«Vamos sofrer com o Barcelona, mas o Barcelona também vai sofrer com o Porto». Bem-dito e bem certo. Podia ser bazófia de Sérgio Conceição, mas, para quem acompanha o FC Porto na Liga dos Campeões, não é nenhuma surpresa. Vivem, respiram e morrem por estes jogos.
Não têm medo de ninguém, impõem a sua identidade e querem sempre ser competitivos. E se tiverem pela frente tubarões ou equipas teoricamente superiores, parece que correr se torna um pouco mais suportável. Adoram e há que dar mérito.
No Estádio do Dragão, o Barcelona viu-se aflito para vencer. Não me parece um resultado justo. Na primeira parte, o FC Porto entrou com uma estratégia de pressão alta à saída de bola apoiada dos blaugrana e conseguiu anular, em momentos, o domínio da posse.
O Barcelona não conseguia segurar bola e dar continuidade a jogadas, perdendo o fio por diversas ocasiões. Além disso, os dragões encontraram uma oportunidade nas transições defensivas adversárias – que o Barcelona aparenta ter dificuldades – através de dinâmicas rápidas e bolas em profundidade.
A nível individual, vale a pena também destacar o trabalho de Alan Varela e o contributo positivo de João Mário e Wendell nas laterais.
Se a primeira parte apresentou um certo equilíbrio (contrastava a melhor estratégia do Porto com o ligeiro maior perigo do Barcelona), na segunda deu mais Porto. Bem mais. Aliás, até podiam (e mereciam) empatar a partida. É verdade que criaram boas oportunidades, a questão é que falharam todas.
Não ajudou o excelente mérito defensivo por parte de Ronald Araújo, Jules Koundé e Marc-André ter Stegen, mas o grande problema está na finalização/eficácia do FC Porto. Não é de agora e tem sido tema ao longo desta época. São jogos como estes em que não se pode desperdiçar. Saiu caro.
Aspetos a melhorar há sempre, há que os identificar e afinar. No geral, o FC Porto deixou uma boa amostra do seu futebol. Do que é e pode ser capaz. Têm qualidade (apesar de plantel curto), um excelente treinador e personalidade. Junta-se um trabalho inteligente, consistente e disciplinado e a fórmula, mais cedo ou mais tarde, é o sucesso.
A continuar assim na Liga dos Campeões, passar a fase de grupos é uma questão de tempo.