As duas caras de um nulo | FC Porto

    Em Portugal e no nosso futebol, raras são as vezes em que um dos ditos ‘grandes’ não consegue vencer, em sua casa, um dos ditos ‘pequenos’. O fenómeno é, na grande parte das vezes, associado a falta de sorte e inspiração na hora de colocar a bola dentro da baliza, ignorando, em grande parte, o mérito do adversário. Este foi o caso do jogo entre o FC Porto e o Rio Ave, no passado sábado.

    Neste exercício particular, as duas coisas podem estar interligadas, numa explicação das várias fases duma partida de 90 minutos.

    Diogo Costa, excetuando as alturas em que jogou com os pés, foi quase um espetador no jogo. A inoperância ofensiva rioavista sentiu-se, em grande parte no segundo tempo, obrigando o guarda-redes português a um papel secundário.

    Ofensivamente, a equipa do Rio Ave não existiu. Contudo, tendo conseguido aguentar uma primeira hora de jogo em que a sua baliza foi ameaçada por incontáveis vezes, a equipa vilacondense percebeu que seria no sacrifício e na capacidade de jogar com o resultado que poderia enervar o seu adversário e trazer alguma coisa para casa.

    O forte apoio fez-se sentir para o FC Porto e os adeptos até puderam gritar golo por duas vezes e outras tantas em lances que pareciam indefensáveis, mas que Jhonatan conseguiu socorrer. O VAR foi protagonista ao tirar os dois lances em que a bola entrou e a arbitragem também teve o seu papel no jogo, contribuindo para o desespero do dragão.

    Jogadores do FC Porto e do Rio Ave
    Fonte: Diogo/Cardoso/Bola na Rede

    De volta ao estádio onde atuou por cinco temporadas, Héctor Herrera terá ficado certamente contente de ver os dois box-to-box a dominar o encontro, como o mexicano tantas vezes na sua melhor versão às ordens de Sérgio Conceição. Tanto Alan Varela como Nico, exibiram-se fenomenalmente a defender e igualmente bem no processo ofensivo, numa dupla que começa a carburar.

    A capacidade de competir deve-se sempre realçar, especialmente numa equipa com as contrariedades que o Rio Ave teve desde o início da época. Sem Guga, o meio-campo ficou órfão de um criativo e foi em grande parte engolido pelo adversário, mas a equipa de Luís Freire deu as mãos e defendeu-se a um grande nível. Não tanto na forma como estava posicionada, porém na forma como, no último momento e quando parecia que o golo era inevitável, se segurou, fosse com um carrinho, com um desarme ou com uma defesa.

    É impossível ser completamente linear, mas duas coisas podem ser verdade: o FC Porto fez mais que o suficiente para vencer folgadamente, no entanto o seu adversário soube sofrer e ser resiliente o suficiente para segurar um empate. Como a justiça tem muito que se lhe diga, fica a repartição de pontos.

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    Fernando Coelho
    Fernando Coelho
    Jogador de futsal amador, treinador de bancada profissional. A aprender diariamente, acredita que o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.