hoje tenho pesadelos com o minuto 92 e quando oiço o nome de Kelvin só me apetece desaparecer. Jamais esquecerei aquele campeonato perdido no Dragão no dia 11 maio de 2013. Mas não falemos mais disso.
E se os adeptos ficam doidos com esses golos tardios, o que dizer dos que andam lá dentro das quatro linhas? Um jogador que dê a vitória à sua equipa com um golo mesmo no fim, leva-o a ficar com uma adrenalina fora do normal na hora do festejo, ao ponto de por vezes esquecer-se de tudo à sua volta.
Que o diga João Mário, que neste penúltimo jogo do campeonato viu o segundo amarelo, após ter tirado a camisola na sequência do festejo do tento que marcou e que decidiu um desafio que mais parecia ter sido realizado por Alfred Hitchcock. Uma expulsão desnecessária mas que foi esquecida por todos.
No plano internacional, muitos foram os jogos que também foram decididos para lá do minuto 90, alguns deles a partir de recuperações épicas. O encontro que vai ficar para sempre guardado na minha memória e que tive o prazer de ver em direto na televisão, foi a final da Liga dos Campeões de 1999, disputada entre Manchester United FC e FC Bayern Munique.
Os bávaros venciam por 1-0 no fim do tempo regulamentar, até que ao minuto 91 surgiu o empate e logo a seguir o golo da vitória inglesa marcado por Solskjaer, que mudou a rota da “orelhuda” para Terras de Sua Majestade quando o destino mais provável parecia ser a Alemanha.
O golo é, sem dúvida, o clímax do desporto do rei. Ver uma partida de futebol sem ver a bola dentro da baliza é como ir à pesca e chegar a casa com o balde vazio. Todos nós vibramos quando o esférico beija as redes mas extravasamos toda a nossa euforia para lá dos limites quando isso acontece fora de horas.
Creio que todas as equipas, umas mais que outras, já passaram por esses momentos. Na história do SL Benfica, muitos jogos foram resolvidos nos instantes finais. Deixo-vos com a minha escolha dos três golos mais importantes da última década marcados ao cair do pano e que garantiram triunfos importantíssimos para os encarnados.