Casa Pia AC 1-0 SC Farense: Gansos vencem e voam cada vez mais alto

    A CRÓNICA: É DE CABEÇA QUE SE VENCE NO EQUILÍBRIO

    Manhã chuvosa no Pina Manique, mas nas bancadas a energia não faltava, com adeptos quer de Casa Pia AC quer de SC Farense a promoverem um belo espetáculo de apoio às equipas.

    O jogo esperava-se quentinho, face a aproximação da altura das grandes decisões, e tanto os visitantes como os forasteiros só pensavam em vencer, algo que tinham feito na jornada anterior.

    O equilíbrio esperado foi rapidamente confirmado, com os primeiros minutos a serem muito disputados, com muita qualidade na circulação e ligeiro ascendente da equipa da casa. Ainda assim, as oportunidades não surgiram e no capítulo da criação no último terço pouco ou nada há a apontar. Os maiores calafrios surgiram na sequência de bolas paradas e foi através de um canto que o Casa Pia AC se adiantou no marcador. Zach Muscat apareceu na área e aproveitou a desatenção da defensiva contrária, atirando a contar para o 1-0. Até ao final da primeira parte a toada da partida não se alterou, com os guarda-redes a terem uma manhã muito tranquila.

    Nos segundos quarenta e cinco minutos, o SC Farense percebeu que teria de arriscar mais e o jogo ficou mais partido, com transições de ambas as partes, mas que, ainda assim, não resultaram em oportunidades claras de golo. Os leões do Sul tiveram claramente mais iniciativa, mas os “Gansos” foram, como de costume, muito competentes na defesa e permitiram uma única grande chance, desperdiçada pelo recém entrado Pedro Henrique.

    Até ao final, o marcador não sofreu qualquer alteração, apesar da pressão final que a equipa do Algarve conseguiu fazer. Os “Gansos” conseguem somar mais três pontos e reforçam a intenção na subida de divisão, enquanto o SC Farense permanece tranquilo no meio da tabela.

     

    A FIGURA

    Fonte: Zito Delgado / Bola na Rede

    Vasco Fernandes – Mais um jogo em que o Casa Pia AC não sofreu golos e o mérito é certamente de toda a equipa. No entanto, é de destacar a prestação de Vasco Fernandes, o experiente capitão que já jogou na primeira divisão. Não parou de dar indicações aos colegas por um minuto, e, no fim da partida, acabou por ser essencial, com cortes dentro da sua área. Grande jogo do defesa central.

     

    O FORA DE JOGO

    Madi Queta – O extremo teve uma partida muito pouco inspirada no Pina Manique. Não só não conseguiu ser consequente com a bola nos pés como acabou por perdê-la demasiadas vezes, expondo a equipa a contra-ataques perigosos. No momento ofensivo, acabou por ser menos um, e talvez isso tenha feito a diferença no desfecho da partida.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CASA PIA AC

    Filipe Martins não alterou o seu 3-4-3 habitual, ainda que, face aos homens que colocou em campo, se esperasse um sistema com três médios e dois avançados mais centrais. Ainda assim, Banjaqui acabou por atuar como extremo direito, fazendo Jota descair mais para a esquerda, aparecendo Antoine como referência no centro do ataque. O meio campo ficou, assim, entregue a Taira e Neto, com Lucas Soares a aparecer pela direita e Lelo pela esquerda, sempre com a missão de recuar para a linha defensiva quando a equipa não tivesse a bola. Os três pilares da defesa são aqueles que mais confiança têm dado ao treinador durante a temporada: Zolotic, Vasco Fernandes e Zach Muscat.

    Durante a partida vimos os “Gansos” a procurarem claramente sair com bola controlada, mas sem nunca descartar o jogo mais direto, usado numa ou outra situação, também na tentativa de fazer a equipa desconfiar das intenções atacantes do Casa Pia AC.

    Na segunda parte, face à pressão do adversário, a equipa da casa recolheu-se mais no seu meio campo, apostando nas saídas rápidas para tentar matar a partida com o segundo golo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Batista (7)

    Zach Muscat (7)

    Vasco Fernandes (9)

    Zolotic (7)

    Lucas Soares (6)

    Taira (7)

    Neto (7)

    Banjaqui (6)

    Leonardo Lelo (6)

    Jota (6)

    Antoine (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Nuno Borges (6)

    Vitó (6)

    Cuca (6)

    Sanca (7)

    Kelechi (7)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC FARENSE

    Vasco Teixeira dispôs a sua equipa num 3-4-3, com a linha mais recuada a ser formada por Cláudio Falcão como central do lado direito, Abner do lado esquerdo e Vasco Oliveira no centro. Mayambela atuou em toda a ala esquerda, enquanto Miguel Bandarra ficou encarregue da ala direita. No centro apareceram Lucca e Fabrício Isidoro no apoio à linha avançada, constituída por Medi Queta à esquerda, Baldé à direita e Cristian no centro.

