FC Porto 6-0 Atlético CP: Goleada e jogo fácil

    Pronúncia do Norte

    O FC Porto tinha hoje a missão de se apurar para os quartos-de-final da Taça de Portugal. O adversário era o Atlético, uma das piores equipas da Segunda Liga, que em 2007 havia causado sensação com a eliminação dos azuis e brancos da competição. Desta vez, os lisboetas não conseguiram contrariar o favoritismo dos da casa e acabaram por sair vergados do Dragão: 6-0 foi o resultado final.

    Só por curiosidade, para encontrar um resultado tão expressivo como este é necessário recuar até 2011/12, quando o FC Porto foi a Sintra derrotar o Pêro Pinheiro por 0-8, também na Taça de Portugal. Se nos reportarmos somente às partidas disputadas Dragão, então a viagem é ainda mais longa: o FC Porto já não marcava 6 golos no seu próprio estádio desde a 25ª jornada do campeonato de 2007/08, quando os dragões bateram o Estrela da Amadora por 6-0.

    No jogo de hoje, Paulo Fonseca optou por jogar com Fabiano na baliza, adaptar Ricardo a lateral direito, lançar Reyes no eixo defensivo, dar mais uma oportunidade a Kelvin e conceder novamente a titularidade Josué e Defour. Destes, Kelvin, pelo golo que marcou e pela irreverência que demonstrou, e Ricardo, pela prestação muito positiva numa posição onde não está acostumado a jogar, merecem destaque pela positiva. De resto, a grande figura da partida terá sido Varela, pelo bis; Jackson esteve igualmente em bom plano, mas acabou por não chegar ao golo, sendo substituído por Ghilas a 20 minutos do fim.

    Varela, que até envergou a braçadeira de capitão, bisou e foi a grande figura do encontro / Fonte: A Bola
    Varela, que até envergou a braçadeira de capitão, bisou e foi a figura do encontro / Fonte: A Bola

    O FC Porto encontrou uma equipa muitíssimo fechada atrás (se algumas trazem o autocarro, o Atlético pareceu ter trazido um camião TIR!), sem pretensão nenhuma de ter a bola e procurar criar ocasiões para marcar. Já numa fase bem adiantada da primeira parte, o FC Porto chegou a atingir os 80% de posse de bola – um dado estatístico muito útil para dar a ideia do que foi o jogo. Trocando a bola com paciência – e, muitas vezes, sem a velocidade e o critério que eram exigíveis face à qualidade técnica dos jogadores do FC Porto e à ausência de pressão dos jogadores do Atlético -, o FC Porto foi construindo algumas jogadas de perigo e acabou por chegar ao golo à passagem do minuto 24, por intermédio de Varela. Ainda antes do intervalo, Defour deu o melhor seguimento a um cruzamento de Kelvin e ampliou a vantagem.

    Na segunda parte, mais do mesmo: um jogo de sentido único, que o FC Porto, sem grande esforço e longe de deslumbrar, dominou em toda a linha. A muralha defensiva dos visitantes ia abrindo cada vez mais brechas e, já depois de um auto-golo de Marinheiro logo à entrada do segundo tempo, o FC Porto chegou ao 4-0 por Varela, entretanto com braçadeira de capitão desde a saída de Lucho. O 5-0 chegou três minutos depois, num cabeceamento subtil de Otamendi na sequência de um livre lateral de Josué, e Kelvin, em cima dos 90 minutos, como é seu apanágio, fechou a contagem.

    Embora o resultado espelhe a superioridade inequívoca e avassaladora do FC Porto frente a um adversário que, entre frangos e auto-golos, acabou por se revelar muitíssimo frágil e muito pouco competitivo (é bom recordar que o Atlético tem apenas 12 golos marcados em 23 jogos na Segunda Liga, ocupando a penúltima posição, e completou hoje o 8º jogo consecutivo sem conhecer o sabor da vitória), a verdade é que ajuda a camuflar mais uma exibição sem brilhantismo dos azuis e brancos.

    O primeiro grande teste do ano será o próximo jogo, na Luz, no próximo fim-de-semana. Aí, sim, o FC Porto vai ter de mostrar toda a sua fibra e puxar dos galões para vencer e… convencer.

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    Francisco Manuel Reis
    Francisco Manuel Reishttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado pela escrita, o Francisco é um verdadeiro viciado em desporto. O seu passatempo favorito é ver e discutir futebol e adora vestir a pele de treinador de bancada.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.