Vitória SC: À (re)conquista da Europa

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    Quando Rui Vitória se transferiu para o SL Benfica, deixou uma herança pesada no Vitória SC. Na época passada, a equipa vimaranense ressentiu-se da saída do treinador que garantiu o segundo título oficial da história do clube. Armando Evangelista, técnico promovido da equipa B, mostrou-se, desde logo, sem estofo para este desafio, sendo despedido após a quinta jornada do campeonato.

    Seguiu-se a aposta em Sérgio Conceição, um técnico com algumas provas dadas no futebol português. E apesar deste ter lançado alguns jovens na equipa principal e de ter aproximado a equipa da sua identidade, o antigo jogador do FC Porto não conseguiu construir uma equipa equilibrada e consistente.

    No final, o Vitória de Guimarães terminou o campeonato no décimo lugar, para além de ter sido precocemente eliminado da Taça de Portugal (derrota na terceira eliminatória em Penafiel por 2-0), da Taça da Liga (derrota na segunda fase por 3-2 contra o Rio Ave FC), e também da Liga Europa pelo modesto SC Altach. Os vitorianos estão habituados a mais e melhor.

    Para a nova época o objectivo estava bem definido: conquistar um lugar de acesso às competições europeias. Para além de o plantel ter sido bem reforçado, o presidente Júlio Mendes apostou em Pedro Martins, um treinador com experiência nas competições europeias, sendo também um conhecedor da casa (jogou no Vitória SC em 1994/1995).

    Após trabalhar vários anos com o mesmo treinador, não é fácil uma equipa adaptar-se a um novo modelo de jogo, a novas ideias e a novos métodos de trabalho. Armando Evangelista e Sérgio Conceição evidenciaram essas mesmas dificuldades, mas, com Pedro Martins ao leme, a equipa vimaranense não demorou muito tempo a mostrar as suas credenciais. Depois da derrota no dérbi minhoto na jornada inaugural, seguiram-se duas vitórias contra Marítimo e Paços de Ferreira por 0-2 e 5-3, respectivamente. A equipa mostrou desde logo ter qualidade e capacidade para terminar o campeonato no top-5 da tabela classificativa, encontrando-se, precisamente, neste momento, em quinto lugar com 34 pontos, menos um que o Sporting CP e menos dois que o SC Braga.

    O Vitória de Guimarães está também nas meias-finais da Taça de Portugal, depois de ter eliminado o CF Santa Iria (1-2), o Boavista FC (1-2 após prolongamento), o UD Vilafranquense (1-0) e o Sporting da Covilhã (0-1). Agora prepara-se para defrontar o Grupo Desportivo de Chaves nas meias-finais.

    Quanto à equipa mais utilizada ao longo da época, na baliza Pedro Martins tem optado pela experiência. O brasileiro Douglas de Jesus, um dos jogadores com mais anos de casa, tem sido o guarda-redes titular no campeonato. Quanto a João Miguel Silva, uma das revelações da época passada, tem sido aposta nas taças. No final de contas, seja com o brasileiro de 33 anos ou com o internacional sub-21 português, a baliza da equipa vimaranense está bem entregue.

    No centro da defesa, há uma dupla que tem sido indiscutível para Pedro Martins: Josué Sá e Pedro Henrique. O internacional sub-21 português com 24 anos demonstra já boa capacidade de liderança, sendo o capitão de equipa. O brasileiro Pedro Henrique, também conhecido por Pedrão, cumpre a sua segunda temporada no clube da cidade-berço, e destaca-se pela sua capacidade física. Com alternativas, o treinador conta com o francês Prince (ex-Rio Ave) e com o veterano Moreno.

    A lateral direita é disputada por dois jogadores alentejanos. O ex-jogador do CD Nacional João Aurélio foi o titular do lado direito nas primeiras quatro jornadas, mas, após a derrota no Dragão, cedeu o lugar a Bruno Gaspar. O lateral formado no Benfica pode actuar tanto à direita como à esquerda, é um lateral com boa propensão ofensiva e dono de um cruzamento preciso, que já resultou em três assistências do lateral eborense neste campeonato. Na esquerda, Rúben Ferreira, jogador lançado por Pedro Martins no CS Marítimo, começou a época a titular, mas após a sua expulsão no jogo contra o Desportivo de Chaves para a 12ª jornada da Liga, o internacional sub-21 perdeu o lugar para o costa-marfinense Konan, jovem de 20 anos que iniciou a época na equipa B.

    Como médio-defensivo, o brasileiro Rafael Miranda, que representou o Marítimo entre 2009 e 2013, começou como titular e estava a ser um dos jogadores mais regulares da equipa, até que as lesões o começaram a atormentar, e viu o seu lugar ser ocupado pelo polivalente João Aurélio. Como médio-centro, João Pedro era dono e senhor do lugar até ser o protagonista de uma das transferências mais surpreendentes deste mercado de Inverno.

    O novo jogador do Los Angeles Galaxy tem tudo aquilo que um box-to-box deve ter: um jogador que cobre boa parte do terreno de jogo, possuindo boa qualidade de passe (curto e longo), habilidade na condução de bola, boa capacidade de desarme e também um bom pontapé de meia-distância. Realizou 17 jogos para o campeonato e marcou um golo, sendo, neste momento, o quinto jogador mais utilizado da equipa. Na sua ausência, o sul-africano Zungu foi a opção de Pedro Martins para o substituir no dérbi minhoto.

    Como médio-ofensivo, o internacional peruano Paolo Hurtado tem sido o habitual titular. O ex-jogador do FC Paços de Ferreira já soma um golo no campeonato, dois na Taça de Portugal , e mais um na Taça da Liga. Bernard e Tozé são as alternativas para a posição. Nos extremos, há duas vagas em que três jogadores têm alternado entre si: os emprestados pelo FC Porto Hernâni e Marega, e o jovem brasileiro Raphinha, que tem sido uma das revelações do campeonato.

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    Tiago Serrano
    Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.