A CRÓNICA: ESTÃO DE VOLTA OS DEZ MINUTOS À SL BENFICA
Onde vemos facilidade, por vezes, está uma armadilha. Na estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões, o SL Benfica olhou para o Maccabi Haifa FC como uma questão que não só não estava resolvida como foi complicada.
De facto, passadas as pré-eliminatórias, esta é a fase da prova em que é preciso apertar os cintos. No entanto, se agora é que é a doer, então para já foi possível ultrapassar o primeiro jogo sem abrir feridas.
Esperava-se, desde logo, que a fase de grupos da Liga dos Campeões trouxesse aos encarnados batalhas em que a armadura pode não ser proteção suficiente para as investidas de oponentes classificados. Só que Adamastor também assustou pelo aspeto, mas foi conquistado pelo sentimento.
Impunha-se então cumprir e vencer o Maccabi Haifa FC, adversário mais acessível do grupo, mas a saudade dos israelitas pela Liga dos Campeões afeta-lhes os sentimentos desde a época 2009/10, a última em que participaram na prova.
E não é de descurar a transcendência de quem sente falta de ouvir o hino da Champions. As notas da melodia mais ansiada do futebol deram ao Maccabi Haifa FC a inspiração para se equivalerem a um SL Benfica incapaz de mostrar superioridade.
As águias, depois de dois jogos a começar em desvantagem, não quiseram arriscar à frente o que a defesa podia não conseguir resolver atrás. Mesmo assim, o momento alto do primeiro tempo pertenceu ao SL Benfica. A carta enviada por Enzo a Rafa com um convite ao golo acabou extraviada.
Ainda estavam nos bares os últimos das filas para as bifanas, quando Frantzdy Pierrot só não marcou, porque ao avançado da equipa israelita lhe faltaram as forças que um bom suplemento ao intervalo que lhe teria dado.
Só que, de repente, vieram os famosos “dez minutos à SL Benfica”. Nesse tempo, deu para Grimaldo assistir Rafa para o primeiro golo. Em compensação pelos serviços prestados aos colegas e com o estádio a gritar-lhe “chuta!”, encheu o pé e o remate de fora de área fez a bola subir e descer num ápice até acordar a coruja que descansava no ninho.
Com esses momentos de brilhantismo que destoam do resto do jogo, o SL Benfica fechou o resultado e marcou a diferença para a equipa de menos nome no grupo H. Seguem-se agora a Juventus FC e o Paris Saint-Germain FC. Com a malha apertada, pertencer ou não à raia graúda da Champions é questão para decidir com italianos e franceses.
A FIGURA
Rafa Silva – Inquieto, procurou esticar o jogo do SL Benfica até à frente quando, em posse, a equipa parecia desinspirada. Fez um golo e foi o motor ofensivo da equipa.
O FORA DE JOGO
Gonçalo Ramos – Foi presa fácil de Seck e Batubinsika, os centrais do Maccabi Haifa FC. Nem com Rafa a chamar a si as atenções foi capaz de aproveitar. Ficou a dever um pouco às diagonais curtas que, em certos momentos teve espaço para executar.
ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA
A mudança mais comum no onze do SL Benfica voltou a acontecer. Alexander Bah entrou para o lado direito da defesa em detrimento de Gilberto.
Rafa apresentou-se nas costas de Gonçalo Ramos no 4-2-3-1. O 27 do SL Benfica foi fazendo a diferença em velocidade num jogo onde os encarnados não conseguiram prolongar os ataques tanto quanto o costume.
De salientar que, nos pontapés de baliza, por vezes, João Mário apareceu ao centro e Rafa à esquerda. Por certo, na cabeça de Roger Schmidt estava dar a Rafa uma zona propícia a ter espaço para aproveitar uma segunda bola e esgueirar-se para a baliza.
Com a entrada de Aursnes, o SL Benfica passou a jogar em 4-3-3. Florentino e Enzo subiram para jogarem como médios interiores.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Odysseas Vlachodimos (5)
Alexander Bah (5)
Nicolás Otamendi (6)
António Silva (6)
Álex Grimaldo (7)
Florentino (6)
Enzo Fernández (6)
David Neres (5)
João Mário (6)
Rafa Silva (8)
Gonçalo Ramos (5)
SUBS UTILIZADOS
Petar Musa (4)
Fredrik Aursnes (5)
Chiquinho (-)
Diogo Gonçalves (-)
ANÁLISE TÁTICA – MACCABI HAIFA FC
Em 4-3-3, o Macabbi Haifa FC preocupou-se em fazer uma marcação bastante cerrada a Rafa. Ali Mohamed adiantou-se mais um pouco para condicionar Florentino.
Nas dinâmicas ofensivas, destaca-se o papel de Chery. A jogar como médio ofensivo mexeu-se bastante para receber a bola, caindo, inclusivamente, perto dos corredores laterais. Uma vez na posse do esférico, o jogador proveniente do Suriname tentou definir o último passe da equipa.
Partindo da direita, Dean David procurou bastante o meio. Do outro lado, o extremo-esquerdo, Dolev Haziz, ficou mais encarregue da largura e acompanhar Bah, garantindo, em alguns momentos, uma linha de cinco.
As cautelas com a exploração da profundidade por parte do SL Benfica foram grandes. O guarda-redes Josh Cohen apresentou-se bastante subido, mostrando-se pronto a anular a exploração das costas da defesa.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Josh Cohen (5)
Daniel Sundgren (4)
Abdoulaye Seck (6)
Dylan Batubinsika (6)
Sean Goldberg (5)
Neta Lavi (6)
Ali Mohamed (5)
Tjaronn Chery (5)
Dolev Haziza (4)
Dean David (4)
Frantzdy Pierrot (5)
SUBS UTILIZADOS
Mohammed Abu Fani (4)
Omer Atzili (4)
Suf Podgoreanu (-)
Nikita Rukavytsya (-)
Sun Menahem (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
SL Benfica
BnR: Na segunda parte o Benfica experimentou um sistema tático diferente, com Aursnes a jogar como médio defensivo. Por que é que decidiu fazer essa alteração?
Roger Schmidt: Sabíamos que o Maccabi Haifa FC corre muitos riscos quando está a perder e para nós era bom termos três médios à frente dos centrais para podermos controlar as bolas verticais e termos gente suficiente na área.
Queríamos, no fundo, facilitar a tarefa ao Enzo e ao Florentino. Sabíamos que íamos conseguir momentos de contra-ataque. O objetivo foi estabilizar um pouco mais a defesa.
Maccabi Haifa FC
Não foram colocadas questões ao treinador do Maccabi Haifa FC, Barak Bakhar.