FC Porto | Que presentes têm que ser comprados e será que haverá saldos?

    O FC Porto é uma das equipas que terá que estar envolvida no mercado de transferências de janeiro. Neste artigo é analisado o que falta aos dragões.

    O FC Porto chegará a janeiro ainda em três frentes. Apesar de eliminado da Taça da Liga, (competição em que é detentor do troféu), os dragões estão na corrida pela Liga Portugal, ocupando o terceiro posto da tabela classificativa, com 31 pontos, a três do líder Sporting CP e mantêm aspirações à Taça de Portugal, onde irão defrontar o GD Estoril Praia nos oitavos de final da prova. A nível externo, a turma de Sérgio Conceição já cumpriu os objetivos mínimos, com a passagem à fase seguinte. O Arsenal FC não é um adversário simpático, mas o FC Porto é uma equipa que se ‘transforma’ na prova europeia, o que dá azo aos aficionados para terem esperança. Posto isto, o que falta a este plantel para a segunda metade da temporada?

    Não nos podemos esquecer que o FC Porto já fez um investimento razoável no passado verão, com as chegadas em definitivo de Alan Varela, Nico González, Iván Jaime e Fran Navarro, além das cedências de Jorge Sánchez e de Francisco Conceição. Num total, os azuis e brancos investiram pouco mais de 34 milhões de euros, num conjunto de atletas para se afirmarem com mais-valias. Até ao momento, apenas o argentino se estabeleceu como indiscutível, mas é mais que sabido que os reforços com Sérgio Conceição demoram a entrosar-se, independentemente do seu custo (há vários que não funcionaram como Waris, Loum, Nakajima ou Gabriel Veron, embora se tente vender a imagem de que o FC Porto não investe, quando é bem o contrário).

    Apesar de todo o capital gasto no último mercado, o FC Porto está ‘obrigado’ a ir às compras depois do natal. Numa análise rápida ao plantel, verificamos que é débil em certas posições, mas que em outras é composto por elementos de real qualidade. Ao montarmos um onze dos dragões, é mais do que sabido que a defesa é a zona mais fraca, além da mais precária, sendo que o meio-campo e o ataque estão seguros.

    A posição de lateral esquerdo é composta por dois jogadores com baixo rendimento: Wendell e Zaidu Sanusi. Neste momento não dão garantias nem a nível interno. Esta situação já é referida nos últimos mercados, mas Luís Gonçalves (que é o Diretor Geral do Futebol, embora seja mais conhecido pelas suas atitudes no banco de suplentes) teima em não ouvir, nem ler quem analisa este tipo de situações. Quiçá a culpa não seja só dele, mas não existirem sequer informações de elementos associados ao FC Porto para esta posição em específico, é no mínimo estranho.

    Porém, a situação mais urgente é a de defesa central. O FC Porto vive uma crise no posto, que se agrava a cada dia que passa, devido à idade dos seus intervenientes. A equipa de Sérgio Conceição arrancou 2023/24 com quatro atletas: Pepe, Iván Marcano, Fábio Cardoso e David Carmo. Neste momento, vive-se o caos. Pepe (com algumas paragens pelo meio) e Fábio Cardoso são os únicos que se mantêm. O espanhol lesionou-se gravemente e David Carmo foi relegado para a equipa B, devido a “comportamento indevido”. Ainda se subiu Zé Pedro ao plantel principal, sendo um atleta esforçado, mas é uma opção curta, pelo menos para a titularidade. Com Pepe com 40 anos e Marcano com 36 (com mais uma lesão grave no seu histórico), é necessária a reformulação da posição. Obviamente não poderão realizar todas as operações no próximo mercado, mas um nome com créditos deveria chegar. Um nome com experiência de Big 5, internacional, com capacidade de liderança é absolutamente fulcral que aterre no Dragão proximamente, pois os elementos com as respetivas caraterísticas estão a ficar mais velhos e a perder as suas valias físicas. Nem Fábio Cardoso, nem Zé Pedro estão no patamar de Pepe ou Marcano, nem de perto. David Carmo, pelo investimento realizado (20 milhões de euros), era esperado que fosse esse nome, mas o antigo atleta do SC Braga está fora das contas e não deverá voltar.

    Sabemos que o mercado de janeiro não é barato. Os clubes que não querem vender aproveitam-se da necessidade dos que têm urgências e carências. Veja-se o caso de Sporting CP e SL Benfica, apontando para as cláusulas de rescisão dos seus melhores jogadores. Por isso o estudo de mercado é muito importante. O FC Porto terá que ter uma série de “equipas sombra” com alvos viáveis a todos os prazos.

    A outra opção é recorrer à equipa B/juniores, mas são atletas que ainda estão em desenvolvimento. Para o lado esquerdo da defesa, João Mendes até tem sido opção válida para Sérgio Conceição, mostrando ser ‘certinho’ (cinco jogos, uma assistência). Já para central, a promoção de Zé Pedro é um facto, mas constata-se como insuficiente. Romain Correia, Gabriel Brás, António Ribeiro e Eric Pimentel não possuem virtudes suficientes para jogar na equipa A do FC Porto, para já. Luís Gomes é o nome mais interessante, brilhando na Youth League, mas não é esse o estilo que se pretende. Essa aposta faria mais sentido a partir do verão. Os dragões contam com uma geração brilhante, com atletas como Rodrigo Mora, Jorge Meireles, Gonçalo Sousa, Anhá Candé, Gil Martins ou Mariano Regal, mas nenhum é defesa e nenhum deverá ser aposta ‘às pressas’.

    No fundo, confirmar que o FC Porto terá que ir ao mercado trata-se de uma mera formalidade, já que essa postura terá que ser óbvia para as posições indicadas. Não podemos descartar alguma saída, que poderá ter que ser colmatada. Mehdi Taremi será inevitavelmente associado a outras equipas, já que termina contrato com o emblema do Dragão e há a hipótese de se querer ganhar algumas mais valias com o iraniano (as saídas a custo zero no FC Porto estão a tornar-se um clássico nada bem visto pelos adeptos). De qualquer das maneiras, é expectável que a estrutura esteja pronta para colmatar todas as posições com nomes adequados e viáveis, já que é das mais caras em Portugal e com profissionais exímios, ou que o deveriam ser.

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