No futebol, a opção por cruzar a bola para a área apenas é positiva quando: a) o cruzamento é realizado a partir de uma zona do terreno de jogo que não permita aos defesas opositores ter a possibilidade de, na abordagem ao lance, defender de frente para a bola (situação na qual beneficiam de uma clara vantagem sobre os avançados); b) existe superioridade numérica dos avançados sobre os defesas na grande área ou, não existindo a mesma, os avançados encontram-se a atacar um espaço vazio no qual a bola pode ser colocada. Portanto, o cruzamento apenas é potencialmente eficaz quando constitui um “passe longo”, um gesto bem pensado para um espaço no qual existe possibilidade de êxito. Caso contrário, não passa de uma opção irrefletida e simplista, com reduzidas possibilidades de vir a ter sucesso e que constitui, não raras vezes, o desperdício de situações de potencial perigo para a baliza adversária.
Alex Telles e Miguel Layún são futebolistas que, tal como Ricardo Quaresma, são extremamente vistosos no que às suas qualidades individuais diz respeito. São também atletas que, no final de cada época desportiva, tendem a apresentar estatísticas ofensivas individuais extremamente interessantes e, aparentemente, reveladoras da sua qualidade futebolística. Contudo, será que são jogadores que beneficiam a dinâmica coletiva e, consequentemente, o sucesso desportivo do FC Porto?
Artigo revisto por: Francisca Carvalho