Já Alex Telles é um futebolista rápido, com boa qualidade no passe e na condução de bola. Pode até dizer-se que em (quase) tudo o que diz respeito a aspetos individuais, ao “aspeto”, Telles parece tratar-se de um excelente jogador. Porém, sempre que a bola chega aos seus pés, os ataques do FC Porto ficam mais próximos do insucesso. Alex Telles não procura atrair os adversários, não temporiza à espera que os seus colegas se coloquem em melhor posição para dar seguimento à jogada. Frequentemente decide de forma rápida e com verticalidade quando, no corredor lateral, muitas vezes o que o jogo pede é uma variação horizontal depois de atrair o opositor. Tal como Miguel Layún, mas ainda com défices mais significativos ao nível da tomada de decisão, as opções de Alex Telles tendem a não ir para além de cruzar a bola para a área ou esticar o jogo nos avançados.
Em oposição, o outro lateral da equipa, Maxi Pereira, é um jogador francamente mais completo do ponto de vista ofensivo. É certo que já não tem a velocidade nem a resistência de outrora mas, talvez até por já não apresentar essas caraterísticas individuais como as suas principais armas, tem agora uma capacidade superior de leitura de jogo. Maxi procura atrair o adversário, temporizar, tocar no companheiro mais próximo para ir buscar a bola mais à frente, busca combinações interiores, etc. Ou seja, oferece à equipa, no momento de organização ofensiva, caminhos que a aproximam mais do sucesso porque, contrariamente a Layún e, sobretudo, a Alex Telles, Maxi tem a capacidade de jogar o que o jogo dá. Provavelmente, no final de cada época desportiva tem, na sua conta pessoal, menos assistências e golos marcados do que os outros dois laterais da equipa, mas contribui de forma significativamente superior para o sucesso do coletivo.