Cruzar ou Não Cruzar, Eis a Questão

    Já Alex Telles é um futebolista rápido, com boa qualidade no passe e na condução de bola. Pode até dizer-se que em (quase) tudo o que diz respeito a aspetos individuais, ao “aspeto”, Telles parece tratar-se de um excelente jogador. Porém, sempre que a bola chega aos seus pés, os ataques do FC Porto ficam mais próximos do insucesso. Alex Telles não procura atrair os adversários, não temporiza à espera que os seus colegas se coloquem em melhor posição para dar seguimento à jogada. Frequentemente decide de forma rápida e com verticalidade quando, no corredor lateral, muitas vezes o que o jogo pede é uma variação horizontal depois de atrair o opositor. Tal como Miguel Layún, mas ainda com défices mais significativos ao nível da tomada de decisão, as opções de Alex Telles tendem a não ir para além de cruzar a bola para a área ou esticar o jogo nos avançados.

    Maxi já não tem o poder de outros tempos Fonte: FC Porto
    Maxi já não tem o poder de outros tempos
    Fonte: FC Porto

    Em oposição, o outro lateral da equipa, Maxi Pereira, é um jogador francamente mais completo do ponto de vista ofensivo. É certo que já não tem a velocidade nem a resistência de outrora mas, talvez até por já não apresentar essas caraterísticas individuais como as suas principais armas, tem agora uma capacidade superior de leitura de jogo. Maxi procura atrair o adversário, temporizar, tocar no companheiro mais próximo para ir buscar a bola mais à frente, busca combinações interiores, etc. Ou seja, oferece à equipa, no momento de organização ofensiva, caminhos que a aproximam mais do sucesso porque, contrariamente a Layún e, sobretudo, a Alex Telles, Maxi tem a capacidade de jogar o que o jogo dá. Provavelmente, no final de cada época desportiva tem, na sua conta pessoal, menos assistências e golos marcados do que os outros dois laterais da equipa, mas contribui de forma significativamente superior para o sucesso do coletivo.

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    Francisco Sampaio
    Francisco Sampaiohttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde a segunda infância, Francisco Sampaio tem no FC Porto, desde esse período, o seu clube do coração. Apesar de, durante os 90 minutos, torcer fervorosamente pelo seu clube, procura manter algum distanciamento na apreciação ao seu desempenho. Autodidata em matérias futebolísticas, tem vindo recentemente a desenvolver um interesse particular pela análise tática do jogo. Na idade adulta descobriu a sua segunda paixão, o ténis, modalidade que pratica de forma amadora desde 2014.                                                                                                                                                 O Francisco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.