Os milhões entram e saem mas o Benfica deixa sempre um lugar cativo no coração e na carreira dos jogadores que por cá passam. Refiro-me principalmente, aos meninos de ouro que têm surgido da formação porque é, de facto, uma realidade no Benfica, mas não só. É sabido que há muitos outros profissionais que já não jogam futebol até ou representam, atualmente, outros clubes mas que não escondem o orgulho e a alma benfiquista, como o Simão Saborosa, que todos sabemos, ou o Nico Gaitán que, se bem se lembram, emocionou-se e emocionou os adeptos com o discurso final no balneário, ou ainda, o Sílvio, formado na Luz.
Deve ser difícil dizer adeus a um clube que se transforma em casa, a um balneário que é um encontro de amigos e a adeptos que rapidamente se transformam em família que não se escolhe!
Provas disso deu-nos há bem pouco tempo Renato Sanches, que rumou a Munique, rompendo de certa forma, e do ponto de vista emocional, uma ligação de sempre e que vai muito para além de um contrato. E há bem poucos dias, outro menino, o Gonçalo Guedes, jogador em quem sempre acreditei e continuarei a admirar, seguiu a mesmas pisadas. Neste caso, a distância só é menor porque a rutura é igualmente forte.
Talvez um dia regressem a casa. Cá vos esperamos!
Temos ainda Bernardo Silva, ex-benfiquista de águia ao peito mas que é vermelho de coração e alma. Agora é uma verdadeira estrela na equipa do principado, onde está desde 2014, mas vem à Luz sempre que pode e em várias entrevistas o ouvi dizer que não esquece o clube que o formou, acompanhando sempre e vibrando com as exibições e resultados.
Ah e claro que não podia deixar de falar do nosso André Horta. Ainda cá paira, e ainda bem, mas é lindo de se ver o adepto ferrenho que é e não se fica pelo futebol. Já o vimos a invadir o campo para festejar o título da Supertaça de futsal e é presença frequente também, na bancada dos jogos de hóquei em patins.
O Sport Lisboa e Benfica, do ponto de vista organizacional, é uma grande estrutura que consegue proporcionar aos jogadores todas as condições que precisam para garantir o seu rendimento e bem-estar e esse equilíbrio é essencial, faz toda a diferença. Os jogadores sentem-se bem e isso passa cá para fora pela forma como se relacionam e vivem o clube.
Consola-nos o sentimento de missão cumprida pelas águias que já voaram e cumpre-nos apoiar as que connosco ficam para que, por cada vez mais altos voos, nos elevem.
Um adeus para os que sentem o Benfica, nunca é um adeus, é um até sempre!