BnR: Falou na evolução da carreira de um árbitro. A profissionalização da arbitragem é uma das bandeiras do seu mandato.
LG: Assumi isso desde o início. A profissionalização é um assunto de extrema importância. Isto para que uma pessoa quando vai começar a tirar o curso saiba que pode vir a ter uma carreira, um estatuto; o estatuto de árbitro. Isto tem uma sequência e temos de levar o problema a jusante.
BnR: E como começa essa solução?
LG: Quero resolvê-lo primeiro na parte a jusante que é fazer com que exista um estatuto de árbitro para que depois possamos trabalhar para uma verdadeira profissionalização, que não é aquilo que acontece atualmente.
BnR: E acha que há condições para isso avançar?
LG: O futebol português tem condições para uma verdadeira profissionalização. Tem é que ser estudada, planeada e ser feita uma melhor gestão de recursos.
BnR: A introdução das novas tecnologias será outro tema transversal aos próximos anos?
LG: Para o bem da arbitragem e da verdade desportiva as novas tecnologias devem ser um auxílio para os árbitros. Se os clubes estão a utilizar as novas tecnologias para serem cada mais assertivos e melhorar a qualidade técnica dos seus jogadores, porque não a arbitragem também utilizar a tecnologia para ter melhores desempenhos?
BnR: Há muita gente que diz que com a introdução das novas tecnologias que se pode perder o lado mais humano do futebol.
LG: Eu não sou muito apologista disso. Se o momento em que nós estamos é esse lado, não estamos nada a mostrar o lado humano de todos os agentes desportivos. Por outro lado o futebol também não pode ser algo automático, se não colocávamos robôs em campo. Por isso é que o vídeo árbitro só deve ter utilizado em pontos cruciais da verdade desportiva e não o usarmos por tudo e mais alguma coisa. Até porque se isso acontecesse o jogo passava a estar constantemente parado.