FC Porto 2-1 AS Mónaco: Os mesmos de sempre

    A CRÓNICA: NEM VERON, NEM DAVID CARMO… OTÁVIO

    O FC Porto apresentou-se sem reforços no 11 inicial, com as figuras do ano passado em proeminência e com um sistema diferente do usual – em 4-3-3, diferente do 4-2-3-1 da época anterior. Foi assim que os dragões se apresentaram ao mundo azul e branco, tendo vencido tranquilamente o AS Mónaco por 2-1.

    Os primeiros 45 minutos da partida terminaram sem golos, com desperdício de pré-época, mas com ritmo de campeonato. Os comandados de Sérgio Conceição, como já mencionado, iniciaram a partida com um sistema alternativo e sem dar uma referência ofensiva à linha defensiva do AS Mónaco. Ou seja, nem Pepê, nem Evanilson, nem Taremi alinharam fixos numa só posição, ao passo que Pepê (mais tarde Namaso) atuou ao estilo de Fábio Vieira na época passada: atrás dos dois homens da frente.

    Tal acabou por trazer alguns frutos, pelo que a presença do brasileiro numa zona mais central permitiu ao FC Porto ter mais oportunidades para ligar jogo e criar a partir daí. No que toca às principais oportunidades, apesar do golo, Mehdi Taremi foi quem mais desperdiçou, deixando indicadores de ainda estar um pouco enferrujado na ‘hora H’. Do lado monegasco, apontamento para as arrancadas de Gelson Martins e para a classe de Minamino, pelo que os franceses ficaram claramente aquém do esperado ofensivamente.

    Na segunda parte, tudo igual até as entradas de Otávio e Grujic que mudaram completamente o fio de jogo portista. O brasileiro, inclusive, teve participação decisiva no segundo golo. Até lá, Taremi, após ser derrubado na área por Vanderson, inaugurou o marcador de grande penalidade. Quatro minutos depois a conexão luso-brasileira ampliou o resultado com dois momentos de fantasia pura – passe magistral de Otávio e finalização de cabeça incrível por parte de Galeno – tendo sido este o momento da noite.

    Até final, destaque para a estreia de Veron, para o golo anulado a David Carmo e, por fim, para o golo de grande penalidade de Ben Yedder. Tudo somado, vitória incontestável do FC Porto com ênfase evidente para os jogadores que já foram figuras de destaque no ano transato. Os olhos, agora, estão virados para a Supertaça.

    A FIGURA

    Otávio
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Otávio – Podíamos falar do papel de Pepê neste jogo, da exibição sólida de Diogo Costa/Pepe, ou até mesmo de Taremi que abriu o marcador, contudo, foi Otávio quem abanou a estrutura monegasca e aquele que estabilizou o jogo ofensivo portista, oferecendo argumentos que nem Bruno Costa nem Eustáquio foram capazes de dar.

     

    O FORA DE JOGO

    Bruno Costa
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Bruno Costa – Jogou uma hora e entrou com o intuito de fazer o que Otávio faz no sistema de Conceição, pelo que as dinâmicas como lateral (da época passada) e de médio interior direito podiam trazer algo semelhante. O problema é que esteve longe de replicar Otávio e parece ter desperdiçado uma oportunidade de se mostrar aos adeptos num jogo de «menor fulgor».

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    A equipa orientada por Sérgio Conceição alinhou em 4-3-3 e, para surpresa da maioria, o 11 apresentado não contou com qualquer reforço (David Carmo era o mais expectável jogar), pelo que, para além disso, o FC Porto alinhou com dois dos ‘patinhos feios’ no mundo azul e branco – Marcano e Bruno Costa.

    Em termos daquilo que foi o jogo jogado, o FC Porto não parece ter fugido muito às nuances da época transata, ao passo que a pressão altíssima e disciplinada de Conceição foi nota dominante em praticamente todo a partida.

    A maior novidade consistiu mesmo no papel de Pepê que parece assumir maior preponderância na criação de jogo do FC Porto na zona central. Em 2021/2022 já aparecia várias vezes entrelinhas, contudo, de forma muito esporádica, uma vez que atuou invariavelmente como lateral direito e até mesmo extremo/médio direito/esquerdo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (7)

    João Mário (6)

    Pepe (6)

    Marcano (6)

    Zaidu (6)

    Uribe (6)

    Eustáquio (4)

    Bruno Costa (4)

    Pepê (7)

    Mehdi Taremi (7)

    Evanilson (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Galeno (7)

    Otávio (8)

    Grujic (6)

    Namaso (6)

    Wendell (6)

    Toni Martínez (5)

     Rodrigo Conceição (5)

    David Carmo (5)

    Gabriel Veron (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – AS MÓNACO

    Os «pupilos» de Philippe Clément alinharam num 4-4-2, com uma aposta forte na transição ofensiva. Tendo em conta a dificuldade em ter a bola em sua posse durante longos períodos de tempo, o AS Mónaco priorizou a transição e ultrapassar a árdua primeira fase de pressão portista.

    Quer em transição quer quando superavam a primeira fase de pressão portista, os franceses conseguiam quase sempre encontrar espaços para criar, ao passo que a dupla da frente – Volland e Yedder – serviam como ímanes para atrair Marcano e Pepe e para potenciar o ataque nas costas de Gelson ou Minamino. Faltou maior discernimento no momento da definição para o AS Mónaco ter saído do Dragão com outro desfecho.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Alexander Nubel (6)

    Vanderson (4)

    Guillermo Maripán (6)

    Axel Disasi (6)

    Caio Enrique (5)

    Gelson Martins (6)

    Jean Lucas (5)

    Eliot Matazo (6)

    Takumi Minamino (6)

    Ben Yedder (7)

    Kevin Volland (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Ben Seghir (5)

    Anthony Musaba (5)

    Enzo Couto (5)

    Rubén Aguilar (5)

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.