UD Leiria 1-0 CF Os Belenenses: Jamor foi talismã para leirienses!

    A CRÓNICA: VITÓRIA ASTUTA DA EQUIPA DE VASCO BOTELHO

    Com a subida de divisão já assegurada por UD Leiria e CF Os Belenenses, hoje discutia-se o título de campeão da Liga 3!

    O Estádio Nacional, no Jamor, foi o grande palco escolhido para disputar esta final, e que final, entre duas equipas que jogam, de facto, um futebol muito bonito e atraente.

    A UD Leiria, a jogar “em casa”, começou bem a partida, sempre com o controlo da posse de bola, algo que foi bastante permitido pelo conjunto de Belém ao longo da primeira parte.

    A equipa leiriense foi tendo algumas oportunidades, e explorou sempre muito bem quer as zonas laterais da defesa contrária, quer as suas costas, com muitas bolas longas à procura da rapidez e técnica de Jair Silva, que fez uma bela partida e foi um dos elementos mais “chatos” para a equipa de Bruno Dias, que teve realmente muitas dificuldades em contrariar a superioridade da União de Leiria.

    No entanto, e como a primeira parte não foi exclusivamente de sentido único, o Belenenses tentou dar um ar da sua graça, ao tentar criar espaços onde raramente os houve, muito por mérito do conjunto orientado por Vasco Botelho, que muito dificilmente se distrai neste tipo de lances defensivos.

    E como diz o ditado, “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, o Leiria acabou mesmo por marcar o único golo do primeiro tempo, por intermédio de Valdir, com um grande remate à entrada da área azul, sem hipótese absolutamente nenhuma de defesa para David Grilo.

    Até ao fim do primeiro tempo, a equipa da casa controlou sempre bem os ritmos do jogo, e não deu o mínimo de espaço ao conjunto de Belém, o que motivou a ida para os balneários com um resultado favorável para os homens de Leiria.

    O segundo foi muito diferente, até pelo rumo dos acontecimentos, que caíram bem mais para o lado dos homens de Belém que, desde o reatar da partida, mostrar muito mais atitude e vontade de contrariar o marcador.

    A UD Leiria trouxe a mesma estratégia para a segunda parte, mas não conseguiu impor a tal superioridade que foi dando muita vantagem na posse de bola e no controlo do jogo, que foi do lado azul.

    As oportunidades começaram a surgir do lado do Belenenses, no entanto, sem resultar em golo, enquanto que a UD Leiria sempre que ia à baliza adversária, criava imenso perigo, e até merecia ter marcado mais um golo na minha opinião, porque apesar de ter dado o controlo do jogo ao Belenenses, nunca perdeu completamente o sentido da baliza adversária e foi sempre atacando bem, ainda que com mais cautelas.

    O jogo continuou com oportunidades de parte a parte, mas terminou com o único golo marcado pelos homens de Leiria, que levam assim a taça para a zona centro do país.

    Parabéns a este histórico clube, a todos os seus jogadores, equipa técnica, staff e, principalmente, à cidade de Leiria!

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Leandro Silva – Foi um autêntico maestro com ar rebelde neste meio-campo leiriense. Tomou conta dos tempos de jogo, organizou, correu muito e, juntamente com Diogo Amado, mostrou que a experiência importa, e muito, no futebol!

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Diogo David – Esteve um pouco com a sua equipa enquanto esteve em campo, meio apático e com muito pouca bola, não foi capaz de contrariar as três torres que estavam na defesa adversária.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    UD Leiria

    Bola na Rede: Primeiro queria dar-lhe os parabéns a si, a todo o clube, e também à cidade de Leiria. Queria perguntar-lhe, vi uma equipa que entrou bem, quis sempre mandar no jogo e sempre com posso de bola durante quase toda a primeira parte, e o próprio Bruno ressalvou ainda há pouco que a sua equipa explorou muito bem as costas da defesa do Belenenses, e também as faixas laterais. Depois, na segunda parte, a equipa adormeceu um bocadinho, como é que explica esta situação?

