Sem rei nem roque, assim parece ir o treinador do Benfica. Enorme surpresa no onze encarnado, com André Almeida e Eliseu a pagarem a “fava” do desastre do derby de domingo e a darem lugar a Clésio, jovem da equipa B, e Talisca. Surpreendente e totalmente inesperada a opção pelo moçambicano, que nem na equipa secundária tem tido minutos. Já a opção por Talisca não mais do que seguiu a lógica da autêntica mixórdia que Rui Vitória vem implementando no meio-campo encarnado
Adeptos, equipa do Benfica e Rui Vitória não podiam pedir melhor adversário para carpir as mágoas da vergonha de domingo passado. Um desfalcado e tenro Tondela foi presa facílima para um Benfica que, sem deslumbrar (nem perto disso), alcançou a primeira vitória fora da Luz no campeonato. A dupla Jonaitán voltou uma vez mais a empurrar o Benfica para a vitória e foi ela a desbloquear o marcador, ainda alguns espectadores procuravam o melhor dos muitos lugares disponíveis no Estádio de Aveiro. A sexta assistência do argentino e o oitavo golo do argentino são a evidência da importância de ambos os jogadores neste Benfica. As facilidades defensivas do Tondela iam dando bastante espaço para o Benfica se poder esticar para o ataque, embora nem sempre com a qualidade necessária no último passe. O segundo golo surgiria numa oferta de Berger, que tratou de dar uma rosca e enviar a bola para o fundo da baliza de Matt Jones após Jonas levantar a bola para a área. Antes do quarto de hora o Benfica colocava-se confortável no marcador e não podia desejar melhor início da partida. Embora apática e com qualidade de jogo sofrível, a equipa de Rui Vitória controalva a seu bel prazer o encontro, onde a maior dúvida, desde cedo, foi a de perceber por quantos golos a vitória se saldaria. Momentos antes de as equipas recolherem aos balneários, mais um passe de Jonas (está nos três primeiros golos encarnados…) isolou Gonçalo Guedes, que contornou o guarda-redes do Tondela e atirou para o terceiro.
Com o jogo resolvido e a afastar-se para o fim, a segunda parte foi uma mera formalidade. A equipa de Rui Bento nunca foi capaz de incomodar o sector defensivo do Benfica, embora continue a ser incompreensível a quantidade de vezes que os laterais são apanhados com bolas nas costas. Se um Tondela o faz, o que não farão equipas de outro nível… Como notas de destaque dos segundos 45 minutos ficaram apenas a estreia de Renato Sanches (substitiu Jonas) e mais um bom golo do marroquino Carcela, na terceira aparição no Campeonato.
Jogo facílimo para o Benfica, que cedo pôde começar a lamber as muitas feridas que a humilhante derrota frente ao Sporting deixou. Rui Vitória tem uma imensidão de trabalho pela frente e terça-feira há um jogo importantíssimo para o futuro do Benfica e do seu técnico. Haja Jonaitán para nos alegrar.
A Figura
Jonas: Longe, bem longe do Jonas que já vimos, o brasileiro foi um dos poucos a dar alguma magia ao jogo encarnado e esteve nos três primeiros golos do encontro. Ainda procura a melhor forma de coabitar com Raúl Jiménez.
O Fora de Jogo
Talisca: Mais um jogo aberrante do médio-avançado-qualquer-coisa do Benfica. Inúmeras bolas perdidas, erros de decisão, entradas fora de tempo… Teve de tudo um pouco. Custa a entender como vai tendo oportunidades atrás de oportunidades.