SC Covilhã 0-2 GD Chaves: Equipa serrana enfrenta crise sem fim

    A CRÓNICA: VALENTES “TRANSMONTANOS” CONQUISTAM PRIMEIRA VITÓRIA FORA DE CASA, ENQUANTO SC COVILHÃ CHEGA AO 11° JOGO SEM VENCER NA SEGUNDA LIGA

    Enquanto os adeptos acabavam de chegar aos seus assentos, aos dois minutos de jogo, uma grande falha individual de André Almeida deixou todos os espetadores impressionados com a defesa de Léo Navacchio, guarda-redes do SC Covilhã. No momento em que o defesa passou a bola para trás em direção ao guarda-redes, a bola foi de maneira fraca em direção à baliza, deixando-a escapar livre para João Teixeira. O português teve à sua frente a baliza inteira, mas rematou no lado direito, obrigando Léo Navacchio a realizar um milagre que impediu o primeiro golo no estádio José dos Santos Pinto.

    Como se não bastasse, novamente numa falha individual no setor do meio-campo, a bola sobrou livre para a equipa do GD Chaves, numa situação muito favorável, com o avançado Adriano a ter a bola. Ele chegou a driblar o seu marcador e rematar, mas André Almeida lançou-se em direção à bola e impediu o remate.

    Mesmo assim, a bola sobrou novamente para Adriano que, com calma, viu toda a defesa adversária desarrumada e jogou para o seu companheiro Wellington Carvalho. O avançado brasileiro rematou ao ângulo direito, sem hipóteses de defesa para o guarda-redes adversário. Desta vez, o setor ofensivo do Chaves venceu o confronto pessoal contra Léo Navacchio e jogou a bola na rede.

    Com o golo, a equipa flaviense recuou o seu ímpeto e, gradualmente, o Covilhã foi crescendo no jogo. O perigo foi grande, tanto que num pontapé de canto acertou a baliza do Chaves. Além disso, aos 24 minutos, em outro perigo lançado para a grande área, Jorge Vilela jogou-se em direção à bola, mas Paulo Vítor estava atento e fechou bem o canto direito, impedindo aquilo que seria o empate da equipa serrana.

    O resultado permaneceu enquanto o jogo entrava nos primeiros minutos da segunda etapa, passando por um momento de disputa física no meio-campo, com diversas faltas. Contudo, o perigo continuou a rondar a área do Chaves, por meio das bolas paradas vindas dos pés de Jean Felipe.

    Num jogo em que a primeira parte teve diversas oportunidades e emoções para os adeptos das equipas, durante a segunda parte, o desgaste físico e o pouco entrosamento dos jogadores que entraram baixaram o ritmo.

    Quando o cronómetro marcava 73 minutos de jogo, num ataque conduzido por Platiny, o ponta de lança balançou o seu corpo para um lado e depois para o outro, confundindo o defensor André Almeida. Ao passar pelo defesa, o número 99 rematou com força no canto esquerdo e decretou o segundo golo da equipa adversária.

    Com o efeito do golo, a equipa do Covilhã ainda se manteve no ataque, ocasionando algumas oportunidades de golo, mas novamente, a qualidade fez falta, não sendo suficiente para reverter o resultado.

    O jogo encerrou-se de maneira desastrosa para os homens da Covilhã, que não conquistam três pontos na Segunda Liga desde agosto. Por outro lado, o Chaves conquista a sua primeira vitória fora de casa e respira mais aliviado na tabela.

     

    A FIGURA

    João Teixeira – O responsável pela parte pensante da equipa do Chaves, o médio ofensivo João Teixeira foi além do que se espera num grande nome no setor ofensivo, ao fornecer hipóteses, como no golo de Wellington.

    O médio de 27 anos foi o principal nome da tática proposta pelo treinador Vítor Campelos, com devida intensidade na hora de pressionar a saída de jogo do Covilhã, marcando principalmente Gilberto, bloqueando o médio criativo da equipa adversária. Como consequência, a equipa do Covilhã ficou por vezes sem saída, devolvendo a bola ao adversário em zonas extremamente propícias para a execução de golos.

     

    O FORA DE JOGO

    Gilberto – A situação do Covilhã antes da partida era delicada, necessitando de jogadores com preparação para momentos críticos. Ao menos é isto que se espera de um jogador que é um dos líderes da equipa. O que se viu, foi exatamente o contrário. Totalmente preso ao esquema defensivo do GD Chaves, Gilberto nada pode fazer para criar ou ajudar os seus companheiros no setor do meio de campo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC COVILHÃ

    A estreia de Leonel Pontes viu a equipa serrana projetada em um 4-3-3, diferenciando-se das antigas formatações que o SC Covilhã desempenhou nesta Segunda Liga. Além disso, outras diferenças para este jogo podem ser notadas com a entrada de Jorge Vilela como defesa central, ao invés de Helitão.

