SL Benfica 1-2 Gil Vicente FC: Vitória indiscutível gilista acentua crise encarnada

    CRÓNICA: GIL VICENTE INSPIRADO VENCEU COM CLAREZA NA CASA DO SL BENFICA

    O terceiro classificado SL Benfica recebeu o quinto classificado, Gil Vicente FC (com apenas uma derrota nos anteriores 10 jogos do campeonato), numa partida em atraso da 20ª jornada e que se adivinhava ser longe de previsível.

    Os visitantes começaram melhor, calmos a defender e racionais a atacar, o Benfica parecia não ter resposta, e tal confirmou-se aos 11 minutos; contra-ataque iniciado, conduzido e finalizado na perfeição por Samuel Lino, que expôs a apatia que as águias tinham na partida.

    Pouco depois, Vlachodimos ainda impediu o segundo e o Benfica conseguiu ter mais bola, mas praticava um jogo previsível. Já os gilistas, com contra-ataques bem montados e trocas posicionais (sobretudo entre Leautey e Fujimoto, e entre Samuel Lino e Pedrinho), não deixavam de se aproximar da baliza encarnada.

    Viveram-se depois minutos de grande intensidade – o Benfica, muito graças aos extremos (Everton e Diogo Gonçalves) e aos centrais (Vertonghen e Otamendi), pressionaram imenso o Gil Vicente, quase chegaram ao golo, mas foram muito perdulários na hora de rematar.

    Ainda antes do descanso, um passe de Samuel Lino criou calafrios nos adeptos benfiquistas, mas uma saída oportuna de Vlachodimos impediu o segundo golo.

    O início da segunda parte trouxe João Mário e Rafa ao jogo, em detrimento de Meite e Diogo Gonçalves, mas foram os barcelenses que, tal como na primeira parte, começaram melhor. Com um jogo calmo, mas eficaz, fizeram logo dois remates perigosos nos primeiros minutos.

    O jogo tornou-se depois muito partido, com ocasiões de perigo de parte a parte, mas a eficácia foi sempre a mesma: nula. Até ao minuto 62.

    Pedrinho isolou Leautey na grande área, mas Vlachodimos impediu, mais uma vez, o segundo tento; no consequente canto, Aburjania cabeceou na pequena área e aumentou a vantagem dos visitantes.

    A urgência benfiquista aumentou, mas o discernimento não. Seguiram-se mais substituições, muitos remates, quase todos inofensivos. Já o Gil Vicente não se coibia de atacar e quase marcou o terceiro.

    Quando já pouca esperança havia, Gonçalo Ramos ainda marcou, após cruzamento de Rafa, o Benfica galvanizou-se um pouco e aos 90+4’ Paulo Bernardo ficou a centímetros de festejar o empate. Mas o Gil Vicente acabou mesmo por vencer justamente a partida.

     

    A FIGURA

    Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

    Pedrinho (Gil Vicente FC) – Que grande jogo do médio gilista: fez as assistências para ambos os golos da sua equipa, totalizou cinco passes-chave e foi fulcral para a construção de jogo e eventual sucesso do Gil Vicente. Uma exibição para mais tarde recordar.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Paulo Ladeira/ Bola na Rede

    André Almeida (SL Benfica) – Numa equipa que, no geral, esteve desinspirada, o capitão da mesma foi o mais desinspirado de todos. Forçou muitos cruzamentos, perdeu demasiados duelos e foi pelo seu flanco que se desenvolveu o primeiro golo do Gil Vicente. Foi naturalmente substituído na segunda parte.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    A alinhar num 4-3-3 com bola, a construção de jogo foi frequentemente lenta, com a equipa a avançar muito pelas alas, onde os laterais e os extremos foram muito ativos. Everton e Diogo Gonçalves também trocavam de flanco sem, no entanto, efeitos práticos. Weigl e Meite eram responsáveis por avançar a bola no terreno, enquanto que Paulo Bernardo esteve algo desaparecido em campo.

