A CRÓNICA: NEM ERA PRECISO TANTO
O SL Benfica só precisava de vencer dois sets frente aos neerlandeses do Dynamo Apeldoorn para seguir viagem rumo à 3.ª ronda de qualificação para a Liga dos Campeões de voleibol. Depois da vitória por 3-1 na primeira mão, nos Países Baixos, as águias só saíam de cena na mais importante prova europeia caso o Dynamo Apeldoorn vencesse por 3-0 ou 3-1 e forçasse um golden set.
Ambas as equipas entraram a colocar muito risco no serviço. O Dynamo Apeldoorn esteve na frente do primeiro set praticamente o tempo todo, mas os neerlandeses não conseguiram aguentar a vantagem máxima de quatro pontos que chegaram a ter. Em vez disso, o SL Benfica conseguiu forçar as vantagens. Num parcial em que nenhum dos blocos esteve inspirado, foi com a melhoria da defesa alta que o resultado se arrastou até aos 31-29 a favor das águias.
Era a primeira mostra de que o SL Benfica não queria jogar mais do que o necessário para seguir em frente. O certo é que só precisou de mais um set para fechar o apuramento para a próxima fase. Com a subida de rendimento do bloco, os encarnados não tiveram dificuldade em se imporem por expressivos 25-16.
Já sem ser preciso sequer ganhar o jogo, o SL Benfica fechou a partida com um último set onde Marcel Matz mexeu bastante na equipa, dando minutos de jogo às escolhas menos habituais sem que os jogadores da formação inicial se poupassem a aplaudir o que os colegas faziam na quadra. O entusiasmo ajudou a, que com um 25-21, o jogo terminasse em 3-0.
Na 3ª ronda de qualificação, o SL Benfica vai enfrentar o vencedor da eliminatória entre o Zadruga, da Áustria, e o Sastamala, da Finlândia. Para já, os austríacos levam vantagem para o derradeiro encontro que se realiza amanhã. Sendo assim, entre SL Benfica, Zadruga ou Sastamala, uma das equipas vai integrar o grupo C da Liga dos Campeões de voleibol, onde já estão Civitanova (Itália), Roeselare (Bélgica) e Tours VB (França).
Os encarnados procuram chegar pela primeira vez à fase de grupos da Liga dos Campeões em épocas consecutivas. Caso o consiga, vai ser a quarta presença do SL Benfica na prova que junta os maiores emblemas do voleibol internacional.
A FIGURA
Lucas França – Não foi o melhor marcador do jogo – esse foi Pablo Nathan com 11 pontos -, mas foi quem marcou mais pontos quando a equipa precisava, ou seja, no fim do primeiro set e no início do segundo. Não houve defesa que conseguisse parar o fulgor que impôs nos ataques pelo centro da rede.
O FORA DE JOGO
After @CEVolleyball games, Ramon Martinez Gion moved to 🇫🇷. He has joined @cambrai_volley and he has been playing in #LeagueAM. We 🤞 for them and wish them good luck. We also would like to thank Ramon for the whole time with our team and his commitment to the Club🙌.#GoPolonia pic.twitter.com/qrsRi9JYYR
— IBB Polonia London (@IBBPoloniaVC) January 11, 2022
Ramon Martinez – Os 15 pontos que havia anotado na primeira mão fizeram com que o SL Benfica prestasse particular atenção à sua marcação. Quando o Dynamo Apeldoorn o procurou, na hora em que o SL Benfica ia fugindo no marcador no segundo set, não foi capaz de ser eficaz.
ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA
Marcel Matz lançou de início um cinco com Tiago Violas como distribuidor, Hugo Gaspar como oposto, Peter Wohlfahrtstatter e Lucas França como centrais e Pablo Natan e Rapha como zonas quatro.
Apesar das dificuldades iniciais no side-out, o SL Benfica rapidamente aumentou a qualidade na receção a três. Os encarnados passaram assim a ter todas as opções ofensivas disponíveis para Tiago Violas que disponibilizou várias bolas rápidas aos atacantes.
Peter Wohlfahrtstatter esteve em particular destaque na marcação no capítulo do bloco. Lucas França foi mais eficaz a atacar num belo complemento perfeito entre os dois centrais.
FORMAÇÃO INICIAL E PONTUAÇÕES
Pablo Natan (7)
Peter Wohlfahrtstatter (7)
Hugo Gaspar (6)
Rapha (7)
Tiago Violas (7)
Lucas França (7)
Ivo Casas (L) (7)
Bernardo Silva (L) (-)
SUBS UTILIZADOS
André Lopes (-)
Aaro Nikula (5)
Bernardo Westermann (4)
André Aleixo (6)
Arthur Puron (-)
ANÁLISE TÁTICA – DYNAMO APELDOORN
O Dynamo Apeldoorn apresentou Joris Berkhout como distribuidor, Robin Boekhoudt e Sjors Tijhuis como centrais, Martijn Brilhuis como oposto e Ricardo Hofman e Ramon Martinez como zonas quatro.
Os neerlandeses apostaram com frequência nos ataques em pipe. Ramon Martinez foi sendo o jogador em maior evidência no serviço e ao mostrar-se como a principal solução de ataque da equipa, embora pouco eficaz a fechar os ataques.
Com a urgência de vencer o jogo, no segundo set, a equipa de Redbad Strikwerda deixou de receber a quatro e passou a fazê-lo a três. Em simultâneo, o técnico trocou Ramon Martinez da zona quatro para a zona dois.
FORMAÇÃO INICIAL E PONTUAÇÕES
Ramon Martinez (4)
Sjors Tijhuis (4)
Martjin Brilhuis (5)
Ricardo Hofman (4)
Robin Boekhoudt (4)
Joris Berkhout (4)
Niels Lipke (L) (4)
SUBS UTILIZADOS
Sil Meijs (4)
Yannick Bak (5)
Duco Krook (4)
Mike Van Cooten (-)
BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
SL BENFICA
Bola na Rede: Como se sente com a passagem à terceira ronda?
Marcel Matz: Sinto-me bem. Era um objetivo que tínhamos. O SL Benfica investiu muito em passar à próxima fase. Temos competência e qualidade para isso. Estou feliz com a vitória e vamos fortes para a próxima ronda para tentarmos avançar para a fase de grupos.
Bola na Rede: Era importante não ceder nenhum set no jogo de hoje tendo em conta os últimos resultados da equipa?
Marcel Matz: O Dynamo Apeldoorn é uma equipa jovem e as equipas jovens, quando ganham, ficam galvanizadas. Quando perdem, ficam com dúvidas. Aí, tivemos mais experiência. Ajudou jogarmos em casa, diante dos nossos adeptos. Se eles ganhassem o primeiro set, vinham mais para cima de nós. No entanto, perderam e caíram psicologicamente.