Depois da saída surpreendente de Julio Velázquez e o desapontante jogo de estreia do interino Meyong – derrota em casa com o FC Paços Ferreira por 3-2, com direito a reviravolta pacense – eis que os responsáveis do Vitória FC apostaram no regresso de Lito Vidigal para tentar salvar a equipa da descida de divisão a quatro jogos do fim, mas a estreia não podia ter corrido pior: derrota por 1-0, com o já despromovido CD Aves.
Um regresso agridoce de Lito aos sadinos, ele que chegou com o rótulo de milagreiro para o Vitória FC e na apresentação até deu a entender que não vai ser pago pelos quatro jogos em que vai comandar a equipa: “O que é que o salário vale no momento que o Vitória está a passar? Não há dinheiro que pague, temos é de ter sorte e trabalhar para conseguirmos a permanência. Não vale a pena fazer contas”, disse o técnico.
Poupam-se os salários de Lito Vidigal, mas está em jogo muito mais do que isso em termos financeiros, já que o Vitória FC tem um longo histórico de problemas na tesouraria e uma descida para o segundo escalão, no qual o dinheiro das televisões reduz-se drasticamente e não há o balão de oxigénio de saídas de jogadores como Jhonder Cádiz, o que pode revelar-se fatal para o futuro sadino.
Repetem-se os problemas financeiros fora de campo, enquanto nos relvados o Vitória FC continua a viver no limiar da descida pela terceira época seguida. Triunfos setubalenses não se veem desde Janeiro e o regresso do campeonato trouxe dois empates e cinco derrotas consecutivas, sendo mesmo o pior registo da Primeira Liga após a paragem, que deixa os sadinos à mercê do Portimonense SC.
O tempo está a esgotar-se para o Vitória FC não ser ultrapassado pela concorrência e cair em lugares de descida, com Lito Vidigal a ter apenas três jogos para evitar uma hecatombe no estádio do Bonfim que, dados os constantes problemas na secretaria, pode levar a algo pior que “apenas” a descida à Segunda Liga.
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão