Associação Académica de Coimbra: o que falta para regressar à Elite?

    Em termos de estilo de jogo, a Briosa tem-se destacado sobretudo pela sua coesão na defesa, que lhe confere o estatuto de defesa menos batida da Segunda Liga com 33 golos sofridos em 39 jogos, sendo também uma das equipas mais perigosas nos lances de bola parada. Por outro lado, é uma equipa que tem revelado dificuldades em construir jogadas de ataque em bola corrida, estando algo dependente dos lances de bola parada para criar ocasiões de perigo.

    No entanto, existe uma palavra que pode definir a época da Académica: irregularidade. Durante boa parte da época, a Briosa tem mordido os calcanhares ao Portimonense SC e ao CD Aves, mas a sua irregularidade impediu que se tornassem numa verdadeira ameaça. À 32ª jornada, a Briosa ocupava a terceira posição a 7 pontos do CD Aves, mas após esse período, sucedeu-se a pior fase da época para a equipa da Cidade dos Estudantes, que vai actualmente em seis jogos sem ganhar.

    Para além disso, a equipa ressentiu-se da saída de alguns jogadores influentes a meio da época, como Pedro Nuno, Fernando Alexandre e Tozé Marreco. Depois, as constantes alterações e adaptações que Costinha tem feito na equipa ao longo da época dificultaram a criação de rotinas e de uma equipa estável. E é esta irregularidade que faz com que Costinha não seja um nome consensual por parte da “Mancha Negra”.

    A Mancha Negra é incansável no apoio ao seu clube. Fonte: Associação Académica de Coimbra – Facebook Oficial
    A Mancha Negra é incansável no apoio ao seu clube
    Fonte: Associação Académica de Coimbra OAF

    Para que o clube consiga afirmar-se como um verdadeiro candidato à subida e possa regressar à Primeira Liga, existem algumas arestas por limar. Primeiro, Costinha terá que trabalhar os pontos fracos da equipa, de modo a torna-la mais equilibrada e menos previsível. Depois, também há que tentar os jogadores mais influentes desta época, tais como Rui Miguel, João Traquina, Kaká, entre outros. Mas os aspectos a melhorar não estão apenas dentro das quatro linhas.

    Sem raízes fortes, uma árvore não cresce. E é também na raíz que o clube precisa de se fortalecer, e muito. As alterações na sua estrutura, inclusive na presidência, deram início a uma nova era na Briosa, mas para que o clube possa realmente crescer e ser mais do que um candidato à manutenção na Primeira Liga, é preciso uma estrutura estável e com a casa arrumada e isso não é algo que se consiga de um momento para o outro. É algo para o qual é preciso trabalho, paciência e saber.

    Este projecto ainda está de início e há um longo caminho a percorrer. Só com muito trabalho, suor e dedicação é que se conseguirá dar seguimento à tradição de fazer muito com pouco. Mas uma coisa é certa: os adeptos “de capa e batina” merecem mais e melhor e ver o seu clube novamente entre os melhores do futebol português.

    Foto de Capa: Associação Académica de Coimbra OAF

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    Tiago Serrano
    Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.