    Vasco Botelho: A verdade é que perdemos um bocadinho de timing na pressão, os próprios jogadores queixaram-se do calor e de algum cansaço ao intervalo, e os próprios jogadores não estavam confortáveis a defender tão alto, e então acabámos por defender com menos eficácia.

    Assumimos que não estávamos a ter tanta bola, por isso fomos controlando a posse de bola da equipa adversária com um bloco mais compacto, e penso que aí estivemos bastante bem, salvo uma ou outra situação, lá está devido à velocidade de jogadores como o Clé e o Miguel Tavares, por exemplo, que obviamente são jogadores que colocam qualquer defesa em sentido, mas no geral penso que controlámos bastante bem o jogo.

    Agora, sim, cada vez que tivemos bola, escolhemos muito bem os momentos em que tínhamos de sair rápido em transição, e a verdade é que a equipa deles subiu um pouco e acabou por dar esse tal espaço nas costas, mas também construímos quando tivemos de construir, e guardámos bastante bem a bola, mas ali nos minutos finais tentámos aproximar-nos mais da baliza adversária.

    Os Belenenses

    Bola na Rede: Se na primeira parte senti a sua equipa mais condicionada pela tal estratégia que falou montada pela UD Leiria, na segunda parte senti uma equipa muito mais leve, muito mais solta, à procura do golo. O que é que o Bruno quis mudar ao intervalo, o que é que disse aos seus jogadores para tentar trazer esse efeito para a segunda parte?

    Bruno Dias: Mudámos as características dos jogadores, também pela lesão do Hélio que acabou por condicionar ali um pouco a equipa. Depois percebemos que estávamos a ter muita chegada ao último terço, mas não estávamos a ter capacidade de tirar os jogadores da frente nos corredores laterais e fazer os cruzamentos que precisávamos de fazer, quer para a zona do guarda-redes, quer para zonas mais atrasadas, onde aparecia sempre muita gente da União de Leiria.

    Portanto, o que procurámos fazer foi trazer características diferentes para o jogo, por exemplo, o Mauro estava a fazer um grande jogo, mas precisávamos de um jogador que naquela zona desse outra capacidade de drible, para tirar jogadores da frente e procurar, com as combinações, atrair dentro para depois jogar fora, abrimos bem o Miguel Tavares no corredor, tentámos fazer a ligação com o ponta de lança, e sempre com o Xavi a ser o médio mais alto no terreno, deixando o Valente um pouco mais atrás.

    Colocámos o “Clé” a aparecer em diagonal nas costas dos centrais da União de Leiria, e com o Gonçalo Maria bem aberto, por isso subimos bem os nossos laterais sobre a linha contrária, por isso basicamente procurámos sempre ter seis homens contra a linha de cinco da equipa adversária, com movimentos e características diferentes, e depois na segunda parte ainda arriscámos mais, também com a alteração do Gonçalo Maria, onde o Miguel ficou bem aberto e tentou combinações com o Martelo, para voltar a aparecer o Clé do lado contrário, e depois ainda arriscámos mais com o João Costa na frente.

    Tivemos muita gente no último terço, mas não conseguimos definir bem. As estratégias foram várias, com os jogadores que tínhamos, procurámos criar problemas diferentes ao Leiria.

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    Bernardo Santos
    Bernardo Santoshttp://www.bolanarede.pt
    Licenciado em Comunicação Empresarial e Relações Públicas, é um apaixonado por futebol desde tenra idade. O jovem natural de Tomar, mas residente em Lisboa, é um poço de sonhos por realizar, sendo que ser uma voz ativa no mundo do futebol é um deles! Comunicador, simpático, bem humorado e cheio de energia, assim é o Bernardo! Para solidificar os seus conhecimentos no desporto rei, completou os níveis I e II de Scouting no futebol, para além de uma formação de Team Manager. Atualmente, trabalha no departamento de comunicação internacional de uma grande empresa e divide o seu tempo entre as suas paixões e os seus vícios.