Ponto prévio: a vitória do SL Benfica no clássico foi o resultado mais justo, tendo em conta toda a partida. Disso nem Sérgio Conceição duvidará, ainda que publicamente tenha atribuído pouco mérito ao seu principal rival na luta pelo título de campeão nacional. Os encarnados estudaram melhor a lição e Bruno Lage voltou a demonstrar que prepara o jogo como poucos treinadores em Portugal. Depois de José Mourinho ou Leonardo Jardim, podemos muito bem ter aqui outro treinador com armas suficientes para ter sucesso além-fronteiras.
Lage volta a vencer um clássico porque tem intervenientes de excelência, mas também – e talvez mais importante ainda – porque voltou a ser melhor ao nível da preparação do jogo. Em casa, os dragões tiveram muitas dificuldades para assumir o jogo, e só através de sucessivas transições rápidas nas costas da defesa – quase sempre à procura de Marega – é que conseguiram dar trabalho a uma (muito) jovem defesa encarnada, que continua a subir de nível, jogo após jogo.
Mas mais do que o resultado, é importante olhar-se para o jogo. Finalmente podemos olhar e comentar o bom futebol praticado num grande clássico português. Claro que para isto ajuda que à frente dos dois clubes estejam dois treinadores que encararam o jogo de forma positiva: Conceição através da garra e Lage através do método. Duas abordagens perfeitamente válidas e que trazem benefícios para todos. Tal como na meia-final da Taça da Liga, voltámos a ter golos, espetáculo, emoção e, claro, polémica à mistura.
Para já, temos um novo líder, mas ainda há muito para ver. O campeonato está ao rubro e o Futebol português agradece.
Foto de Capa: Diogo Cardoso/Bola na Rede