De raízes humildes e ambição ponderada: Maniche e um novo capítulo na AD Camacha

    Orgulho na formação

    A Camacha é uma freguesia do concelho de Santa Cruz, situada a poucos quilómetros do Funchal, com cerca de sete mil habitantes, conhecida por ser o local onde se jogou pela primeira vez futebol em Portugal, no ano de 1875.

    Fundada a 1 de agosto de 1978, a Associação Desportiva da Camacha é dirigida por Celso Almeida, médico de profissão, que permanece no clube desde a sua formação.

    Sob orientação de Pedro Andrade, jovem treinador que no ano passado assumiu o comando técnico depois de quatro épocas como adjunto, a equipa compete esta temporada na Série B do Campeonato de Portugal. O plantel é formado por uma grande maioria de jogadores madeirenses, de onde se destacam nomes como Carlos Manuel, Roberto Silva, Rúben Andrade, Márcio Abreu, Miguel Fidalgo e Nuno Viveiros, todos estes com experiência nos escalões profissionais ao serviço dos três maiores clubes da ilha.

    Apesar das origens humildes e das dificuldades que o emblema camachense atravessou, a sua presença entre os grandes da Madeira tem sido uma constante. A participação nos campeonatos nacionais e a formação de jovens jogadores são motivo de orgulho, não apenas no futebol, mas também em modalidades como o andebol e o bilhar, contando ao todo mais de 200 atletas.

    O relvado do Complexo Desportivo da Camacha já foi palco onde se mostraram atletas e treinadores de renome no desporto regional e nacional  Fonte: AD Camacha
    O relvado do Complexo Desportivo da Camacha já foi palco onde se mostraram atletas e treinadores de renome no desporto regional e nacional
    Fonte: AD Camacha

    Vários jogadores que passaram pelo campo da Nogueira, são recordados com orgulho pelos sócios e dirigentes da formação de Santa Cruz. Casos de Bruno Fernandes, ex-jogador de CS Marítimo, CD Nacional, CF União e FC Porto, ou Figueiredo, antigo internacional angolano, além de outros como os irmãos Pedro e Igor Pita (que representaram ainda o Nacional e, no caso do último, também o Marítimo) ou até Marco Ferreira, ex-árbitro internacional que esteve ligado às camadas jovens do clube.

    Mas não só de jogadores se fez a história da Camacha e também antigos membros de equipa técnica fizeram parte dos quadros, antes de darem o salto. Figuras como Arnaldo Gonçalves, massagista do Marítimo, António Henriques, preparador físico das equipas de Pedro Martins, ou José Barros, treinador adjunto no AS Monaco, foram alguns dos nomes que passaram pelos bancos. O mais conhecido, porém, é Leonardo Jardim, que orientou a equipa entre 2003 e 2007.

    Chegado à Camacha em 2000, na altura como adjunto do mítico ‘Velho Lobo’, José Moniz, o atual treinador do Monaco transitou depois para a equipa técnica de João Santos, após a partida do mentor, e no ano seguinte assumiria mesmo o comando da formação camachense, aos 29 anos. A partir daí a ascensão foi astronómica, seguindo-se GD Chaves, SC Beira-Mar, SC Braga, Olympiakos FC e Sporting CP, antes de se sagrar campeão francês pelos monegascos, dez anos depois de ter deixado a terra dos pais e o clube onde começou a carreira como treinador principal. Uma façanha que muito orgulha quem com ele privou e testemunhou o trabalho realizado na Camacha e que o atual treinador, Pedro Andrade, de 28 anos, também espera igualar.

    Foto de Capa: Instagram de Nuno Ribeiro Maniche

    artigo revisto por: Ana Ferreira

     

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    Marco António Milho
    Marco António Milhohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no Funchal, licenciou-se em Ciências da Comunicação, antes de passar pela redação do Diário de Notícias da Madeira. Dividido entre a rádio e a escrita, é amante incorrigível do jornalismo, do cinema, da história e do desporto em geral, onde o futebol e o basquetebol ocupam o lugar de destaque.                                                                                                                                                 O Marco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.