Os troféus do FC Porto foram apenas conquistados com um trabalho consistente ao longo da época, embora a recuperação pontual tenha iniciado em fevereiro e a partir daí começou o melhor período da equipa, com destaque para vitórias com clara superioridade em dois jogos de elevada dificuldade – SL Benfica no Dragão e Vitória SC em Guimarães – e exibições de excelência no pós-Covid.
É certo que foi durante este período que a qualidade de vários atletas se emancipou, no entanto, houve um grupo de jogadores que apresentou uma consistência formidável durante toda a temporada e seguramente não foi graças a eles que os resultados iniciais deixaram a desejar. Falo, portanto, de Marchesín, Alex Telles, Otávio e Corona, pois foram estes que se aproximaram mais da construção de uma espinha dorsal da época 2019/2020 do FC Porto.

Além de terem sido os que mais se destacaram ao longo do ano, continuaram a ser os mais influentes no melhor momento dos dragões no campeonato, especialmente os três jogadores de campo.
Tecatito Corona foi, a meu ver, o melhor jogador desta edição do campeonato pela influência no futebol do FC Porto, mediante a quantidade de oportunidades criadas e na forma como desbloqueava facilmente a defesa contrária. Foi, sem sombra de dúvidas, o seu ano de explosão e a melhor época da carreira até à data.

O drible desconcertante, a rapidez na execução e a magia para tirar os adversários da frente são as suas maiores armas, mas há um fator que tornou Corona o jogador mais importante da manobra ofensiva azul e branca. E com isto falo da sua evolução como criador de jogo, através dos passes a rasgar, desmarcações a isolar colegas e uma inteligência nunca antes vista. Prova disso foram as 21 assistências realizadas em todas as competições – 14 delas no campeonato. Não esquecer também que Corona atuou várias vezes a lateral direito, incluindo nas partidas frente ao Benfica. O que certamente ninguém se esquecerá é o túnel deslumbrante a Rafa Silva.