Terminada a época 2017/2018, são poucas, as boas recordações que ficam na memoria dos benfiquistas. O sonho de acabar a época a festejar no Marquês de Pombal, mais um título de campeão nacional, ficou estampada numa hipoteca de promessas e certezas que nunca chegaram a realizar-se. E não se pode esquecer, que não foi só o campeonato que foi “retirado” aos adeptos. Foi toda uma época já premeditada, que não surpreendeu de todo, aquilo que muitos já previam.
A verdade é que o tipo de gestão económica-desportiva, muitas vezes não reunia consenso geral por parte da nação vermelha e branca, mas por certo que acabava sempre por dar alguns frutos.
Mas a árvore que dá frutos, acaba sempre por morrer, senão dermos a devida atenção especial que ela tanto merece. Se compararmos o plantel do Benfica a essa árvore, apesar de ter alcançado grandes sucessos em épocas anteriores, acaba sempre por um dia fracassar, se não derem a devida atenção.
Numa época em que nenhum título foi conquistado, e mais que isso, foram as péssimas exibições em campo, podemos agora refletir sobre o que podia ou não ter sido diferente. E para isso temos de recuar bem no tempo. Mesmo antes dos jogos que podem ou não ter decidido o título. Por trás de um plantel, uma equipa, certos jogadores e treinador, há todo um planeamento que é previamente delineado logo ao inicio de uma nova temporada. Muitas vezes até no decorrer da época atual.
Em todas as épocas desportivas, são imensos os jogadores que são apontados como possíveis reforços e dispensas. Entre contratações e vendas, dos muitos que chegam a assinar contrato, a maior parte não chega sequer a jogar pelo clube. E daqueles que chegam a vestir a camisola, são poucos os minutos que rentabilizam em campo. Alguns nem sequer chegam a treinar com a equipa principal. São emprestados a outros clubes ou rodam na equipa B. Depois de rentabilizados, são vendidos, e o valor de venda supera o valor investido.
Isto tudo para termos uma noção que a forte corrente de mercado no Benfica nem sempre se traduz em “resultados desportivos”. Não é de agora esta política encarnada. Já vemos isto acontecer há alguns anos. Jogadores a serem contratados para rentabilizarem a curto ou médio prazo, todo o dinheiro que foi investido neles. Este tipo de estratégia tem sido fundamental para os cofres da luz. Com um passivo a ser abatido, é crucial gerar dinheiro com os maiores ativos do clube.