A Liga (ou league) Desilusão

    Existem cerca de 129 jogadores estrangeiros espalhados pelos 14 clubes que integram esta Liga sub-23. Os casos mais flagrantes disso são o Portimonense SC, com 54% do plantel estrangeiro, e o CD Feirense, com 47%. No lado oposto temos o CS Marítimo com o plantel mais português: 88% do plantel verde-rubro é português. No entanto, os números preocupantes não se ficam por aqui. Na segunda jornada foram titulares 44 jogadores estrangeiros, ou seja, quatro onzes iniciais de estrangeiros.

    Depois de observadas estas estatísticas preocupantes e ao estarmos a falar de uma competição que foi criada pela Federação, sob a bandeira da formação do jogador português, pergunto eu, não estamos nós a falar de uma competição desvirtuada e que serviu o único pressuposto de ser como uma montra para os agentes colocarem os seus jogadores?

    O CD Feirense possui no seu plantel sub-23 11 jogadores estrangeiros, principalmente oriundos da Nigéria
    Fonte: FPF

    De que serviu todo aquele “barulho” que abanou o sistema das equipas B na Segunda Liga? Felizmente, equipas como o FC Porto e o SC Braga viram a sua “asneira” a tempo e continuaram com as suas equipas B. No caso portista, a mudança de comportamento foi ainda mais surpreendente tendo em conta que o FC Porto acabou por nem se inscrever na Liga Sub-23 depois de ter demonstrado interesse nisso mesmo.

    A única equipa francamente “lesada” por toda esta situação foi o Sporting CP, que extinguiu a sua equipa B para criar a equipa sub-23. E digo lesada porque o nível competitivo desta liga sub-23 não tem nem metade da qualidade que a Segunda Liga possuiu e isto para uma academia como a leonina é muito preocupante a longo-prazo.

    Honestamente, pela (pequena) amostra que obtive nestas três primeiras jornadas, não vejo um grande futuro para esta Liga Sub-23. Talvez apenas “casmurrice” da Federação consiga continuar a estender a vida a uma liga que já começou desvirtuada do seu pressuposto. Acho que se a Federação está tão preocupada com os seus modelos competitivos, deveria olhar mais urgentemente para o Campeonato Nacional de Seniores e o seu modelo “estranho”.

    Não querendo continuar a bater no “ceguinho”, finalizo apenas com o meu modesto conselho para Fernando Gomes e a sua administração na Federação: Mais calma e ponderação. Lembre-se, modelo de sucesso, não mexe!

    Foto de Capa: SL Benfica

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    Rui Pedro Cipriano
    Rui Pedro Ciprianohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido e criado no interior, na Covilhã, é estudante de Ciências da Comunicação, na Universidade da Beira Interior. É apaixonado pelo futebol, principalmente pelas ligas mais desconhecidas, onde ainda perdura a sua essência e paixão.                                                                                                                                                 O Rui escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.