    A turma de Faro aposta claramente numa saída com bola controlada, evitando ao máximo o jogo direto, e na retina fica o facto de, na primeira parte, ter tido muitas dificuldades após a primeira fase de construção. Conseguiram fazer a bola chegar aos seus médios, que quase sempre conseguiam estar de frente para o jogo, mas a ligação com os três homens da frente acabou por falhar, face à ausência de opções entrelinhas, sendo a equipa obrigada a jogar sempre por fora.

    Face à ineficácia da estratégia do primeiro tempo, nos segundos 45 minutos os comandados de Vasco Teixeira apostaram numa abordagem mais direta, fazendo subir os seus alas e colocando-lhes um passe longo, que normalmente saía dos defesas centrais.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Defendi (6)

    Cláudio Falcão (6)

    Vasco Oliveira (5)

    Abner (6)

    Mayambela (8)

    Fabrício Isidoro (7)

    Lucca (5)

    Miguel Bandarra (6)

    Elves Baldé (6)

    Madi Queta (4)

    Cristian (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Pedro Henrique (6)

    Vasco Lopes (5)

    Mica (5)

    Henrique (5)

    Harramiz (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Casa Pia AC

    BnR: A pergunta de hoje está relacionada com Banjaqui. Já o usou como médio, também já o fez descair para uma das linhas, como aconteceu hoje. Perguntava-lhe que características vê no jogador que o façam ter tanta confiança nele, quer no meio, quer a extremo, e que características viu no Farense que o fizessem colocar o Banjaqui no 11 inicial em vez de um extremo mais de raiz, como é por exemplo o Sanca.

    Filipe Martins: Conheço o Banjaqui desde os juvenis do Real Massamá, foi meu jogador. É um jogador muito versátil. Hoje, e acabamos por não ter muito essa necessidade, quisemos criar uma dinâmica diferente com ele, projetando o Lucas, fazendo com que o Banjaqui viesse buscar a bola ao meio campo, ficando de frente para o jogo, e depois, a partir daí, ou conduzir, ou ter a primeira rutura do Antoine, ou a segunda rutura do Jota nas costas. A isso alia-se a questão de hoje estarmos limitados em termos de extremos, e se colocasse o Sanca e o Jota, depois quando tivesse de mexer no jogo não teria ninguém para pôr. O Banjaqui está a trabalhar bem e nós contamos com todos dentro do grupo, e ele acabou por cumprir dentro daquilo que lhe pedimos

     

    SC Farense

    BnR: Hoje na primeira parte vimos o Farense a querer claramente sair com bola controlada, usando os médios para filtrar o jogo, mas depois viu-se alguma dificuldade em ligar o jogo com a linha atacante, talvez face à ausência de opções entrelinhas. Na segunda parte vimos a equipa a apostar mais no jogo longo, muitas vezes dos centrais para os alas do lado contrário, e a equipa acabou por criar mais perigo. Pergunto-lhe se sentiu essa dificuldade na primeira parte e se ao intervalo houve realmente essa mudança de estratégia.

    Vasco Teixeira: Aconteceu, mas isso foi mérito do adversário. Nas primeiras partes, quando as equipas estão bem fisicamente, fica mais fácil anular esses espaços que nós pretendemos explorar. É verdade que na segunda parte corrigimos uma ou outra coisa, pedimos para que, com maior regularidade, procurássemos a profundidade para os confundir e abrir esse espaço entrelinhas. Mas há que dizer uma coisa, o Casa Pia é a melhor defesa do campeonato, só tem 18 golos sofridos, não é coisa pouca. É uma linha defensiva muito boa, com toda a equipa muito bem organizada defensivamente, fica difícil entrar. Mas nós conseguimos entrar várias vezes, com perigo. Para além das situações de perigo, tivemos a situação do Baldé na área, que foi perigosa. Na primeira parte, em dois cantos também tivemos duas situações claras para empatar o jogo, não aconteceu, mas estamos muito orgulhosos da equipa. Não é fácil vir jogar a casa do segundo classificado e fazer o que nós fizemos. Nas estatísticas tivemos mais bola, mais finalizações, mais ocasiões clara, e portanto eu não posso pedir muito mais à minha equipa. Fiquei orgulhoso pela exibição, triste pelo resultado.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Guilherme Vilabril Rodrigues
    Guilherme Vilabril Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Guilherme estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação de Comunicação Social e é um apaixonado pelo futebol. Praticante desde os três anos, desde cedo que foi rodeado por bola e por treinadores de bancada. Quer ser jornalista desportivo, e viu no Bola na Rede uma excelente oportunidade para começar a dar os primeiros toques.