    Durante o jogo, a utilização de Ahmed e de Ryan seria para dar uma melhor criação a partir da consistência por meio do toque de bola. No entanto, a equipa adversária conseguiu anular esta tática. Como consequência para o segundo tempo, a entrada de Ricardo Vaz deu outra característica ao quebrar as linhas através de triangulações laterais com David Santos. O resto das substituições manteve o padrão tático inicial.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Léo Navacchio (7)

    Jean Felipe (5)

    André Almeida (6)

    Jorge Vilela (4)

    David Santos (5)

    Gilberto Silva (4)

    Ryan Taegue (6)

    Arnold Issoko (4)

    Ahmed Isaiah (5)

    Jô Batista (5)

    Diogo Almeida (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Ricardo Vaz (5)

    Medeiros (5)

    Deivid Silva (5)

    Thiago (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – GD CHAVES

    A equipa comandada por Vítor Campelos escolheu a formação 4-2-3-1. No entanto, a presença dos médios defensivos deu melhor estabilidade no setor do meio-campo. Para além, o setor ofensivo caracterizou-se com uma transição a partir de João Teixeira.

    Na parte defensiva, notou-se que os extremos do Chaves acompanharam os médios centrais do Covilhã para fechar a marcação e recuperar a bola numa situação favorável para o ataque. No jogo, foi possível notar a inversão dos lados realizada pelos extremos, em que acompanharam a movimentação do setor do meio-campo serrano.

    Como marcador logo à frente, João Teixeira, com Platiny, propiciou diversas recuperações da posse da bola no setor ofensivo do Chaves. No segundo tempo, a entrada de Bruno Langa obrigou Nuno Campos a deslocar-se para a lateral direita. De resto, as substituições mantiveram a formação tática.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Paulo Vítor (6)

    João Correia (6)

    Alexsandro Ribeiro (5)

    Luís Rocha (5)

    Nuno Campos (5)

    Obiora (6)

    Nuno Coelho (6)

    Adriano (7)

    João Teixeira (8)

    Welligton (7)

    Platiny (7)

    SUBS UTILIZADOS

    João Mendes (6)

    Bruno Langa (5)

    Baxti (5)

    Patrick (5)

    Kevin Pina (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    SC Covilhã

    BnR: “A pressão inicial da equipa do Chaves não foi o fator central para que ocasione as falhas individuais por parte da defesa do Covilhã?”

    Leonel Pontes: “A pressão do Chaves estava identificada, normalmente pressionam com dois jogadores. O problema foi a nossa incapacidade de tirar a bola dessa zona. Porque a tendência enquanto tu és pressionado é não complicar, ou é rebater a frente, ou encontrar linhas de passes adequadas. E nós não conseguimos encontrar, porque falta trabalho. Naquela circunstância, com a rotina de trabalho, não perderíamos a bola, independentemente do jogador que lá estivesse. Esta falta de trabalho e falta de personalidade naquele momento fez com que o adversário conseguisse ganhar essas bolas, porque nós estávamos bem definidos em saber como o Chaves pressionava.”

     

    GD Chaves

    BnR: “Como foi vossa análise do setor ofensivo na vitória de hoje? Com João Teixeira e Platiny no centro, também os alas foram decisivos neste resultado?

    Vítor Campelos: “Somos uma equipa que pressionamos logo na primeira etapa, porque pensamos que estamos mais perto da baliza do adversário. O enfoque da nossa pressão alta não é só para defender, como é óbvio, mas se recuperamos bolas estamos mais perto da baliza adversária. É um trabalho de desgaste para os nossos homens mais à frente, também é necessário que as nossas alas estejam sempre ligadas para pressionar os corredores. Preparamos algumas ideias baseadas naquilo que era o passado do Leonel Pontes, porque a recente troca nos deixou em branco. Geralmente as equipas do Leonel jogam no 4-3-3. Mas, independentemente da equipa, preocupamo-nos muito e respeitamos o nosso adversário, preocupamo-nos naquilo que podemos e devemos fazer.”

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    Kayalu Castro da Silva
    Kayalu Castro da Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Adepto incondicional de futebol, Kayalu apaixonou-se pelo desporto no momento em que sentiu pela primeira vez a vibração e paixão das claques. É este sentimento que ele projeta passar ao informar e apresentar tudo que o desporto mais popular do mundo traz. Além disso, os motores da Fórmula 1 e a competitividade do vólei enchem o resto da paixão deste brasileiro.