Liga 3 | O ponto de situação na nova competição do futebol português

    AFINAL, É A LIGA 3 UMA APOSTA GANHA?

    Até ao momento, tudo parece indicar que sim. O antigo terceiro escalão era uma competição interessante, mas, sobretudo na primeira fase, havia um grande declive entre as equipas mais forte e as mais modestas. Na mesma série coincidiam plantéis com jogadores profissionais e equipas que mantinham os mesmos atletas com que jogaram as divisões distritais. As disparidades vão sempre existir, mas entre orçamentos, infraestruturas e qualidade dos plantéis há um fosso menor entre primeiros e últimos.

    O resultado são jornadas imprevisíveis, em que os candidatos à subida podem perder com um dos últimos classificados e tabelas equilibradas onde, em poucas jornadas, uma equipa pode subir ou descer vários lugares. Por exemplo, o atual líder da Série A, o FC Felgueiras 1932, era apenas sexto há duas semanas.

    A redução do número de equipas também permite uma cobertura mais alargada e personalizada. O canal da FPF tem transmitido vários jogos por jornada, bem como diferentes magazines e programas centrados na Liga 3. Tudo isso valoriza a competição e traz uma notoriedade aos jogadores que há bem poucos anos parecia impensável.

    A Liga 3 é a nova competição nacional que promete muita emoção e competitividade
    Fonte: Pévidem Sport Club

    De resto, entre os objetivos iniciais só um parece estar a teimar em concretizar-se: a questão do público. É verdade que há clubes com números de espetadores e deslocações interessantes, mas os jogos com boa moldura humana ainda são a exceção e não a regra. Aí entra o reverso da medalha das transmissões de TV – mesmo que este seja um problema menor na Liga 3 – e, provavelmente, a covid-19. Ainda que, o mais provável, é que a falta de público das bancadas seja resultado de um problema crónico do futebol português, sem solução à vista a curto prazo.

    Poder-se-á também dizer que o Campeonato de Portugal, “relegado” para quarto escalão, perde muito do seu protagonismo, mesmo que não tenha sido totalmente abandonado do ponto de vista televisivo. No entanto, sobrepõe-se a necessidade clara de haver um quarto escalão nacional no futebol português, para que as equipas vindas da distrital possam ter uma almofada competitiva onde podem evoluir desportiva e institucionalmente antes de pensar em voos mais altos.

    A Liga 3 é, claramente, uma aposta ganha, com pernas para evoluir, quem sabe, rumo à profissionalização. A opacidade que reina no futebol português, torna difícil media o impacto financeiro da Liga 3 nos clubes, mas a julgar pelo que se vê no relvado há motivos para ser otimista e pensar que este foi um passo acertado para melhorar o futebol português.

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    Vasco Borges
    Vasco Borgeshttp://www.bolanarede.pt
    Frequentador de estádios e consumidor de bifanas desde os 5, aprendeu cedo que é melhor a ver do que a jogar futebol. Aos 22, estuda Jornalismo e vai escrevendo sobre os jogos que valem o preço do bilhete e as estórias que só se ouvem no bar, ao intervalo.                                                                                                                                                 O Vasco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.