    A defender, Meite marcava o trinco gilista, Aburjania, mas os três médios do Benfica eram obrigados a cobrir uma grande quantidade de terreno, algo que o adversário soube explorar.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Vlachodimos (7)

    André Almeida (4)

    Otamendi (6)

    Vertonghen (5)

    Grimaldo (7)

    Meite (6)

    Weigl (5)

    Paulo Bernardo (6)

    Diogo Gonçalves (6)

    Gonçalo Ramos (6)

    Everton (6)

    SUBS UTILIZADOS

    João Mário (6)

    Rafa (7)

    Lazaro (6)

    Henrique Araújo (5)

    Radonjic (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – GIL VICENTE FC

    A defender em 4-4-2, com Navarro e Fujimoto na frente, percebeu-se desde cedo que a equipa não vinha apenas para ver jogar, sendo muito ativa na pressão, mas também inteligente quando percebia que tinha de baixar as suas linhas.

    Com bola, saía a jogar a três, procurando superioridade no setor intermédio do terreno para avançar no mesmo. Um bom jogo de bola curto e ao primeiro toque também permitiu a equipa a sair de muitas situações de pressão que enfrentaram.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Andrew (7)

    Zé Carlos (6)

    Lucas (7)

    Rúben Fernandes (7)

    Talocha (7)

    Fujimoto (7)

    Aburjania (7)

    Pedrinho (9)

    Leautey (7)

    Navarro (6)

    Samuel Lino (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Matheus Bueno (6)

    Hackman (-)

    Aoucheria (-)

    Henrique Gomes (-)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    SL Benfica

    Não foi possível colocar questões ao treinador do SL Benfica, Nélson Veríssimo.

     

    Gil Vicente FC

    Bola na Rede: Na antevisão para esta partida, disse que queria ser superior ao Benfica em largos momentos do jogo e queria ter a capacidade de chegar ao estádio da Luz sem fugir da identidade da sua equipa. E ao longo do jogo assistimos a muitas trocas posicionais, sobretudo entre Fujimoto e Leautey, Samuel Lino e Pedrinho, e a equipa conseguiu também trocar bem a bola, e por isso, pergunto-lhe, se sai daqui tão satisfeito com a vitória como sai com a exibição da sua equipa?

    Ricardo Soares: Fiquei satisfeito por esses dois fatores. Reparem, nós lançámos um jovem, o Andrew, com potencial, com 20 e poucos anos, penso que é a primeira vez que joga na I Liga. Depois temos também o Vítor com quem não arriscámos, ele podia ir a jogo, mas havia risco de lesão e nós, nem pensar. O Murilo teve aquela infelicidade que nos deixa tristes e esta vitória é muito do Murilo, está em casa seguramente a vibrar juntamente com os nossos adeptos, era difícil vir ao jogo hoje, mas domingo tenho a certeza que eles lá estão novamente e estão orgulhosos daquilo que a equipa tem feito.

    Isto para dizer, quando tens um grupo de trabalho que, primeiro, nós treinamos todos as mesmas coisas, eu não abdico disso. Para mim, o jogador é tratado com grande respeito e exijo o mesmo deles. E todos trabalham a ideia de jogo, ninguém fica fora do processo, para quando ser chamado, não pode se sentir desconfortável, senão eu não estaria a fazer o meu trabalho corretamente.

    A partir daqui, reparem, sai um, entra o outro e não se nota. Se formos por esse prisma, três jogadores nunca tinham sido chamados tantas vezes à equipa. O guarda-redes, de todo, depois temos o Antoine Leautey que participa e é um titular nesta equipa, mas o Murilo ultimamente é que tem jogado, o Aburjania também penso que é um titular nesta equipa, mas as regras não fui eu que as fiz. Feliz é um treinador que tem um grupo fantástico, com grande capacidade de trabalho e com qualidade porque se os jogadores não tiverem qualidade, as equipas não jogam com qualidade.

     

     

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    Afonso Viana Santos
    Afonso Viana Santoshttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto faz parte da sua vida. Adora as táticas envolvidas no futebol europeu e americano e também é apaixonado por wrestling.